QUILOMBO BODY PRACTICES AND THE DECOLONIZATION OF THE SCHOOL PHYSICAL EDUCATION CURRICULUM
DOI:
https://doi.org/10.51283/rc.29.e19822Keywords:
Quilombos, Quilombola Body Practices, Health promotion; school physical education; Pedagogical strategies; Healthy habits; SchoolAbstract
The objective of this study was to analyse how bodily practices are inserted within quilombola communities, identifying the knowledge produced within the quilombos of Piauí that can be problematized in School Physical Education. The work is a qualitative and descriptive research. The participants were five quilombola representatives from communities in Piauí. The information was produced from observations and semi-structured interviews. The empirical material was subjected to thematic analysis. Body practices are alive within the communities studied and are experienced daily, since popular culture is the source of this knowledge, which is rescued and transformed through traditional Afro-Brazilian dances, as well as in all other forms of cultural production. The body practices experienced in the territories of quilombola communities can and should be present in Physical Education classes at School, thus evidencing the systematization of the curricular component from a popular and decolonized perspective.
References
ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Os Quilombos e as Novas Etnias. In: O’DWYER, Eliane Cantarino (Org.). Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Rio de Janeiro: FGV, 2002.
ARROYO, Miguel Gonzáles. Currículo, território em disputa. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
ARRUTI, José Maurício Andion. Quilombos. In: PINHO, Osmundo Araújo; SANSONE, Livio (Orgs.). Raça: novas perspectivas antropológicas. 2. ed. Salvador, BA: EDUFBA, 2008.
ARRUTI, José Maurício Andion; FIGUEIREDO, André. Processos Cruzados: configuração da questão quilombola e campo jurídico no Rio de Janeiro. Boletim Informativo Nuer, v. 2, n. 2, p. 73-93, 2005.
BASTOS, Beatriz Borges. Expressividade e gestualidade nas danças afro-brasileiras. 2016. 67f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Humanidades). Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, São Francisco do Conde, BA, 2016.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Parecer nº 3, de 10 de março de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 2004a. Disponível em: <https://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2025.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP n.º 1, de 17 de junho
de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação das Relações
étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. 2004b. Disponível em: <https://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf>. Acesso em: 24 jul., 2025.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 23 jul. 2025.
BRASIL. Decreto no 4.887 de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o Art. 68 do ato das disposições constitucionais transitórias. Ministério da Cultura, 2023a. Disponível em: <https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=4887&ano=2003&ato=d43MTVE5EeRpWTf21>. Acesso em: 23 jul. 2025.
BRASIL. Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências, 2003b. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em: 24 jul. 2025.
BRAUN, Virginia; CLARKE, Victoria. Using thematic analysis in psychology. Qualitative research in psychology, v. 3, n. 2, p. 77-101, 2006.
CANDAU, Vera Maria. Interculturalizar, descolonização, democratizar: uma educação "outra”? Rio de Janeiro: Viveiros de Castro, 2016.
COSTA, Diógenes Narciso de Freitas. Educação física em diálogo com quilombolas de Divino (MG): expandindo fronteiras do conhecimento na escola. 2023. 134f. Dissertação (Mestrado em Educação Física). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2023.
DAOLIO, Jocimar. Educação física e o conceito de cultura. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 49. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra., 2005.
GADOTTI, Moacir. Retomar o sonho interrompido para esperançar e educação em tempos de barbárie. In: VASCONCELOS, Joana Salém; MENDES, Maíra Tavares; MUSSI, Daniela (Orgs). Paulo Freire e a educação popular: esperançar em tempos de barbárie. São Paulo: Elefante, 2023.
GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e pesquisa, v. 29, n. 1, p. 167-182, 2003.
GOMES, Nilma Lino. O movimento negro no Brasil: ausências emergências e a produção de saberes. Política e sociedade, v. 10, n. 18, p. 133-154, 2011.
GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem fronteiras, v. 12, n. 1, p. 98-109, 2012.
GOMES, Nilma Lino. O movimento negro é a intelectualidade negra descolonizando o currículo. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón (Orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. ed. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2020.
GONÇALVES, Ludmilla Silva et al. Currículo, Diversidade étnico-raciais e educação física. Brazilian journal of development, v. 6, n. 12, p. 102838-102852, 2020.
GRANDO, Beleni Saléte; PINHO, Vilma Aparecida. As questões étnico-raciais e a educação física: bases conceituais e epistemológicas para o conhecimento das práticas corporais afro-brasileiras e indígenas. In: CORSINO, Luciano Nascimento; CONCEIÇÃO, William Lazaretti. (orgs). Educação física escolar e relações étnico-raciais: subsídios para a implantação das leis 10.639/03 e 11.645/08. Curitiba, PR: CRV, 2016.
LITTLE, Paul. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Anuário antropológico, v. 28, n. 1, p. 251-290, 2003.
MALDONADO, Daniel Teixeira. Professores e professoras progressistas do mundo uni-vos!. Curitiba, PR: CRV, 2020.
MALDONADO, Daniel Teixeira. Educação física escolar, pensamento freireano e pedagogia crítico-libertadora. Revista educação popular, v. 24, n. 1, p. 38-59, 2024.
