PRÁTICA PEDAGÓGICA E MÚSICA CONTEMPORÂNEA DE MULHERES NEGRAS BRASILEIRAS: FLOW NZINGA, LARISSA LUZ, NEGA GIZZA E A MÚSICA DE VISIBILIDADE E AFIRMAÇÃO

Autores

DOI:

10.29286/rep.v33ijan/dez.17811

Palavras-chave:

Prática Pedagógica, Música Contemporânea, Mulheres Negras, Educação

Resumo

Este artigo examina como o estudo de artistas negras brasileiras de música contemporânea pode ser uma ferramenta pedagógica para criar diálogos dentro dos espaços institucionais educativos, ampliando essas experiências nos espaços públicos. Utilizo teorias de educação como instrumento pedagógico de Paulo Freire e bell hooks, o feminismo negro brasileiro de Djamila Ribeiro e a escrevivência de Conceição Evaristo para analisar “Letras Negras” e “Somos Rainhas” de Larissa Luz e Flow Nzinga, com alguns breves comentários sobre a canção “Prostituta” do rapper Nega Gizza. O estudo discute como essas histórias e expressões musicais ajudam a desenvolver estratégias de combate a sistemas de discriminação e a dar uma visão mais compreensiva da nação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lesley FERACHO, Universidade da Geórgia (EUA)

Professora associada na Faculdade de Línguas Românicas e diretora associada do Instituto de Estudos Afro-Americanos na Universidade da Geórgia. Especialização em narrativa e cultura popular contemporânea da América Latina e do Caribe (em espanhol), com enfoque na produção literária e cultural de mulheres afrodescendentes.

Referências

ABPN. A educação das relações étnico-raciais em cursos da pedagogia da Região Nordeste. Painel. Disponível em: https://www.youtube.comwatch?v=P00g05jnwEc. Aceso em: 13 set. 2022.

AVELAR, I.; Christopher D. “Introduction: Music as Practice of Citizenship in Brazil,” In AVELAR, Idelbar and Christopher Dunn (Eds). Brazilian Popular Music and Citizenship. Durham: Duke University Press, 2011, p. 1-27.

CARNEIRO, S. Escritos de uma vida. Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018.

COLLINS, P. H. What’s in a name: Womanism, Black Feminism and Beyond. The Black Scholar, v. 26, n. 1 (The Challenge of Blackness), p. 9-17, winter/spring, 1996. Disponível em: . Acesso em: 28 mar. 2024.

CURIEL, O. Feminismo Decolonial. In: Ochy Curiel dialoga con Diego Falconi Trávez: Feminismos decoloniales y transformación social. Barcelona: Icaria, 2021, p. 64-75.

DA SILVA, R. D; NASCIMENTO, S. Práticas pedagógicas: Diálogo intertextual entre Linguagens culturais e o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. Eccos: Revista Científica, n. 59, p.1-18, out/dez. 2021. Disponível em: < https://doi.org/10.5585/eccos.no.59.13920>. Acesso em: 21mar. 2024.

DANILO, Helen Nzinga e o seu EP Nzinga Mbandi (2019): Depois de um tempo. 30 de abril de 2020. Disponivel em: https://oganpazan.com.br/helen-nzinga-e-o-seu-ep-nzinga-mbandi-2019-depois-de-um-tempo/?fbclid=IwAR1szlKPwT2oJ3K9_F-RKAxWXd-bmD9ElsheZSVoyjvDP0zXOOkZ8GczLxk. Acesso em: 19 jun. 2020.

DAVIES, C. B. Black Women, Writing and Identity: Migrations of the Subject. London: Routledge, 1994.

DE COSTA-WILLIS, M. Introduction: This Voyage Towards Words – Mapping the Routes of the Writers. In: DE COSTA-WILLIS, Miriam (Ed). Daughters of the Diaspora. Kingston: Ian Randle, 2003, p. xvi-xli.

