AUTOBIOGRAFIAS DOCENTES E A NECESSIDADE DO RETORNO DA VOZ FEMININA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS
DOI:
10.26571/reamec.v9i3.12782Palavras-chave:
Formação de professores, Ensino de Ciências, Pesquisa qualitativa, Jornada do Herói/Heroína, FeminilidadeResumo
O estudo aqui apresentado apoia-se no pressuposto de que a formação de professores implica a promoção de um contexto para o desenvolvimento nas dimensões intelectual, social e emocional de adultos por meio da reflexividade e do pensamento crítico advindos do ato de narrar sobre si. Com o objetivo de promover esse contexto, trazemos reflexões sobre a trajetória formativa de uma das pesquisadoras, a qual foi apresentada em uma tese doutoral juntamente com as narrativas autobiográficas de outros professores formadores de uma Instituição de Ensino Superior (IES) amazônica. Este artigo consiste em um recorte dessa pesquisa qualitativa e analisa a trajetória de formação da pesquisadora, que foi estruturada com base na Jornada do Herói/Heroína. Conclui-se que a formação, tanto da pesquisadora quanto dos professores formadores de licenciatura em Ciências Biológicas que participaram da pesquisa doutoral citada, situada em um paradigma positivista da ciência, no qual predomina a experimentação, a objetividade e a pesquisa quantitativa, ainda que estes atuem em ambientes onde há necessidade de se conciliar esta abordagem com o paradigma emergente de ciência, no qual há espaço para a pesquisa qualitativa, a subjetividade e as narrativas. Entende-se também, que há uma necessidade do retorno da voz feminina na ciência e na formação de professores, mas que este não é um processo fácil e rápido, que demanda muito esforço político, financeiro, institucional e pessoal, sendo que a reflexão proporcionada pela narrativa, especialmente aquela apoiada na Jornada do Herói é um caminho promissor nos processos de formação permanente de professores.
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