MALDONADO, Daniel Teixeira; FARIAS, Uirá de Siqueira; NOGUEIRA, Valdilene Aline. Linguagens na educação física escolar: diferentes formas de ler o mundo. Curitiba, PR: CRV, 2021.
MALDONADO, Daniel Teixeira; PRODÓCIMO, Elaine. Por uma epistemologia crítico-libertadora da educação física escolar. Revista brasileira de educação física escolar, ano VII, v. 3, p. 6-23, 2022.
MATTOS, Ivanilde Guedes. Estética afirmativa: corpo negro e ensino da educação física. Salvador, BA: EDUNEB, 2009.
MATTOS, Ivanilde Guedes, MONTEIRO, Pamela Tavares. Educação física: corpos negros e insurgências epistêmicas. Revista brasileira de ciências do esporte, v. 43, p. 1-7, 2021.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
MOURA, Gloria. O direito à diferença. In: KABENGELE, Munanga (Org). Superando o racismo na escola. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.
MOURA, Gloria. Educação quilombola. Boletim, n. 10, p. 3-8, 2007.
MOURÃO, Nádia Raquel Dutra de Morais; MELO, Elias Barbosa de; MAGALHÃES-NETO, Anibal Monteiro. O papel da educação física no combate à discriminação racial na escola com a parceria do psicólogo. Psicologia e saúde em debate, v. 6, n. 1, p. 119-135, 2020.
MUNANGA, Kabengele. Origem e histórico do quilombo na África. Revista USP, n. 28, p. 53-63, 1996.
NASCIMENTO, Abdias. Quilombismo: um conceito científico histórico-social. Literafro: o portal da literatura afro-brasileira. 2021. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/literafro/autores/11-textos-dos-autores/1444-abdias-nascimento-quilombismo-um-conceito-cientifico-historico-social>. Acesso em: 30 mai. 2025.
NEIRA, Marcos Garcia. A reflexão e a prática do ensino – Educação Física. São Paulo: Blucher, 2011.
NOBREGA, Carolina Cristina dos Santos. Por uma educação física antirracista. Revista brasileira educação física e esporte, v. 34, n. especial, p. 51-61, 2020.
NOBREGA, Carolina Cristina dos Santos. Narrativas quilombolas na educação física escolar: combatendo o epistemicídio. In: MALDONADO, Daniel Teixeira; FARIAS, Uirá de Siqueira; NOGUEIRA, Valdilene Aline (Orgs.). Linguagens na educação física escolar: diferentes formas de ler o mundo. Curitiba, PR: CRV, 2021.
OLIVEIRA, Evaldo Ribeiro. Narrativas de Thereza Santos: contribuições para a educação das relações étnico-raciais. 2009. 144f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2009.
POMIN, Fabiana; CAFÉ, Lucas Santos. Educação para as relações étnico-raciais na Educação Física para além da capoeira. Motrivivência, v. 32, n. 63, p. 1-23, 2020.
PORTELA, Ivalda Kimberlly Santos et al. Exist and resist: the practice of physical education in quilombola communities. Research, society and development, v. 10, n. 15, p. 1-10, 2021.
SALES, Leydiane Vitória; ALMEIDA, Neil Franco Pereira. Diversidade racial e educação física escolar na REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE (1979-2013). Conexões, v. 13, n. 1, p. 129-161, 2015.
SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, quilombos, modos e significações. Brasília, DF: INCTI/UnB, 2015.
SANTOS, Antônio Bispo dos. Quilombos, modos e significados. Teresina, PI: COMEPI, 2007.
SANTOS, Jucélia Bispo dos. Etnicidade e religiosidade da comunidade quilombola de Olaria, em Irará-Bahia. Revista brasileira de história das religiões, v. 2, n. 5, p. 171-201, 2009.
SCHMITT, Alessandra; TARATTI, Maria Cecília Manzoli; CARVALHO, Maria Celina Pereira de. A atualização do conceito de quilombo: identidade e território nas definições teóricas. Ambiente e sociedade, ano V, v. 10, p. 1-6, 2002.
SILVA, Ana Márcia; FALCÃO, José Luiz Cirqueira. Práticas corporais na experiência quilombola: um estudo com comunidades do estado de Goiás/Brasil. Pensar a prática, v. 15, n. 1, p. 52-70, 2012.
SOUZA, Bárbara Oliveira. Aquilombar-se: panorama histórico, identitário e político do movimento quilombola brasileiro. 2008. 204f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2008.
SOUZA, Luciana Karine de. Pesquisa com análise qualitativa de dados: conhecendo a Análise Temática. Arquivos brasileiros de psicologia, v. 71, n. 2, p. 51-67, 2019.
SOUZA, Thaís Godói de; LARA, Larissa Michelle. O estado da arte de comunidades quilombolas no Paraná: produção de conhecimento e práticas corporais recorrentes. Revista de educação física, v. 22, n. 4, p. 555-568, 2011.
VAGO, Tarcísio Mauro. Pensar a educação física na escola: para uma formação cultural na infância e na juventude. Cadernos de formação RBCE, v. 1, n. 1, p. 25-42, 2009.
Downloads
Published
Issue
Section
How to Cite
License
Copyright (c) 2025 Corpoconsciência

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
-
A Revista Corpoconsciência da Universidade Federal de Mato Grosso está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional. Baseado no trabalho disponível em https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/index.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).