DUARTE, M. Apresentação. Rompendo o silêncio a través da poesia falada. In: DUARTE, Mel (ORG). Querem nos calar: poemas pasa serem lidos em voz alta, São Paulo: Planeta do Brasil, 2019, p. 9-11.

DURÁN-ALMARZA, E.; ÁLVAREZ-LÓPEZ, E. In: DURÁN-ALMARZA, Emilia and Esther Álvarez-López (Eds). Diasporic Women’s Writing of the Black Atlantic: (En)gendering Literature and Performance. London: Routledge, 2014.

ESPINOSA MIÑOSO, Y. El feminismo descolonial como epistemologia contrahegemónica. De por qué es necessário um feminismo descolonial. Barcelona: Icaria, 2022.

EVARISTO, C. A escrevivência e seus subtextos. In: LIMA DUARTE, Constancia e Isabella Rosado Nunes (Org). Escrevivência: a escrita de nós: Reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo, MINA Comunicação e Arte, 2020, p. 26-46.

EVARISTO, C. Depoimento de Dra. Conceição Evaristo. In: DUARTE, Eduardo de Assis e Maria Nazareth Soares Fonseca (Org). História, teoria, polêmica da Literatura e Afrodescendência no Brasil: antologia crítica. v. 4, Belo Horizonte: UFMG, 2011.

EVARISTO, C. Dialogically Redefining the Nation: Hip-hop and the Collective Identity. In: TILLIS,Antonio D. Tillis (Ed). Critical Perspectives on Afro-Latin American Literature, London: Routledge, 2012, p. 228-246.

EVARISTO, C. Opening up Black Spaces, Female Spaces: Dialogues with the Orishas, the City, and the Mythic Space in “Banho de Folhas” by Luedji Luna and “Pra que me chamas” by Xênia França.” In: SCERBO, Rosita and Concetta Bondi (Eds). AfroLatinas and LatiNegras: Culture, Identity, and Struggle from an Intersectional Perspective, Lanham: Lexington Books, 2022, p. 33-63.

FERACHO, L. Hip hop and glocal politics in Caribbean Music: Debates in Transnationalism and Resistance in Caribbean Hip Hop. In: ALRIDGE, Derrick P. James B. Steward, and V.P. Franklin (Eds). Message in the Music: Hip Hop History & Pedagogy, The ASALH Press, 2010, p. 239-260.

FREIRE, P. Educação e Mudança. 12a edição. Paz e Terra, 1981. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2023.

FREIRE, P. Pedagogy of the Oppressed. London: Continuum, 1997.

GONZÁLEZ, L. A categoría político cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 92/93, p. 69-82, (jan/jiun), 1988b.

GUIMARÃES, P. L. Luz e o território conquistador: a gente precisa ser de verdade. Catarinas. 23 abr 2017, 11h06 | Disponível em:, <https://catarinas.info/larissa-luz-e-o-territorio-conquistado-gente-precisa-ser-de-verdade/>. Acesso em: 29 mar.- abr. 2017.

GUMES, N. V.; ARGÔLO, M. A cor dessa cidade sou eu: Ativismo musical no projeto Aya Bass. Dossiê: A Música e seus determinações materiais. Revista Ecopos, v. 23, n. 1, p. 219-238, 2020.

Hooks, B. Ensinando a Transgredir: a educação como prática da Liberdade, tradução de Marcello Brandão Cipolla. Santos: WMF Martins Fontes, 2013.

Hooks, B. Teaching to Transgress: Education as the Practice of Freedom. London: Routledge, 1994.

JESUS, C. M. Antologia Pessoal. SEBE Bom Meihy (Org). Rio de Janeiro: UFRJ, 1996.

JESUS, C. M. Casa de Alvenaria:diário de uma ex-favelada. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, c. 1961.

JESUS, C. M. Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, c. 1982.

JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. Rio de Janeiro: F. Alves, 1983, c. 1960.

LUZ, L. Letras negras. Disponível em:< https://www.letras.com/larissa-luz/letras-negras/> Acesso em: 24 nov. 2023.

LUZ, L. Letras Negras. Território Conquistado. Nzinga, 2016.

MIRANDA, F. Apresentação: Carolina, Carolinas e um futuro que se abre. In: LUDEMIR, Júlio (Org). Carolinas: A Nova Geração de escritoras negras brasileiras, RJ: Bazar do Tempo, Flup, 2021, p. 21-24.

NASCIMENTO, B. O conceito de Quilombo e a resistência cultural negra. Afrodiáspora: Revista de Estudos no mundo negro, ano 3 n. 6 e 7, p. 41-49, 1985. Disponível em: <https://issuu.com/institutopesquisaestudosafrobrasile/docs/afrodi_spora_-_volume_6_e_7>

NEGGA, G. Negritude, Cinema e Educação: Caminhos para a implementação da Lei 10.639/2003. In: SOUZA, Edileuza Penha de (Org). v 2, Belo Horizonte: Mazza, 2007.

NEGGA, G. Prostituta. Na Honestidade. Zambja/Dum Dum Records, 2002. Disponível em:

NZINGA, F. H. Música: Nossa Arma de Resistência. Mulheres na Raça. n. 1 maio 2017.

NZINGA, F. H. Somos Rainhas. Nzinga Mbandi, Mondé, 2019.

NZINGA, F. H. Somos Rainhas. Youtube. Uploaded by Flow (Helen Nzinga). 18 de julio 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=B5mgac4g3Zs> Acesso em: jan. 2019.

OLIVEIRA, L. F.; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, v. 26, n.1, p. 15-40, abril 2010.

OLIVEIRA, L. F.; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural ao Brasil. Educação em Revista, v. 26, n. 1, p.1-10, abr 2010, Disponível em: < https://www.scielo.br/j/edur/a/TXxbbM6FwLJyh9G9tqvQp4v/?format=pdf>.

PEREIRA, A. A. O mundo negro: Relações Raciais e a Constituição do Movimento Negro contemporâneo no Brasil. Pallas: FAPERJ, 2013.

RESUMO. A educação das relações étnico-raciais em cursos de pedagogia da Região Nordeste. ABPN. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=P00gO5jnwEc&t=220s> Acesso em: 13 set. 2022.

RIBEIRO, D. Lugar de Fala. Editora Jandaíra, Pólenlivros, 2019.

RIBEIRO, D. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

ROCHA, J. G.; Silva, C. C. (2015). A transmissão do conhecimento nas culturas populares de matrizes africanas. Revista da Asociação Brasileira De Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), 7(15), 240-254, recuperado de https://abpnrevista.org.br/site/article/view/123.

ROIZ, D. S.; NASCIMENTO, S. Práticas pedagógicas: Diálogo intertextual entre linguagens culturais e o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. Ecco Revista Científica, n. 59, p. 1-18, out/dez 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.5585/eccos.n59.13920> Acesso em: 21 mar. 2024.

SANTOS FEBRES, M. El color de la seducción. Sobre piel y papel. San Juan: Callejón, 2005, p.119-123.

SANTOS RODRIGUES, C.; PRADO, M. A. M. “Movimento de mulheres negras: trajetória política, práticas mobilizatórias e articulações com o estado brasileiro.” Psicología & Sociedade, v. 22, n. 3, p. 445-456, 2010, Disponível em: Acesso em: 21 mar. 2024.

STERLING, C. African Roots, Brazilian Rites: Cultural and National Identity in Brazil. London: Palgrave Macmillan 2012.

Downloads

Publicado

2024-06-19

Como Citar

FERACHO, L. PRÁTICA PEDAGÓGICA E MÚSICA CONTEMPORÂNEA DE MULHERES NEGRAS BRASILEIRAS: FLOW NZINGA, LARISSA LUZ, NEGA GIZZA E A MÚSICA DE VISIBILIDADE E AFIRMAÇÃO. Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 33, n. jan/dez, p. 294–314, 2024. DOI: 10.29286/rep.v33ijan/dez.17811. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/17811. Acesso em: 27 jun. 2024.