MULHERES DIGITAIS: DESAFIOS (A SEREM) VENCIDOS NA ACADEMIA PARA EQUIDADE DE FATO

Autores

DOI:

10.29286/rep.v31ijan/dez.13400

Palavras-chave:

Mulher Digital, Multitarefa, Equidade de Gênero, Desafios da Vida Acadêmica

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir amplamente o ser mulher na Academia Científica e a busca por equidade de gênero, em especial nas áreas de Computação e de Tecnologia da Informação e Comunicação - a mulher digital. Para isso, o artigo refuta o estereótipo da mulher multitarefa como a profissional ideal, o que tem provocado doenças mentais e físicas. O método utilizado é pesquisa bibliográfica e qualitativa. O artigo também inclui chamadas para ação e conclusões provocadoras, para que a equidade de gênero nas carreiras acadêmicas possa ser atingida de fato. 

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Biografia do Autor

Aletéia ARAÚJO, Universidade de Brasília (UNB)

Possui graduação no curso de Bacharelado em Ciências da Computação pela Universidade Federal do Pará (1997), mestrado em Ciências da Computação e Matemática Computacional pela Universidade de São Paulo (1999) e doutorado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008). Atualmente, é professora Associada I da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Processamento Paralelo, Sistemas Distribuídos, Otimização Combinatória e Metaheurísticas, atuando principalmente nos seguintes temas: nuvem computacional, grid computacional, algoritmos paralelos e distribuídos. Além disso, desde 2010 é uma das coordenadoras do projeto de extensão Meninas.comp, que objetiva incentivar as meninas dos ensinos fundamental e médio a elegerem a área de computação como opção profissional. 

Mirella M. MORO, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Atua no Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui doutorado em Ciência da Computação pela University of California in Riverside (2007), e graduação e mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Após o seu doutoramento, foi bolsista CNPq PDJ (PosDoc Junior) no Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi membro do Education Council (2012-2018) da ACM (Association for Computing Machinery) e do seu Education Board (2013-2015). É conselheira da SBC (Sociedade Brasileira de Computação (2019-atual), integrante do Comitê Diretivo do Programa Meninas Digitais, foi sua Diretora de Educação (2009-2015), editora-chefe da revista eletrônica SBC Horizontes (2008-2012), e editora associada do JIDM (Journal of Information and Data Management, 2010-2012). Seus interesses de pesquisa incluem pesquisa orientada a dados, análise social, diversidade de gênero, computação e música, e educação em Ciência da Computação.
É feminista e tem trabalhado com questões de diversidade de gênero na Computação e no Mercado de TIC desde 2008. Coordenou o projeto "Bytes & Elas" do Edital CNPq Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação). Coordena mais dois projetos de extensão na UFMG para atração de meninas para a Computação ("BitGirls") e auxílio às universitárias e recém formadas na área ("BitWomen").

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Publicado

2022-06-29

Como Citar

ARAÚJO, A. .; MORO, M. M. MULHERES DIGITAIS: DESAFIOS (A SEREM) VENCIDOS NA ACADEMIA PARA EQUIDADE DE FATO. Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 31, n. jan/dez, p. 1–20, 2022. DOI: 10.29286/rep.v31ijan/dez.13400. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/13400. Acesso em: 18 abr. 2024.