A ESCOLA HIGIÊNICA A PARTIR DE FOUCAULT: REFLEXÕES PARA UM BRASIL DESAFIADOR

Autores

DOI:

10.29286/rep.v31ijan/dez.12056

Palavras-chave:

Escola, Biopoder, Normalização, Higienismo, Michel Foucault

Resumo

O objetivo nesse texto é refletir sobre a produção de anormalidades de um ponto de vista histórico-hermenêutico. Partindo do marco teórico proposto por Michel Foucault, veremos como o binômio normalidade-anormalidade, seja de modo disciplinar ou biopolítico, serve à produção de indivíduos mediante relações de saber-poder. Nestes termos, veremos como se dá a produção de anormalidades na obra de Foucault. Na segunda seção, veremos como a discussão sobre o biopoder pode ser utilizada no intuito de problematizar situações e casos ocorridos em nosso continente. Trata-se de relacionar a produção de anormalidades como o desenvolvimento do Higienismo na América Latina. Tendo a escola como ponto focal, será possível perceber algumas estratégias utilizadas na normalização e produção de corpos higiênicos.

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Biografia do Autor

João BARROS, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Professor Associado integrante do PPGICAL-UNILA. Doutor em Filosofia (UNISINOS/2012), tendo feito também dois estágios doutorais: 1) Universidade de Tübingen-Alemanha (período de Setembro/2008 a Fevereiro/2009) e 2) UBA-Argentina (período de Agosto/2009 a Dezembro/2009). Doutor em Ciências Sociais pela UBA (CONICET/2013). Mestre em Filosofia pela UNISINOS (CAPES/2006) e graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Membro do Comitê de Assessores de Área da Fundação Araucária - Ciências Humanas (2020-2024). Membro do Grupo de pesquisa Ética, biopolítica e alteridade, vinculado à Cátedra UNESCO-UNISINOS de direitos humanos. Coordenador do grupo de pesquisa biopolítica e colonialidade - UNILA. Tem diversos artigos publicados no Brasil e na Argentina. Já participou como co-editor da Revista Controvérsia (www.controversia.unisinos.br) durante o período de julho/2006 a junho/2007. Atua principalmente nos seguintes temas: biopolítica em Michel Foucault e colonialidade do ser e do saber na Descolonialidade Epistêmica.

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Publicado

2022-04-30

Como Citar

BARROS, J. . A ESCOLA HIGIÊNICA A PARTIR DE FOUCAULT: REFLEXÕES PARA UM BRASIL DESAFIADOR. Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 31, n. jan/dez, p. 1–16, 2022. DOI: 10.29286/rep.v31ijan/dez.12056. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/12056. Acesso em: 26 abr. 2024.