Movimentos sociais, negociação da realidade e modos de modernização na sociedade brasileira
DOI:
10.29286/rep.v16i31.5128Palavras-chave:
Movimentos sociais. Autonomia. Conflito. Modos de modernização.Resumo
Desde que Tilman Evers anunciou, na década de 1980, que “nós somos os novos movimentos sociais”, um mal-estar instalou-se na análise desses movimentos, em virtude da tensão teórica entre as concepções institucionalistas e as concepções autonomistas. Vinte anos depois de tal anúncio, essa tensão ainda permanece, embora as concepções autonomistas tenham apresentado maior vigor teórico-prático. Assim, frente ao escopo dos movimentos deflagrados e desenvolvidos, contemporaneamente na sociedade brasileira, e as suas repercussões no âmbito das relações com o Estado e a sociedade civil, busco apresentar uma análise que considere o potencial de emancipação presente nas propostas e ações que hoje se projetam nesses movimentos, com ênfase em seu modo de modernização das relações sociais, como um campo de possibilidades.
Palavras-chave: Movimentos sociais. Autonomia. Conflito. Modos de modernização.
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