PERIFÉRICOS DE VIDEOGAMES COM POTENCIAL TERAPÊUTICO PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
UMA REVISÃO NARRATIVA
DOI:
https://doi.org/10.51283/rc.29.e19730Palavras-chave:
Tecnologia Assistiva, Intervenção Terapêutica, ConsolesResumo
O jogo está presente na vida humana desde os primórdios, e desde a criação dos primeiros jogos, houve constantes aperfeiçoamentos. Os videogames ultrapassaram o campo do entretenimento e passaram a ser explorados em contextos educacionais, clínicos e terapêuticos. Este estudo teve como objetivo identificar e descrever os periféricos de videogames com potencial terapêutico para crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por meio de uma revisão narrativa da literatura. Foi realizado um levantamento histórico sobre os videogames e suas gerações, além da análise de estudos que exploram o uso de periféricos — como sensores de movimento, instrumentos musicais e interfaces interativas — em contextos clínicos e educativos voltados ao desenvolvimento de crianças com TEA. Os resultados indicam que esses dispositivos podem contribuir para a promoção de habilidades cognitivas, motoras, sociais e emocionais. Conclui-se que os videogames, quando aliados a estratégias terapêuticas bem definidas, apresentam potencial para complementar intervenções voltadas ao público com TEA. Contudo, recomenda-se que futuras pesquisas realizem testes práticos e experimentais, com delineamentos que permitam estabelecer relações causais, a fim de avaliar de forma mais precisa a eficácia terapêutica dessas tecnologias no contexto do TEA.
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