PERFIL PROFISSIONAL E O TRABALHO COM CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE MONTES CLAROS/MG E PALMAS/TO
DOI:
10.51283/rc.27.e15074Palavras-chave:
Educação Infantil, Perfil Profissional, Corpo, Gestos e MovimentosResumo
O objetivo deste estudo foi analisar o perfil profissional de professores que atuam na Educação Infantil (EI) associado à formação e capacitação recebidas para promover atividades que envolvam o campo de experiência corpo, gestos e movimentos. Foram coletados dados de uma amostra de 364 professores que atuam em Palmas (TO) e Montes Claros (MG). Verificou-se a prevalência de profissionais do gênero feminino (97,5%); predomínio da faixa etária de 30 a 49 anos (74,5%), média de experiência profissional acima de 11 anos (52,5%) e de formação com ensino superior (75%). Durante a graduação a maioria dos professores cursaram ao menos uma disciplina sobre o tema, entretanto 77% deles nunca participou de cursos de capacitação sobre o assunto, a renda média dos professores foi de três a cinco salários mínimos. Observa-se que mesmo com as recomendações da BNCC e dos outros documentos complementares à EI o perfil profissional da amostra apresenta pouca familiaridade com o tema corpo, gestos e movimentos indicando a necessidade de ações e saberes interdisciplinares.
Referências
ALONSO-MARTÍNEZ, Alicia e colaboradores. Physical activity, sedentary behavior, sleep and self-regulation in Spanish preschoolers during the COVID-19 lockdown. International journal of environmental research and public health. v. 18, n. 2, p. 693, 2021.
ARCE, Alessandra. Compre o kit neoliberal para a educação infantil e ganhe grátis os dez passos para se tornar um professor reflexivo. Educação & sociedade, v. 22, p. 251-283, 2001.
BARBOSA, Andreza. Salários docentes, financiamento e qualidade da educação no Brasil. Educação e realidade, v. 39, p. 511-532, 2014.
BARBOSA, Marta Cristina; DOS SANTOS BERNARDI, Luci. Formação continuada na educação infantil: a escola é o lócus. Retratos da escola, v. 16, n. 36, p. 1031-1050, 2022.
BLACK, Maureen e colaboradores. Early childhood development coming of age: science through the life course. The lancet. v. 389, n. 10064, p. 77–90, 2017.
BRASIL. Estatuto da criança e adolescente. Brasília, DF: Lei n. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1990.
______. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Lei n. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.
______. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf>. Acesso em: 02 out. 2022.
______. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Brasília, DF, 2009.
______. Base Nacional Comum Curricular: ensino fundamental. Brasília, DF: MEC/SEF, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em: 15 outubro 2022.
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no Lei n.º 5.692/71, de 11 de Agosto de 1971. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 20 nov. 2022.
BRITTO, Pia e colaboradores. Nurturing care: promoting early childhood development. The Lancet, v. 389, n. 10064, p. 91-102, 2017.
CAMPOS, Roselane de Fátima; DURLI, Zenilde; CAMPOS, Rosânia. BNCC e privatização da Educação Infantil: impactos na formação de professores. Retratos da escola, v. 13, n. 25, p. 170-185, 2019.
CARVALHO, Alexandre Freitas; COELHO, Vitor Antonio Cerignoni; TOLOCKA, Rute Estanislava. Professores de educação infantil e temas sobre inclusão de crianças com deficiência no ensino regular. Educação e pesquisa, v. 42, p. 713-726, 2016.
CLEARFIELD, Melissa. Learning to walk changes infants' social interactions. Infant behavior & development, v. 34, n. 1, p. 15-25, 2011.
COELHO, Vitor Antonio Cerignoni e colaboradores. (Des) valorização da atividade física na pré-escola por professores. Revista brasileira de ciências do esporte, v. 40, p. 381-387, 2018.
COELHO, Vitor Antonio Cerignoni; DE MARCO, Ademir; TOLOCKA, Rute Estanislava. Marcos de desenvolvimento motor na primeira infância e profissionais da educação infantil. Revista brasileira de educação física e esporte. v. 33, p. 5-12, 2019.
COELHO, Vitor Antonio Cerignoni e colaboradores. O brincar e se movimentar na educação infantil: reflexões sobre a legislação, os documentos oficiais e a prática pedagógica na escola. Humanidades & inovação, v. 8, n. 32, p. 155-170, 2021.
