Quem enxerga a criança trans? Memórias de um menino transgressor

Autores

DOI:

10.31560/2595-3206.2020.9.10265

Resumo

Um resgate de memórias de um menino transgênero, que sobreviveu as pedagogias corretivas de gênero impostas pela heterocisnormatividade. Seguindo a provocação de Preciado (2013) e Sedgwick (1991) em olhar nossas infâncias, e como este processo pode ter sido violento, doloroso e silenciado. Corpos ditos transgressores de gênero e sexualidade, marginalizados e silenciados em espaços públicos e privados, impossibilitando a criança o amadurecimento e vivência de sua identidade e subjetividade. Essa análise se faz dentro de uma perspectiva fenomenológica pós-estruturalista. Um resgate do passado para que se possa entender e curar o presente, para finalmente, libertar a criança que foi mantida presa por muitos anos e lutar para que outras crianças possam sobreviver e viver sua identidade livremente.

Biografia do Autor

Thomas Victor Barreto Cardoso, Mestrando da Universidade Federal de São Carlos

Licenciado em Ciências Biológicas e Mestrando Junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudo da Condição Humana da Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba. Pesquisador de gênero e diversidade sexual.

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Publicado

2020-08-31

Como Citar

Cardoso, T. V. B. (2020). Quem enxerga a criança trans? Memórias de um menino transgressor. Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 3(9), 204–212. https://doi.org/10.31560/2595-3206.2020.9.10265

Edição

Seção

Dossiê Temático: Tornar-nos Criança: Auto-Etnografias, Cuidados e Reparações