A ESCOLARIZAÇÃO DE SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: PERCEPÇÕES SOBRE O ENSINO E APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS
DOI:
10.26571/REAMEC.a2018.v6.n2.p324-341.i7098Palavras-chave:
Ensino de Ciências, Alunos Surdos, Ensino e AprendizagemResumo
A pesquisa de abordagem qualitativa, desenvolvida por meio de um estudo de campo, tem como objetivo analisar o ensino e aprendizagem na disciplina de Ciências, com alunos surdos do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental, em uma escola pública em Belém/PA. Para isso, foram pesquisados quatro estudantes surdos, fluentes em Libras, considerando suas percepções e o contexto em que estão inseridos. O instrumento para produção de dados foi um questionário em língua portuguesa, traduzido e interpretado para a Libras. O resultado mostrou que a contextualização do ensino de ciências engloba a necessária ação de planejar, de como ensinar conteúdos adaptados às possibilidades de um alunado que apresenta elevado nível de percepção visual, condicionado pela surdez em si instalada, não como uma deficiência que produz limitações na aprendizagem, mas como uma diferença naturalmente observada e mediatizada pelo sentido visual e espacial. Observa-se também que, para se trabalhar com surdos, é indispensável que o professor tenha uma competência linguística e comunicacional mínima em Libras, de forma que seja possível uma comunicação satisfatória para ambos os envolvidos, caso contrário é indispensável a presença de um mediador ou intérprete de Libras.
Downloads
##plugins.generic.paperbuzz.metrics##
Referências
BORGES, Antônio Tarciso. Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Cad. Brás. Ens. Fis. v. 19, n.3: p.291-313, dez. 2002. Belo Horizonte – MG, 2002.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Publicado no DOU de 5.10.1988.
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras.
BRASIL. Lei nº 12.319 de 01 de setembro de 2010. Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LÍBRAS.
CAMPELLO, Ana Regina e Souza. Pedagogia Visual: Sinal na Educação dos Surdos. In:QUADROS, Ronice Müller de; PERLIN, Gladis (Orgs.). Estudos Surdos II. Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2007.
FRANCO, Maria Laura P. B. Análise de Conteúdo. 3 ed. Brasília: Libper livro editora, 2008, pp. 69-79.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra,1996.
FRIAS, E. M. A. Inclusão escolar do aluno com necessidades educativas especiais: contribuições ao professor do Ensino Regular. 2010. Disponível em:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1462-8.pdf>acesso em: 26/06/2018.
GONÇALVES, Fábio Perez. GALIAZZI, Maria do Carmo. A natureza das atividades experimentais no ensino de ciências: um programa de pesquisa educativa nos cursos de licenciatura. In: MORAIS, Roque. MANCUZO, Ronaldo. Educação em Biologia: Produção de currículos e formação de professores. Ijuí: UNIJUÍ, 2004, p. 237-252.
GOUVÊA, Guaracira; OLIVEIRA, Carmen Irene C. de; SOUSA, Francisco G. de. Representações imagética da técnica e da tecnologia em livros didáticos de física. In: OLIVEIRA, Carmem Irene C. de. SOUZA, Lucia Helena Pralon de (Org.). Imagens na educação em ciências. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014. p. 57-81.
JOKINEN, M. Alguns pontos de vista sobre a educação dos surdos nos Países Baixos. In: SKLIAR, C (Org.). Atualidade da Educação Bilíngue para Surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999.
LACERDA, C. B. F. de. A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. Cad. CEDES [online]. vol. 26, nº 69, 2006, p. 163-184.
LACERDA, C. B. F.; MANTELATTO, S. A. C. As diferentes concepções de linguagem na prática fonoaudiológica. In C. B. F. Lacerda, H. Nakamura & M. C. Lima (Orgs).. Surdez e abordagem bilíngue. São Paulo: Plexus, 2000. p. 23-43.
LUDKE, M; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986, p. 25-44.
MASCARENHAS, Sidnei Augusto. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 2010
MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil. 2000.
POKER, R. B. Troca simbólica e desenvolvimento cognitivo em crianças surdas: uma proposta de intervenção educacional. 1995. Dissertação de Mestrado (Educação) - Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, Marília, 1995.
QUADROS, R. M. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
RECHICO, C. F. & MAROSTEGA, V. L (Re) pensando o papel do educador especial no contexto da inclusão de alunos surdos. Revista do Centro de Educação. v. 19, 2002, p. 1-5.
REGO, Sheila Cristina Ribeiro. Leitura de imagens: resultados de uma oficina com licenciando em física. In: OLIVEIRA, Carmem Irene C. de. SOUZA, Lucia Helena Pralon de (Org.). Imagens na educação em ciências. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014, p. 85-109.
SOUSA, Lucia Helena Pralon de. Imagens científicas e ensino de ciências: a construção de representação simbólica a partir do referente real. In: OLIVEIRA, Carmem Irene C. de; SOUZA, Lucia Helena Pralon de (Org.). Imagens na educação em ciências. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014, p. 113-134.
SOUZA, R. M.; GÓES, M. C. R. O ensino para surdos na escola inclusiva:considerações sobre o excludente contexto da inclusão. In SKLIAR, C. (Org.). Atualidade da educação bilíngue para surdos. 1. ed. Porto Alegre: Mediação, v. 1, 1999. p. 163-188.
TEDESCO, J. C. O novo pacto educativo: educação, competitividade e cidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática, 2002.
VENTURA, Magda Maria. O Estudo de Caso Como Modalidade de Pesquisa. Rev SOCERJ. Vol. 20, nº. 5, p. 383-386, setembro/outubro 2007.Disponívelem[http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_estudo_de_caso_como_modalidade_de_pesquisa.pdf]; acesso em 10 Jun 2017
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Política de Direitos autorais
Os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos publicados na Revista REAMEC, atendendo às exigências da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências, enquanto a revista utiliza um modelo de licenciamento que favorece a disseminação do trabalho, particularmente adotando a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0).
Os direitos autorais são mantidos pelos autores, os quais concedem à Revista REAMEC os direitos exclusivos de primeira publicação. Os autores não serão remunerados pela publicação de trabalhos neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicado neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em website pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico. Os editores da Revista têm o direito de realizar ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Política de Acesso Aberto/Livre
Os manuscritos publicados na Revista REAMEC são acessíveis gratuitamente sob o modelo de Acesso Aberto, sem cobrança de taxas de submissão ou processamento de artigos dos autores (Article Processing Charges – APCs). A Revista utiliza Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) para assegurar ampla disseminação e reutilização do conteúdo.
Política de licenciamento - licença de uso
A Revista REAMEC utiliza a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0). Esta licença permite compartilhar, copiar, redistribuir o manuscrito em qualquer meio ou formato. Além disso, permite adaptar, remixar, transformar e construir sobre o material, desde que seja atribuído o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico.