TRAJETÓRIA INICIAL DA HISTÓRIA NATURAL NAS INSTITUIÇÕES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO PARÁ (1870-1890)
DOI:

Palavras-chave:
História Natural, história do currículo escolar, Cultura local, ParáResumo
A disciplina denominada História Natural foi adotada, pela primeira vez, em uma escola para formação de professores do Pará, em 1873, pelo Curso Normal. Esse acontecimento é significativo para o nosso objetivo que é contribuir para compreender as condições que possibilitaram a inserção inicial da História Natural nas escolas para a formação de professores do Pará. A presente pesquisa inicia em 1870, pela análise das leis e regulamentos propondo a criação da referida escola e finaliza em 1890, quando a História Natural, após ser retirada do plano de ensino, continua ausente. Além das leis e regulamentos governamentais, analisamos os noticiários dos jornais. Neste noticiário, predominam opiniões favoráveis à adoção desta disciplina e à criação do Curso Normal, embora tenha havido, também, resistências. Convém assinalar, ainda, que a presença da História Natural não se reduziu ao contexto escolar. Nesse momento, ela se acentuava no contexto cultural local, destacando-se a presença da instituição destinada, sobretudo, às atividades nesse campo do conhecimento: o Museu Paraense (hoje Museu Paraense Emílio Goeldi).
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Antônio Coelho Sá e. Relatório que o Exmº sr. Dr. Antonio Coelho de Sá e Albuquerque, presidente da Província do Pará, apresentou ao Exmº sr. vice-presidente, Dr. Fábio Alexandrino de Carvalho Reis ao passar-lhe a administração da mesma Província em 12 de maio de 1860. Pará: Tipografia comercial de A.J. Rabelo Guimarães, 1860. Disponível em:< http://obrasraras.fcp.pa.gov.br/relatorio-que-o-exm-sr-dr-antonio-coelho-de-sa-e-albuquerque-presidente-da-provincia-do-para-apresentou-ao-exm-sr-vice-presidente-dr-fabio-alexandrino-de-carvalho-reis-ao-passar-lhe-a-administra/>. Acesso em: 08 de janeiro de 2023.
ALVES, Jerônimo. Tempo, Espaço e Modernidade na Belle-Époque Amazônica. In.: CARUSO, Francisco. Diálogos Sobre o Tempo. São Paulo, Maluhy & Co, 2010.
ALMANACH DO PARÁ. Administrativo, Mercantil, Industrial e Noticioso da Província do Pará para o ano de 1871. Ano 3. Disponível em:< http://memoria.bn.br/pdf/705985/per705985_1871_00001.pdf>. Acesso em: 08 de janeiro de 2023.
BARROS, Jônatas B.; ALVES, J. Jerônimo. As ciências na Escola Normal do Pará: características e condições de inserção (1867-1890). In.: MENDES, Iran A.; STAMATTO, Maria I. S. (Orgs.). Escolas Normais do Brasil: espaços de transformação docente e produção dessaberes profissionais. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2020.
CAMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Centro de Memória. Uma transformação histórica. Obras de arte. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.leg.br/memoria/especial/pedro-vicente-de-azevedo/. Acesso em: 05 de maio de 2022.
CORREIO MERCANTIL. Rio de Janeiro, ed. 75, domingo, 16 de março de 1856.
CRISPINO, Luis C. B.; BASTOS, Vera B.; TOLEDO, Peter M. (Orgs.). As origens do Museu Paraense Emílio Goeld: aspectos históricos e iconográficos (1860-1921). Belém: Paka-Tatu, 2006.
CUNHA, Osvaldo Rodrigues da. Talento e atitude: Estudos Biográficos do Museu Emilio Goeldi, I. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi, 1989.
DAOU, A. M. A belle époque amazônica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
DIÁRIO DE BELÉM, edição n. 57, sábado 13 de março de 1869.
DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO. Ed. 8551 de 18 de setembro de 1850.
DIAS, E. M. A ilusão do Fausto – Manaus 1890-1920. 2ª edição, Manaus: Editora Valer, 2007.
DUARTE, Dércio Pena. Bases para o espírito: Ferreira Penna, Ciência e Educação na Província do Grão-Pará (1866-1891). Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Educação Matemática e Científica, 2010.
