BIOPIRATARIA E EXPLORAÇÕES OCORRIDAS NO BRASIL: UM RELATO-DENÚNCIA DE PRÁTICAS CRIMINOSAS CONTRA POVOS INDÍGENAS

Autores

DOI:

10.26571/reamec.v9i1.11668

Palavras-chave:

Povos indígenas, Biodiversidade, Biopirataria, Comércio indígena

Resumo

Este artigo tem como objetivo denunciar o processo de subalternação e (re)colonização comercial em cenários indígenas no Brasil, instaurado com a prática da biopirataria, que transforma a biodiversidade em produtos patenteados por instituições financeiras sem a repartição justa das vantagens por elas obtidas. Trazemos, por meio de relatos-denúncias e de revisão da literatura, as influências de práticas colonialistas que agridem os conhecimentos indígenas, suas práticas comerciais tradicionais, as fronteiras culturais, a biodiversidade e a biotecnologia, sendo ocasionadas por segmentos da sociedade nacional que detêm poder econômico, de modo articulado com as explorações ocorridas na Amazônia e em outros cenários brasileiros. Apresentamos ainda alguns impactos da Constituição de 1988, no que tange à prática da biopirataria, que evidenciam o desrespeito a normativas de Direitos Humanos por violentarem saberes e viveres dos povos indígenas.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.generic.paperbuzz.metrics##

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Matheus Moreira da Silva, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

Graduado em Licenciatura em Matemática pelo Instituto de Matemática e Estatística - UFG. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática - UFG. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática - UFG. Colaborador no Programa de Educação Tutorial da Licenciatura Intercultural - PETLI/UFG e no curso de Licenciatura em Educação Intercultural, vinculado ao Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena - UFG. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Etnomatemática, Didática, Prática de Ensino, Formação de Professores, Diversidade Cultural, Relações Étnico-Racial e Educação Escolar Indígena. Atualmente é pesquisador do Matema: Grupo de Formação e Pesquisa em Educação Matemática - UFG, membro da Sociedade Brasileira de Educação Matemática - SBEM e da Sociedade Brasileira de Matemática - SBM. Faz parte da coordenadoria do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da UFG.

José Pedro Machado Ribeiro, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

Bacharel em Matemática pela Universidade Federal de Goiás (1991); mestrado em Matemática pela Universidade de Brasília (1995); e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2006). Área de concentração Ensino de Ciências e Matemática, Etnomatemática e Educação Escolar Indígena. Professor Associado 4 do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade Federal de Goiás (UFG) desde 1997. Membro do corpo docente e orientador do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da UFG desde 2007. Professor e membro do Comitê de Orientação dos Javaé do curso de Licenciatura em Educação Intercultural da UFG. Tutor do PET (Programa de Educação Tutorial) do curso de Licenciatura em Educação Intercultural da UFG desde 2015. Coordenador do Laboratório de Educação Matemática do IME/UFG. Líder Matema: Grupo de Pesquisa e Formação em Educação Matemática da UFG. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Etnomatemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Etnomatemática, Educação Matemática, História da Matemática, Educação Escolar Indígena, Formação de Professores, Diversidade Cultural, Matemática - aspectos sociais e dinâmica intra e intercultural.

Rogério Ferreira, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil

Realizou pós-doutorado em Educação pela USP (2009), doutorado em Educação pela USP (2005), mestrado em Matemática pela UFG (1995) e Licenciatura em Matemática pela UFG/Catalão (1991). Atualmente é Professor Associado 4 da Universidade de Brasília (UnB), atuando na Licenciatura em Educação do Campo. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática. Principais campos de pesquisa e extensão em que atua: etnomatemática, educação escolar indígena, formação de professores, tecnologia educacional, jogos estratégicos e currículo.

Referências

BARBIERI, S. R. J. Biopirataria e povos indígenas. 1. ed. São Paulo: Almedina, 2014.

BOND, R. História do caminho de Peabiru. 1. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília: MEC, 1988.

BRASIL. Leis de crimes ambientais: lei 9605/98 de 12 de fevereiro de 1988. Brasília: MEC, 1988. Disponível em: https://tecnoblog.net/360529/como-citar-leis-nas-normas-abnt/. Acesso em: 23 abr. 2021.

CARRASCO, L.; PALACIOS, S. Quem manipula os povos indígenas: contra o desenvolvimento do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Capaxdei, 2013.

CASTILHO, E. W. V. Direitos humanos das populações indígenas. In: CASTILHO, E. W. V. (org.). Direitos Humanos, Brasília, n. 3, p. 19-22, 2009.

COLL, J. O. A resistência indígena: do México à Patagônia, a história da luta dos índios contra os conquistadores. 2. ed. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 1974.

HOMMA, A. K. O. Biopirataria na Amazônia, como reduzir os riscos? Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, PA, v. 1, n. 1, p. 47-60, jul./dez. 2005. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/30451/1/BiopiratariaAmazonia.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021.

LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. 15. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.

MARÉS, F. O renascer dos povos indígenas para o direito. 2. ed. Curitiba: Juruá Editora, 2010.

NASCIMENTO, D. L. Biopirataria na Amazônia. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2010.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 23 abr. 2021.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Povos Indígenas, 2008. Disponível em: https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Declaracao_das_Nacoes_Unidas_sobre_os_Direitos_dos_Povos_Indigenas.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e américa latina. 1. Ed. Buenos

Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2000.

SANTILLI, J. Multiculturalismo e direitos coletivos: socioambientalismo e novos direitos. 1. ed. São Paulo: Petrópolis, 2005.

SHIVA. Biopirataria: a pilhagem da natureza e do conhecimento. 1.ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

SILVA, M. M. Etnomatemática e relações comerciais na formação de professores indígenas. 2018. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática, Universidade Federal de Goiás, 2018. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/8242/5/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Matheus%20Moreira%20da%20Silva%20-%202018.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021.

STAVENHAGEM, R. Etnodesenvolvimento: uma dimensão ignorada no pensamento desenvolvimentista. Brasília: UNB, 1984.

TAUKANE, E. B. Minha formação, meu povo: um só objetivo. In: Taukane, E. B. Caderno de educação escolar indígena. Barra do Bugres, MT: UNEMAT, v. 2, n. 1, p. 11-18, 2003.

Publicado

2021-04-24

Como Citar

MOREIRA DA SILVA, M.; MACHADO RIBEIRO, J. P. .; FERREIRA, R. . BIOPIRATARIA E EXPLORAÇÕES OCORRIDAS NO BRASIL: UM RELATO-DENÚNCIA DE PRÁTICAS CRIMINOSAS CONTRA POVOS INDÍGENAS. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, Brasil, v. 9, n. 1, p. e21031, 2021. DOI: 10.26571/reamec.v9i1.11668. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/11668. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Educação Matemática