JOGOS DE LINGUAGEM EXPRESSOS POR ALUNOS RIBEIRINHOS NA PESCA ARTESANAL DO RIO XINGU

Autores

DOI:

10.29286/rep.v31ijan/dez.13695

Palavras-chave:

Ensino de Matemática, Etnomatemática, Anos Inicias, Escola Ribeirinha

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar os jogos de linguagem atinentes à atividade da pesca artesanal expressos por alunos do 4º ano do Ensino Fundamental de uma escola ribeirinha na Amazônia Paraense. A metodologia tem inspirações etnográficas, incluiu vivências na comunidade e uma cartografia social produzida pelos discentes. A análise dos dados evidenciou que os alunos expressam jogos de linguagem desenvolvidos na atividade da pesca, transmitindo-os a gerações e, assim, garantir a permanência dos moradores no local como forma de ocupação do espaço, mesmo que, por vezes, isso não seja reconhecido pelo Estado, que, historicamente, tem lhes negado direitos fundamentais, como a educação.

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Biografia do Autor

Marcos Marques FORMIGOSA, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutor em Ensino pela Universidade do Vale do Taquari (Univates - RS). Mestre em Educação em Ciências e Matemáticas pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Extensão Rural, Sistemas Agrários e Ações de Desenvolvimento (UFPA). Licenciado Pleno em Matemática (UFPA). Atualmente é Professor Adjunto da UFPA, vinculado à Faculdade de Etnodiversidade (FacEtno). Vencedor do Prêmio CAPES de Tese - 2022 (área de Ensino) e do Grande Prêmio CAPES de Tese - 2022 (Colégio de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar). Membro da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM); Membro da Red Internacional de Etnomatemática (RedINET). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Práticas Etnos do Xingu (GEPPEX). Compõe o Banco de Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES/BASis) do INEP/MEC. Tem experiência na área de Matemática e Ciências, com ênfase em Educação Matemática e Ensino de Ciências, atuando principalmente nos seguintes temas: educação matemática; ensino de matemática; formação de professores; etnomatemática; alfabetização matemática; ensino de ciências; etnociências; Tecnologia da Informação e Comunicação; educação do campo; educação ribeirinha; políticas públicas para o campo; movimentos sociais; educação não-formal; extensão rural; sistemas agrários; ações de desenvolvimento.

Ieda Maria GIONGO, Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES)

Possui graduação em Matemática - Licenciatura Plena pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Especialização em Ensino de Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS), Mestrado e Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Atualmente é professora titular da Universidade do Vale do Taquari - Univates de Lajeado, RS, vinculada ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas. Coordena o Grupo de Pesquisa Práticas, Ensino e Currículos (CNPq/Univates). Também atua, como docente permanente, nos Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado Profissional) em Ensino de Ciências Exatas e Programa de Pós-graduação (Mestrado e Doutorado Acadêmico) em Ensino da Instituição. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase nos seguintes temas: Ensino de Matemática na Escola Básica e Nível Superior e Etnomatemática. É Pesquisadora CNPq, Nìvel 2.

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Publicado

2022-12-09

Como Citar

FORMIGOSA, M. M.; GIONGO, I. M. JOGOS DE LINGUAGEM EXPRESSOS POR ALUNOS RIBEIRINHOS NA PESCA ARTESANAL DO RIO XINGU. Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 31, n. jan/dez, p. 1–21, 2022. DOI: 10.29286/rep.v31ijan/dez.13695. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/13695. Acesso em: 5 nov. 2024.