Redução e desnasalização em verbos de 3ª pessoa do plural no português mazaganense
Palavras-chave:
Comunidade afrodescendente;, Redução e desnasalização;, Variação;Resumo
Este trabalho busca evidenciar os fenômenos de redução e desnasalização em ditongos nasais átonos finais em verbos da 3ª pessoa do plural no português mazaganense. O objetivo é mostrar como essas ocorrências se desenvolvem na comunidade, tendo em vista a variabilidade das realizações já presentes no português brasileiro. Assim, tratamos do conceito de redução e desnasalização, a partir da perspectiva morfofonológica, relacionado ao comportamento variável da concordância verbal de terceira pessoa do plural ─ eles/elas falam [ãw] [w], eles/elas comem [ẽy] [I]. Para isso, consideramos os estudos já realizados por Chaves (2016), Mendonça et al (2017), Medeiros et al (2021), Batisti (2000), Silva et al (2012), Bopp da Silva e Schwindt (2009), bem como lançamos mão da teoria e metodologia variacionista de Labov (2018 [1972]) e Weinreich, Lavob e Herzog (2006). Para esse fim, consideramos as transcrições grafemáticas, com base na chave de transcrição do Projeto Vertentes (LUCCHESI, 2010), provenientes de recortes de entrevistas realizadas na comunidade mazaganense. Essa comunidade, sob o olhar de Vidal (2008) e Oliveira (2015), corresponde ao distrito de Mazagão Velho, no Amapá, comunidade afrodescendente que mantém em sua tradição uma organização social que se destaca por sua singularidade, considerando as manifestações culturais locais. Essas evidências favorecem a realização da investigação sociolinguística dada sua representação geográfica, histórica e sociocultural, visto que esse local constitui patrimônio histórico-cultural do estado do Amapá.
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