FIGUEIREDO, Aldrin Moura de. Páginas antigas: uma introdução à leitura dos jornais paraenses, 1822-1922. Margens, [S.l.], v. 2, n. 3, p. 245-266, may 2016. ISSN 1982-5374. Available at: <https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistamargens/article/view/3040/3075>. Date accessed: 12 aug. 2021. doi:http://dx.doi.org/10.18542/rmi.v2i3.3040.
FIGUEIREDO, José Bento da Cunha. Relatório com que o excelentíssimo senhor presidente da província José Bento da Cunha Figueiredo, entregou a administração da província do Grão-Pará ao excelentíssimo senhor 2º vice-presidente, coronel Miguel Antônio Pinto Guimarães. Em 16 de maio de 1869. Pará, Tipografia do Diário do Grão-Pará, 1869. Disponível em: < http://177.74.60.161/acervodigital_obrasraras/file/relatorios/relatorioapresenrtadoporjosebentodacunhafigueiredo16maio1869/2/>. Acesso em: 23 de setembro de 2022.
FREITAS, Joaquim Pedro Correia de. Ligeiro esboço histórico da história natural. In.: JORNAL DO PARÁ, ed. 286, de 23 de dezembro de 1871.
FRANÇA, Maria do P.S.G.S.A; Santos, Darlene S. M; LOPES, Mário A. S. A Escola Normal do Estado do Pará (1890-1912): saberes e práticas educativas. In.: MENDES, Iran A.; STAMATTO, Maria I. S. (Orgs.). Escolas Normais do Brasil: espaços de transformação docente e produção dessaberes profissionais. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2020.
HALL, Stuart. A Centralidade da Cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Revista Educação & Realidade. 22(2): 15-46, jul./dez., 1997
HALL, Stuart. Cultura e Representação. (Tradução de Daniel Miranda e William Oliveira). – Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; Apicuri, 2016.
JORNAL DO PARÁ, Edição nº 88, Belém, sábado, 22 de abril de 1871.
JORNAL DO PARÁ, Edição n. 226, Belém, quarta-feira, 11 de outubro de 1871.
JORNAL DO PARÁ, Edição n. 292, Belém, quarta-feira, 25 de dezembro de 1872.
JORNAL DO PARÁ, Edição nº 76, Belém, sexta-feira 04 de abril de 1873.
LIMA; Marcelino Carmo de.; ALVES, José Jerônimo de Alencar. A inserção da Botânica na Instrução Pública do Pará: Liceu Paraense (1851-1873). Revista Cocar. v.17, n. 35, 2022. Disponível em:< https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/6086>. Acesso em: 08 de janeiro de 2023.
LIMA; Marcelino C.; NASCIMENTO, Sulenir C; ALVES, Jerônimo. Disputas pelo monopólio da prática odontológica e a criação da Escola Livre de Odontologia do Pará (1911-1914). Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas, vol. 13, nº 25, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistaamazonia/article/view/3749. Acesso em: 03 de agosto de 2022.
MACHADO, Diego. ALVES, Jerônimo. A “atraente escola de intuição”: o Jardim Zoológico e o Horto Botânico do Museu Paraense de História Natural e Etnografia (1897-1900). In. LOPES, M. M.; HEIZER, A., (Orgs). Colecionismos, práticas de campo e representações [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011. 280 p. Ciência & Sociedade collection. ISBN 978-85-7879-079-0. Disponível em: < https://books.scielo.org/id/rk6rq/pdf/lopes-9788578791179-18.pdf>. Acesso em: 18 de agosto de 2022.
MACHADO, Diego R. S. A Lição de Coisas: o Museu Paraense e o Ensino da História Natural (1889-1900). Dissertação de Mestrado, Instituto de Educação Matemática e Científica, Universidade Federal do Pará, 2010.
MENDES, Iran Abreu. Saberes profissionais relativos às matemáticas em programas de ensino da Escola Normal do Pará (1871-1918). In.: MENDES, Iran A.; STAMATTO, Maria I. S. (Orgs.). Escolas Normais do Brasil: espaços de transformação docente e produção de saberes profissionais. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2020
NASCIMENTO, Sulenir C. S. A introdução da Escola Superior do Pará: “Escola de Pharmácia do Pará” e ensino científico (1897-1914). Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Educação Matemática e Científica, Programa de PósGraduação em Educação em Ciências e Matemáticas, Belém, 2017. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/13232/1/IntroducaoEscolaSuperior_Dissertacao.pdf. Acesso em: 12 dez. 2022.
