DESIGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA/ETNIA NAS PARTICULARIDADES DO TRABALHO DOMÉSTICO

Autores

DOI:

10.56267/rdtps.v8i15.13748

Palavras-chave:

Trabalho doméstico, Desigualdade, Gênero, Raça, Etnia

Resumo

O artigo analisa a configuração do trabalho doméstico sob a ótica das relações raciais, de classe e de gênero. De natureza qualitativa, a pesquisa se baseou em investigação bibliográfica e documental sobre o trabalho doméstico, marcado predominantemente pela reprodução e sustentação das desigualdades de raça/etnia, gênero, classe e geração e na realização de entrevistas semiestruturadas com trabalhadoras domésticas negras do Distrito Federal. O trabalho doméstico remunerado, historicamente desvalorizado, compõe o cotidiano de mulheres que conciliam as jornadas laborais com atividades não remuneradas na esfera da reprodução social, como os afazeres domésticos, os cuidados com filhos e entes familiares, o que implica em extenuantes sobrecargas de trabalho e precarização existencial de suas vidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Reginaldo Ghiraldelli, Universidade de Brasília (UnB)

Docente do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade de Brasília (UnB). Coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Sociabilidade e Serviço Social (TRASSO/UnB).

Alina Freitas Praxedes, Universidade de Brasília

Graduada em Serviço Social pela Universidade de Brasília (UnB). Mestra em Estudos Interdisciplinares de Gênero pela Universidade Autônoma de Madri (Espanha). Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Sociabilidade e Serviço Social (TRASSO/UnB).

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

ALVES, Giovanni. Dimensões da restruturação produtiva: ensaios de sociologia do trabalho no capitalismo global. Londrina: Editora Práxis, 2007.

ÁVILA, Maria Betânia. O tempo do trabalho doméstico remunerado: entre cidadania e servidão. In: ABREU, Alice Rangel de Paiva; HIRATA, Helena; LOMBARDI, Maria Rosa. Gênero e Trabalho no Brasil e na França: perspectivas interseccionais. São Paulo: Boitempo, 2016.

BERNARDINO-COSTA, Joaze. Sindicatos das trabalhadoras domésticas no Brasil: teorias da descolonização e saberes subalternos. Tese (Doutorado em Sociologia), Universidade de Brasília, Brasília, 274f, 2007.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília-DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Revista do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2010.

CHAVES, Marjorie Nogueira. Terceirização dos serviços de limpeza: vivências de sofrimento de mulheres negras trabalhadoras diante do trabalho. In Anais do 2º Simpósio Nacional sobre Democracia e Desigualdades. Brasília: Universidade de Brasília, 2014.

CRUZ, Jamile Campos. O Trabalho doméstico ontem e hoje no Brasil: legislação, políticas públicas e desigualdade. In: I Seminário de Pós-graduação em Ciências Sociais. Anais do Seminário de Pós-graduação em Ciências Sociais. Vitória, UFES, 2011.

DELPHY, Christine. Patriarcado (teorias do). In: HIRATA, Helena (org.) et al. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Unesp, 2009.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍTSICA E ESTUDOS SOCIOECONOMICOS (DIEESE). O Emprego Doméstico no Brasil. Estudos e Pesquisas nº 68, agosto, 2013, 27p. Disponível em: <https://www.dieese.org.br/estudosetorial/2013/estPesq68empregoDomestico.pdf> Acesso em 10 de maio de 2020.

DUTRA, Delia. Marcas de uma origem e uma profissão: trabalhadoras domésticas peruanas em Brasília. Caderno CRH, Salvador, v.28, n.73, 2015, p.181-197. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/ccrh/v28n73/0103-4979-ccrh-28-73-0181.pdf> Acesso em 12 de maio de 2020.

FENATRAD. Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Disponível em: <http://www.fenatrad.org.br/site/> Acesso em 16 de maio de 2020.

FERREIRA, Conceição de Maria. Uma representação de si para o mundo: afetos e subjetividades no documentário performático. Tecnologías digitales, pantallas y lenguaje audiovisual, Razón y Palabra, v. 82, 2013, p. 01-16. Disponível em: <http://www.razonypalabra.org.mx/N/N82/V82/12_Ferreira_V82.pdf> Acesso em 11 de maio de 2020.

FOUGEYROLLAS-SCHWEBEL, Dominique. Trabalho Doméstico. In: HIRATA, Helena (Org.) et al. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Unesp, 2009.

GOMES, Marcel. Trabalho Doméstico: economia aquecida gera escassez de trabalhadores domésticos. In: IPEA desafios do desenvolvimento. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2511:catid=28&Itemid=23> Acesso em 16 de maio de 2020.

GUTIÉRREZ-RODRÍGUEZ, Encarnación. Migration, Domestic Work and Affect: a decolonial approach on value and the feminization of labor. New York, Routledge. 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mercado de Trabalho. Disponível em: <http://brasilemsintese.ibge.gov.br/trabalho.html> Acesso em 08 de agosto de 2020.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Retrato das desigualdades de gênero e raça. 4ª ed. Brasília, Ipea, 2013. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/revista.pdf> Acesso em 05 de maio de 2020.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Os desafios do passado no trabalho doméstico do século XXI: reflexões para o caso brasileiro a partir dos dados da PNAD Contínua. Texto para Discussão. Brasília, 2019. Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9538/1/td_2528.pdf >. Acesso em 20 de maio de 2020.

NEVES, Magda de Almeida. Reestruturação produtiva, qualificação e relações de gênero. In: ROCHA, Maria Isabel Baltar da (Org.). Trabalho e gênero: mudanças, permanências e desafios. Campinas: ABEP: NEPO: UNICAMP, Ed. 34, 2000. p.171-185.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Trabalho doméstico. Disponível em: <https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-domestico/lang--pt/index.htm> Acesso em 14 de abril de 2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU BRASIL. PEC das Domésticas’ é positiva para economia e para redução da pobreza, avalia ONU. Disponível em:< http://nacoesunidas.org/pec-das-domesticas-e-positiva-para-economia-e-para-reducao-da-pobreza-avalia-onu/> Acesso em 10 de outubro de 2019.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU MULHERES. Progress of the World’s Women 2015-2016. Progress Report [ES]. Disponível em: <http://progress.unwomen.org/en/2015/pdf/UNW_progressreport_es_10_12.pdf>Acesso em 20 de setembro de 2019.

PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMÍCILIO (PNAD). Emprego doméstico. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html?=&t=o-que-e> Acesso em 02 de setembro de 2019.

SANTOS, Denise do Nascimento. Senhores e Escravos, Patrões e Empregados: Heranças Escravistas em Questão no Momento em que se regulamenta o Trabalho Doméstico. Revista Libertas, v.14, n.2, 2014. Disponível em: <https://periodicos.ufjf.br/index.php/libertas/article/view/18303/9531> Acesso em 05 de maio de 2020.

SANTOS, Neville Júlio. Servidão e Subalternidade: a construção da identidade da trabalhadora doméstica. In: NUNES, Jordão Horta; FREITAS, Revalino Antônio de (Org.). Trabalho e Gênero: entre a solidariedade e a desigualdade. Goiânia: Editora PUC Goiás, 2011.

SENADO FEDERAL. População aprova PEC das Domésticas, aponta pesquisa do DataSenado. Disponível: <http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2013/05/10/populacao-aprova-pec-das-domesticas-aponta-pesquisa-do-datasenado> Acesso em 16 de maio de 2020.

SILVA, Otacílio. Empregados Domésticos. In: BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho: estudos em Memória de Célio Goyata, São Paulo (obra em 2 volumes), 1994, p.364-37.

VILLAGOMEZ, Elizabeth. Mulheres na América Latina e Caribe. 2015. Disponível em: <http://www.institutovidaecarreira.com.br/site/mulheres-na-america-latina-e-caribe/> Acesso em: 19 de outubro de 2019.

Downloads

Publicado

2022-12-30

Como Citar

GHIRALDELLI, R.; FREITAS PRAXEDES, A. DESIGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA/ETNIA NAS PARTICULARIDADES DO TRABALHO DOMÉSTICO. REVISTA DIREITOS, TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL, [S. l.], v. 8, n. 15, p. 48–83, 2022. DOI: 10.56267/rdtps.v8i15.13748. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rdtps/article/view/13748. Acesso em: 19 abr. 2024.