ESPAÇOS NÃO FORMAIS E A MOBILIZAÇÃO DE PROCESSOS COGNITIVOS: IMPLICAÇÕES AO ENSINO DE CIÊNCIAS NO ESTADO DO AMAZONAS

Autores

DOI:

10.26571/reamec.v10i3.14029

Palavras-chave:

Ensino de Ciências, Processos Cognitivos, Espaços não-formais, Aprendizagem

Resumo

Neste artigo apresenta-se um recorte de uma pesquisa desenvolvida com o objetivo de compreender em que termos os processos cognitivos mobilizados em espaços não formais amazônicos podem construir referências cognitivas à aprendizagem de Ciências no ambiente escolar. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida na cidade de Manacapuru, estado do Amazonas, Brasil, segundo pressupostos fenomenológicos. No recorte apresentado, as reflexões e os resultados foram obtidos por meio de observação sistemática e de pesquisa bibliográfica. A base teórica que fundamenta as reflexões estrutura-se a partir das ideias de autores como Pasquali (2019), Cosenza e Guerra (2011), Almeida (2010) e Colley, Hodkinson e Malcolm (2002). Os resultados obtidos indicam que, pela caracterização e pelas possibilidades de estabelecimento de relações entre o que se sente, ouve, vê e experimenta, espaços não formais, como uma área de várzea no período da enchente e vazante do rio, e a área portuária da cidade de Manacapuru-AM, propiciam a construção de referências cognitivas para a aprendizagem de Ciências, pois nesses espaços o ensino desta disciplina mobiliza, principalmente, a percepção, a atenção, a memória e a reflexão crítica acerca das consequências da ação humana sobre o meio ambiente.

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Biografia do Autor

Mara Dalila Ferreira de Araújo, Secretaria do Estado da Educação (SEDUC), Manacapuru, Amazonas, Brasil.

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Amazonas (2015) e graduação em ciência politica pela Universidade do Estado do Amazonas (2007) é especialista em Didático no Ensino Superior. É mestranda no curso de Mestrado Acadêmico em Educação em Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas- UEA. Atua como Professora de ciências biológica pela Secretaria do Estado de Educação/SEDUC nos anos finais do Ensino Fundamental na E.E. Joaquim de Souza Coelho em Manacapuru. Tem experiência em projeto de pesquisa no âmbito da Fundação de Amparo a pesquisa no Amazonas/FAPEAM.

Lucélida de Fátima Maia Costa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Parintins, Amazonas, Brasil.

Doutora em Educação em Ciências e Matemáticas, Área de concentração: Educação Matemática, pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestra em Educação em Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Mestra em Estudos Amazônicos pela Universidade Nacional da Colômbia (UNAL), título revalidado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Possui Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela Faculdade de Educação de Cacoal. Especialização em Tecnologias Educacionais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Licenciada em Matemática pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), atuando principalmente nos campos de conhecimento de Formação de Professores e Etnomatemática. Professora do Programa de Pós Graduação em Educação e Ensino de Ciência da UEA - Mestrado Acadêmico em Educação em Ciências na Amazônia. Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em (Educação) Matemática e Tecnologias - COMPLEXUS.

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Publicado

2022-09-20

Como Citar

ARAÚJO, M. D. F. de; COSTA, L. de F. M. ESPAÇOS NÃO FORMAIS E A MOBILIZAÇÃO DE PROCESSOS COGNITIVOS: IMPLICAÇÕES AO ENSINO DE CIÊNCIAS NO ESTADO DO AMAZONAS. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, Brasil, v. 10, n. 3, p. e22052, 2022. DOI: 10.26571/reamec.v10i3.14029. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/14029. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Educação em Ciências