O LIBERAL DO PARÁ, Belém do Pará, edição n. 278, ano IV, terça-feira, 10 de dezembro de 1872.
O LIBERAL DO PARÁ, Belém do Pará, edição n. 27, Belém, sexta-feira 5 fevereiro de 1875.
O LIBERAL DO PARÁ, Belém do Pará, edição n. 66, quarta-feira 24 de março de 1875.
RODRIGUES, João Barbosa. Exploração e estudo do valle do Amazonas: Rio Tapajós. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1875.
RODRIGUES, Vitor Russo Fróis. Jurista eloquente e jurista cientista: identificação de perfis intelectuais na cultura jurídica paraense da segunda metade do século XX. In.: VILLAS BOAS, Regina V.; SIMÕES, Sandro A. S. História do direito [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI/CESUPA. Coordenadores: Regina Vera Villas Boas; Sandro Alex De Souza Simões – Florianópolis: CONPEDI, 2019. ISBN: 978-85-5505-862-2. Disponivel em:< http://site.conpedi.org.br/publicacoes/048p2018/02u3v55i>. Acesso em: 11 de janeiro de 2023.
SÁ, Magali Romero. O botânico e o mecenas: João Barbosa Rodrigues e a ciência no
Brasil na segunda metade do século XIX. História, Ciência, Saúde – Manguinhos. Vol. VIII, (suplemento), 998-924, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/RdQnjqkydQgyHbkKKMbcG7H/?lang=pt. Acesso em: 08 de janeiro de 2023.
SANJAD, Nelson R. A Coruja de Minerva: o Museu Paraense entre o Império e a República, 186-1907. Tese (Doutorado em História das Ciências da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz. Rio de Janeiro, 2005.
SANTOS, Maria C. F. A disciplina História Natural no Instituto de Educação do Rio de Janeiro nos anos 1930: considerações sobre metodologias de ensino e objetos escolares. Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017. (ISSN 2236-1855). Disponível em: < https://sbhe.org.br/uploads/proceeding/408/1e9930cec6ac3475d75b01353df92f03.pdf>. Acesso em: 29 de novembro de 2022.
SARGES, Maria de Nazaré. Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912). 2ª ed. – Belém: Paka-Tatu, 2004.
MOREIRA, Antônio F.; SILVA, Tomaz T (Orgs.). Currículo, Cultura e Sociedade. 12ª edição - São Paulo: Cortez, 2011.
SILVA, Tomaz T. Apresentação. In.: GOODSON, Ivor F. Currículo: Teoria e História. (Tradução Attílio Brunetta; Hamilton Francischetti) – 15ª edição atualizada e ampliada – Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.
PARÁ. Portaria de 9 de junho de 1874. Suprime a cadeira vaga de química e física do Liceu Paraense e bem assim a de instrução religiosa do curso normal do mesmo Liceu, extinto pelo regulamento desta data. In.: Coleção das Leis da Província do Grão-Pará. Tomo XXXVI, Parte 1. Belém: Tipografia do Diário do Grão-Pará, 1874.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Marcelino Carmo de Lima, José Jerônimo de Alencar Alves

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Política de Direitos autorais
Os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos publicados na Revista REAMEC, atendendo às exigências da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências, enquanto a revista utiliza um modelo de licenciamento que favorece a disseminação do trabalho, particularmente adotando a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0).
Os direitos autorais são mantidos pelos autores, os quais concedem à Revista REAMEC os direitos exclusivos de primeira publicação. Os autores não serão remunerados pela publicação de trabalhos neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicado neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em website pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico. Os editores da Revista têm o direito de realizar ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Política de Acesso Aberto/Livre
Os manuscritos publicados na Revista REAMEC são acessíveis gratuitamente sob o modelo de Acesso Aberto, sem cobrança de taxas de submissão ou processamento de artigos dos autores (Article Processing Charges – APCs). A Revista utiliza Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) para assegurar ampla disseminação e reutilização do conteúdo.
Política de licenciamento - licença de uso
A Revista REAMEC utiliza a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0). Esta licença permite compartilhar, copiar, redistribuir o manuscrito em qualquer meio ou formato. Além disso, permite adaptar, remixar, transformar e construir sobre o material, desde que seja atribuído o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico.