A docente-ciborgue constituída durante o ensino remoto emergencial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29286/m5bfrb29


Palavras-chave:

Docência, Neoliberalismo, Ensino fundamental, Pandemia

Resumo

Este artigo é resultado de uma pesquisa que objetivou investigar as docências produzidas por professoras dos Anos Iniciais da rede privada de ensino de Porto Alegre (RS), durante o Ensino Remoto Emergencial (ERE). O solo teórico que guiou a realização do estudo é composto pelas ferramentas do pensamento de Michel Foucault. O material empírico consistiu em enunciações de 21 educadoras sobre suas formas de ministrar e planejar aulas no ERE. A análise evidenciou que o ERE produziu três formas de docências, denominadas como: docência protagonista, docência re-inventiva e docência ciborgue, que se mantiveram alinhadas com as premissas do neoliberalismo.

 

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Biografia do Autor

  • Fernanda LONGO, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

     

    Doutora e Mestra em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEDU-UFRGS), com foco na Linha de Pesquisa Estudos Culturais em Educação, sob a orientação da Prof. Dra. Fernanda Wanderer. Licenciada em Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com especialização na mesma instituição em "Os Estudos Culturais nos currículos escolares contemporâneos da Educação Básica", promovida pelo NECCSO. Vice-líder do GPense/UFRGS: Grupo de Pesquisa em Educação, Neoliberalismo e Sujeitos Escolares registrado no Cnpq. Suas pesquisas concentram-se nas docências contemporâneas matemáticas e suas relações com o neoliberalismo, adotando uma perspectiva foucaultiana. Membro da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) e do Grupo de Estudos Design, Psicologia, Educação, Matemática e Sociedade (GEDEPEMS). Atua como professora no Departamento de Matemática Pura e Aplicada do Instituto de Matemática e Estatística (UFRGS).

  • Fernanda WANDERER, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

    Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS, integrando a Linha de Pesquisa Estudos Culturais em Educação. É doutora (2007) e mestre (2001) em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), especialista (1999) em Formação do Professor de Matemática pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e graduada (1997) em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Integra o NECCSO - Núcleo de Estudos sobre Currículo, Cultura e Sociedade, vinculado à Linha de Pesquisa: "Estudos Culturais em Educação", do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Líder do Grupo de Pesquisa "Educação, neoliberalismo e os sujeitos escolares" (GPense) que integra o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil no CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Coordenadora do Projeto de Cooperação entre Instituições para Qualificação de Profissionais de Nível Superior (PCI), modalidade DINTER, envolvendo o Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: neoliberalismo, currículo, educação matemática e os sujeitos escolares. 

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Publicado

2025-04-20

Como Citar

A docente-ciborgue constituída durante o ensino remoto emergencial. Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 34, n. jan/dez, p. 161–184, 2025. DOI: 10.29286/m5bfrb29. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/18261. Acesso em: 5 dez. 2025.