CRUZ, Priscila; MONTEIRO, Luciano (Orgs.). Anuário brasileiro da educação básica. Todos pela Educação. São Paulo: Moderna, 2021.
FREITAS, Maria Teresa (Org.). Memória de professoras: história e histórias. Juiz de Fora, MG: UFJF, 2000.
GATTI, Bernardete. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & sociedade, v. 31, p. 1355-1379, 2010.
GATTI, Bernardete e colaboradores. A atratividade da carreira docente no Brasil. Estudos & pesquisas educacionais, n. 1, p. 139-209, 2010.
GATTI, Bernardete. Formação de professores: perspectivas. In: SPAZZIANI, Maria de Lourdes (Org.). Profissão de professor: cenários, tensões e perspectivas. São Paulo: UNESP, 2016.
GUIRRA, Frederico Jorge Saad; PRODÓCIMO, Elaine. Trabalho corporal na educação infantil: afinal, quem deve realizá-lo? Motriz: Revista de Educação Física, v. 16, p. 708-713, 2010.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Cidades. Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://www.ibg.gov.br/cidades/defaut.php>. Acesso em: 20 nov. 2022.
IZA, Dijnane Fernanda Vedovatto; MELLO, Maria Aparecida. Quietas e caladas: as atividades de movimento com as crianças na educação infantil. Educação em revista, v. 25, n. 2, p. 283-302, 2009.
KRAMER, Sonia. Por uma educação infantil de qualidade. Nuevamérica, v. 138, p. 4-21, 2013.
MARFAN, Marial Almeida (Org.). Ministério da Educação. CONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO, 2001. Anais... Brasília, DF: MEC/ SEF, 2001.
MARTINS, Rodrigo Del Rio; MELLO, André da Silva. Perfil profissional dos professores de educação física que atuam na educação infantil pública das capitais brasileiras. Humanidades & Inovação, v. 6, p. 160-172, 2019.
MELLO, André da Silva e colaboradores. Da inserção à legitimação: dilemas e perspectivas da educação física com a educação infantil. Revista didática sistêmica, v. 23, n.1, p. 9-15, 2021.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1971.
PIMENTA, Selma Garrido. Funções Sócio-históricas da formação de professores da 1ª a 4ª série do 1º grau. São Paulo: Loyola, 1990.
PORANEN-CLARK, Taina e colaboradores. Infant motor development and cognitive performance in early old age: the Helsinki Birth Cohort Study. AGE, v. 37, n. 3, p. 9785-9793, 2015.
RABELO, Amanda Oliveira; MARTINS, António Maria. A mulher no magistério brasileiro: um histórico sobre a feminização do Magistério. CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 2010. Anais... Uberlândia, MG, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, 2010.
ROSEMBERG, Fúlvia. Educação formal, mulher e gênero no Brasil contemporâneo. Revista estudos feministas, v. 9, n. 2, p. 515-540, 2001.
SAYÃO, Deborah Thomé. Cabeças e corpos, adultos e crianças: cadê o movimento e quem separou tudo isso? Revista eletrônica de educação, v. 2, n. 2, p. 92-105, 2008.
STAVISKI, Gilmar; SURDI, Aguinaldo; KUNZ, Elenor. Sem tempo de ser criança: a pressa no contexto da educação de crianças e implicações nas aulas de educação física. Revista brasileira de ciências do esporte, v. 35, p. 113-128, 2013.
STODDEN, David e colaboradores. A developmental perspective on the role of motor skill competence in physical activity: an emergent relationship. Quest, v. 60, p. 290-306, 2008.
TOLOCKA, Rute Estanislava. Educação infantil: euforia e desenvolvimento integral. In: MAFRA, Jason Ferreira; BATISTA, Jose Carlos de Freitas; BAPTISTA, Ana Maria Haddad (Orgs.). Educação básica: concepções e práticas. São Paulo: BT Acadêmica, 2015.
WHO. World Health Organization. Guidelines on physical activity, sedentary behaviour and sleep for children under 5 years of age. 2019. Disponível em: <https://apps.who.int/iris/handle/10665/311664>. Acesso em: 18 jan. 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Corpoconsciência
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
-
A Revista Corpoconsciência da Universidade Federal de Mato Grosso está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional. Baseado no trabalho disponível em https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/index.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).