FORMAÇÃO CONTINUADA À LUZ DA ETNOMODELAGEM: CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA DE ENSINO COM PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Autores

DOI:

10.26571/reamec.v9i1.11384

Palavras-chave:

Etnomodelagem, Etnomatemática, Modelagem Matemática, Desenvolvimento profissional

Resumo

O objetivo da pesquisa foi investigar as possíveis implicações teóricas da Etnomodelagem em uma construção de proposta de ensino elaborada por professores de matemática que dão aulas no Ensino Fundamental (EF). Como fundamentação teórica, utilizou-se as abordagens da Modelagem Matemática (MM), Etnomatemática e Etnomodelagem, para elaboração do processo formativo, pautada no conceito de desenvolvimento profissional. Optou-se pelo método qualitativo e o estudo de caso, como tipo de pesquisa. Participaram do estudo 11 professores dos anos finais do EF do Sistema de Ensino do município de Taperoá-BA. A formação foi realizada em seis momentos/turnos de 4 horas cada, totalizando 24 horas. Como instrumentos de produção de dados, foram utilizados o diário de campo, a gravação em áudio, a observação e uma proposta de ensino. Para a análise da produção de dados, foram selecionadas duas das quatro propostas elaboradas. Emergiram da análise aspectos que vão ao encontro da Abordagem Dialógica, importante conceito da Etnomodelagem. Os resultados apontaram para contribuições significativas da formação, posto que se promoveu um ambiente propício para a aprendizagem e o desenvolvimento profissional dos professores em serviço, que lidam com estudantes oriundos da zona rural e vivenciam situações que podem ser exploradas na sala de aula, a fim de reconhecer, preservar, legitimar e valorizar os saberes não contemplados pelos currículos escolares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.generic.paperbuzz.metrics##

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

José Lucas Matias de Eça, Universidade Estadual de Santa Cruz

Mestre em Educação em Ciências e matemática - PPGCEM, UESC. Especialista em Metodologia do Ensino de Matemática e Física, UNINTER (2017). Especialista em Ensino de Matemática no Ensino Médio, UESB (2017). Graduado em Licenciatura em Matemática, UFRB (2015). Formado em Ensino Médio pelo CEFET (2008). Exerce a função de técnico pedagógico na SEDUC/Taperoá-BA e de professor na FAZAG (desde 2017). Atuou como professor do Ensino Fundamental dos Anos Finais no CEAG (2015 /18), no EMEF São Brás (2017) e no EMEF Matias Nascimento (2018), bem como no Ensimo Médio nas oficinas de Práticas Experimentais em Ciência da Natureza e Introdução a Lógica de Programação pelo Programa PROEMI, no Colégio Rômulo Galvão (2015). Atuou como coordenador na Formação de docentes/discentes (do 5° e 9° ano) para a Prova Brasil em Taperoá-BA (2017) e formador de um curso com professores de matemática de Taperoá-BA, vinculado ao IFBA (2019). Participou do programa PET (2014/15), monitor do componente curricular Introdução ao Cálculo na UFRB (2014) e na UPT (2014) como professor de Matemática e Física. 

Jurema Lindote Botelho Peixoto, Universidade Estadual de Santa Cruz

Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual de Santa Cruz (1992) e Mestrado em Matemática pela Universidade Federal da Bahia (2002). Doutorado em Difusão do Conhecimento pelo programa Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento, com sede na Universidade Federal da Bahia - UFBA (2015). Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual de Santa Cruz. Atua principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: educação matemática inclusiva, educação matemática de surdos, ensino e aprendizagem de matemática, análise cognitiva e difusão do conhecimento.

Zulma Elizabete de Freitas Madruga, Universidade Estadual de Santa Cruz

Doutora em Educação em Ciências e Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com período de estágio doutoral realizado na Universidade de Salamanca (USAL), Espanha. Possui Mestrado em Educação em Ciências e Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Especialização em Educação Matemática pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Especialização em Educação - Ênfase em Gestão de Polos pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Licenciatura em Matemática pela Universidade da Região da Campanha (URCAMP) e Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). Possui experiência na Educação Básica, Ensino Fundamental e Médio. Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) - Centro de Formação de Professores, Amargosa, Bahia. Também atua como docente permanente do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECM_UESC). É líder do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática do Recôncavo da Bahia (GPEMAR), membro do Grupo de Pesquisa Educação Matemática e Diversidade Cultural (GPEMDiC) e faz parte dos Grupos de Trabalho sobre Currículo e Educação Matemática (GT3) e História da Matemática e Cultura (GT5) da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM). Linha de Investigação: Aprendizagem e Formação de Professores; Tendências da Educação Matemática, em especial Modelagem na Educação e Etnomatemática.

Referências

ALVES-MAZZOTTI, A. J. Parte II – O método nas ciências sociais. In: ALVES-MAZZOTII, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: Pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1999.

BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática: O que é? Por quê? Como? In: Veritati, n. 4, p. 73-80, 2004. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Matematica/artigo_veritati_jonei.pdf. Acesso em: 8 set. 2020.

BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: uma nova estratégia. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2002. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/256007243_Ensino_aprendizagem_com_Modelagem_matematica. Acesso em: 8 set. 2020.

BIEMBENGUT, M. S. Modelagem matemática & etnomatemática: Pontos (in)comuns. I CONGRESSO NACIONAL DE ETNOMATEMÁTICA. Anais [...] São Paulo, 2000.

BIEMBENGUT, M. S. Modelagem na educação matemática e na ciência. São Paulo: Editora Livraria da Física, v. 1, p. 367, 2016.

BRASIL. Base nacional comum curricular. 3a. versão, Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 8 set. 2020.

CARDOSO, G. D.; MADRUGA, Z. E. F. Etnomodelagem e o extrativismo de caranguejos: uma proposta para a introdução do conceito de função linear. Educação Matemática Debate, Montes Claros, v. 1, n. 3, 2017. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/emd/article/view/43. Acesso em: 8 set. 2020.

D´AMBROSIO, U. Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2001.

FIORENTINI, D. Alguns modos de ver e conceber o ensino da matemática no Brasil. Zetetiké, Campinas, v. 3, n. 1, p. 1-38, 1995. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8646877/15035. Acesso em: 8 set. 2020.

KNIJNIK, G. Educação matemática, exclusão social e política do conhecimento. Bolema, Rio Claro, v. 14, n. 16, 2001. Disponível em: http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/10614. Acesso em: 8 set. 2020.

MACEDO, R. S. Currículo: campo, conceito e pesquisa. Petrópolis: Vozes, 2007.

MADRUGA, Z. E. F.; BIEMBENGUT, M. S. Modelagem & aleg(o)rias: Um enredo entre cultura e educação. Curitiba: Appris, 2016.

PONTE, J. P. Estudos de caso em educação matemática. Bolema, Rio Claro, v. 19, n. 25, p. 105-132, 2006. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/3007. Acesso em: 8 set. 2020.

OREY, D. C.; ROSA, M. Explorando uma abordagem dialógica da etnomodelagem: traduzindo o conhecimento matemático local e global a partir de uma perspectiva sociocultural. Jornal Latino-americano de Etnomatemática, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 179-210, 2018. Disponível em: https://www.revista.etnomatematica.org/index.php/RevLatEm/article/view/485. Acesso em: 8 set. 2020.

ROSA, M.; OREY, D. C. Etnomodelagem: a abordagem dialógica de saberes e técnicas êmicas e éticas. Contexto & Educação, Ijuí, v. 29, n. 94, p. 132-152, set/dez. 2014. Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoeducacao/article/view/3110. Acesso em: 3 dez. 2020.

ROSA, M.; OREY, D. C. Etnomodelagem: a arte de traduzir práticas matemáticas locais. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.

ROSA, M.; OREY, D. Etnomodelagem: A abordagem dialógica da investigação de saberes e técnicas êmicas e éticas. Revista Contexto & Educação, v. 29, n. 94, p. 132-152, 2015. Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoeducacao/article/view/3110. Acesso em: 8 set. 2020.

ROSA, M.; OREY, D. Etnomodelagem como um movimento de globalização nos contextos da etnomatemática e da modelagem. Com a Palavra, o Professor, v. 5, n. 11, p. 258-283, 29 abr. 2020. Disponível em: http://revista.geem.mat.br/index.php/CPP/article/view/565. Acesso em: 8 set. 2020.

ROSA, M.; OREY, D. C. O campo de pesquisa em etnomodelagem: as abordagens êmica, ética e dialética. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 4, p. 865-879, out./dez. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ep/v38n4/06.pdf. Acesso em: 8 set. 2020.

ROSA, M.; OREY, D. C. Vinho e queijo: etnomatemática e modelagem. Bolema, Rio Claro, v. 16, n. 20, p. 1-16, 2003. Disponível em: http://matpraticas.pbworks.com/w/file/fetch/108830845/10541-56308-1-PB.pdf. Acesso em: 8 set. 2020.

SCANDIUZZI, P. P. Água e óleo: Modelagem e etnomatemática? Bolema, Rio Claro, n. 17, p. 52-58, 2002. Disponível em: http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/10604. Acesso em: 8 set. 2020.

VERGANI, T. Educação etnomatemática: O que é? Natal: Flecha do Tempo, 2007. Coleção Metamorfose, número especial.

Publicado

2021-01-16

Como Citar

EÇA, J. L. M. de; PEIXOTO, J. L. B.; MADRUGA, Z. E. de F. FORMAÇÃO CONTINUADA À LUZ DA ETNOMODELAGEM: CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA DE ENSINO COM PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, Brasil, v. 9, n. 1, p. e21005, 2021. DOI: 10.26571/reamec.v9i1.11384. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/11384. Acesso em: 13 out. 2024.

Edição

Seção

Educação Matemática