A CONSTITUIÇÃO DO CAMPO CIENTÍFICO DA QUÍMICA NO BRASIL E SUAS DERIVAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE QUÍMICA

Autores

DOI:

10.26571/reamec.v10i3.13639

Palavras-chave:

Campo Científico, Química, Formação de Professores, Bourdieu, Habitus

Resumo

O objetivo do artigo é discutir as relações de força e as disputas por capital, o poder no campo, a hierarquia das áreas de conhecimento no Campo Científico da Química (CCQ) e na constituição do habitus químico. Com isso, intentamos compreender o papel da docência nesse espaço assentado na teoria dos campos de Pierre Bourdieu. As contribuições do autor são utilizadas como referencial metodológico com base no método praxiológico. As razões que podem explicitar a estrutura do CCQ no Brasil têm origens na tradição histórica do caráter experimental confirmado pela estruturação do campo, suas práticas, crenças e na divisão em subcampos Tecnológico e de Formação de Professores de Química, o que revela as relações de poder nesse espaço. O CCQ mantém e reproduz a valorização da pesquisa que se volta à formação de bacharéis, considerados exímios pesquisadores que influenciam o ensino e a formação de professores de química. Os estudos contemporâneos do subcampo da formação de professores de química se debruçam para desvelar as marcas e tensões do habitus químico que vem a comprometer a identidade docente.

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Biografia do Autor

Francisca das Chagas Alves Silva, Universidade Federal de Goiás (UFG), Campo Maior, Piauí, Brasil.

Graduada em licenciatura em Química pelo Instituto Federal do Piauí (2006), Mestrado em Ensino de Ciências/Química pela Universidade Federal do Ceará (UFC) atualmente cursa doutorado em Química seguindo a linha de pesquisa Ensino de Química pela Universidade Federal de Goiás (UFG). É professora do Instituto Federal do Piauí ( IFPI - Campo Maior) onde atual como professora da educação básica, técnica e tecnológica (EBTT). Coordenou o subprojeto Química do Programa Institucional de bolsas de Iniciação a Docência - PIBID (2014-2018). Tem experiência na área de ensino de Química principalmente nos temas: Formação de Professores, Divulgação Científica e Alfabetização Científica.

Nyuara Araújo da Silva Mesquita, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brasil.

Licenciada, mestre e doutora em Química pela Universidade Federal de Goiás. Professora associada da área de Ensino de Química na Universidade Federal de Goiás, orientando no mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto de Química-UFG e no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da UFG, coordenadora de área do PIBID/Química UFG campus Goiânia (Edição 2020), coordena o LEQUAL- Laboratório de Educação Química e Atividades Lúdicas. Pesquisadora colaboradora da Rede Latino-Americana de Pesquisa em Educação Química (RELAPEQ) desde a criação da rede em 2014. É pesquisadora do NUPEC-Núcleo de Pesquisa em Ensino de Ciências da UFG. Vice-diretora da Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química nas gestões 2016-2018 e 2018-2020. Editora da seção de Educação da Revista Química Nova. Responsável pela seção "Relatos de Sala de Aula" da Revista Química Nova na Escola. Atuou como Coordenadora Pedagógica da área de Ciências da Natureza na avaliação do PNLD/2021. Desenvolve pesquisas na área de Ensino de Química, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores de Química/Ciências, Educação Ambiental, políticas públicas e ensino de Química, jogos e atividades lúdicas voltadas para o ensino de Química e mídias no ensino de Química. 

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Publicado

2022-09-20

Como Citar

SILVA, F. das C. A.; MESQUITA, N. A. da S. A CONSTITUIÇÃO DO CAMPO CIENTÍFICO DA QUÍMICA NO BRASIL E SUAS DERIVAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE QUÍMICA. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, Brasil, v. 10, n. 3, p. e22048, 2022. DOI: 10.26571/reamec.v10i3.13639. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/13639. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Educação em Ciências