SOBRE A RADICALIDADE DA TÉCNICA: Benjy Compson e o fluxo de consciência
Palavras-chave:
Benjy Compson. Fluxo de consciência. Procedimento formal. Crítica modernista. Crítica pós-modernista.Resumo
O presente texto discute a problemática da utilização específica do fluxo de consciência – ou monólogo interior – por William Faulkner na primeira seção – a seção de Benjy – do romance O som e a fúria, apontando as diferentes tensões e impasses que surgem no aspecto formal da técnica quando submetida a leituras de cunho modernista ou pós-modernista. Parte-se de uma descrição da narrativa e da apresentação das duas abordagens em discussão, rumo a considerações sobre a técnica literária e a relação entre literatura e crítica. O argumento é que o acúmulo de leituras críticas permite o surgimento de tensões imprevistas, as quais por sua vez terminam por oferecer um vislumbre inesperado de uma possível resposta à disputa crítica corrente entre técnica e autenticidade.
The present text aims to discuss the way Faulkner used the stream-of- consciousness – also known as interior monologue – in the first section – Benjy’s – of The Sound and the Fury. The analysis relies on the different tensions and contradictions that appear on the narrative technique surface when submitted to modernist or post-modernist approaches. We depart from a short description of the section and the presentation of two main critical approaches towards considerations on the literary technique itself and the relation between literature and criticism. The main argument states that the accumulation of criticism gives rise to unexpected formal tensions, which entail a surprising glance of a potential answer to the current critical controversy between narrative technique and authenticity.
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