O ÉPOS SEGUNDO BAKHTIN: UMA OUTRA LEITURA DE ALMAS MORTAS

Autores

  • Ísis Lopes de Almeida isis-lopes@hotmail.com
    Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) https://orcid.org/0000-0003-2208-5351
  • Eunice Terezinha Piazza Gai piazza@unisc.br
    Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Palavras-chave:

Nikolai Gógol. Gênero épico. Ambiguidade

Resumo

Neste estudo, discutimos a perspectiva interpretativa que Mikhail Bakhtin expõe em “Epos e romance” sobre Almas mortas, obra de Nikolai Gógol. Apresentamos argumentos que permitem identificar, na narrativa gogoliana, a presença de uma essencialidade épica, além do aspecto risível. Este posicionamento difere do de Bakhtin, que considera a obra de Gógol apenas a partir do riso. Em nossa leitura, entretanto, levamos em conta a ambiguidade própria do autor e seu complexo potencial de transformação. Assim, percebemos que, embora Almas mortas não seja uma epopeia tradicional, compartilha de aspectos oriundos do gênero épico e possui força de expressão épica.

Biografia do Autor

Ísis Lopes de Almeida, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Mestre em Letras pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC - bolsista CAPES), linha de pesquisa em Estudos literários e midiáticos, com dissertação desenvolvida sobre a obra do escritor russo Nikolai Gógol, entitulada "Humorismo e epicidade em Almas mortas e Tarás Bulba", sob orientação da professora Eunice Piazza Gai. Cursou a graduação em Letras - Português/Inglês na mesma instituição, também pesquisando e escrevendo sobre Gógol. Participou como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID UNISC), construindo experiências significativas na área da leitura e cognição através de projetos realizados em escolas públicas de Santa Cruz do Sul. Estudante de Literatura Russa através dos cursos do Ciclo de Literatura Russa, organizado e ministrado pelo professor João Armando Nicotti, em Porto Alegre, desde 2013. Tem interesse nas áreas da Literatura Russa e dos estudos hermenêuticos.

Eunice Terezinha Piazza Gai, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Possui graduação em Letras pela Faculdade Portoalegrense de Educação Ciências e Letras (1977), mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1986) e doutorado em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1996). Atualmente é professor titular da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com pesquisa e orientações no Programa de Pós-Graduação em Letras da mesma Universidade. Tem experiência nas áreas de Letras e Filosofia, com ênfase em Teoria Literária, Hermenêutica, Ceticismo, atuando principalmente nos seguintes temas: narrativas e conhecimento, literatura portuguesa, Machado de Assis, narrativas brasileiras contemporâneas, ironia.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Trad. Aurora Fornoni Bernardini, José Pereira Júnior, Augusto Góes Júnior, Helena Spryndis Nazário, Homero Freitas de Andrade. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

CAVALIERE, Arlete. O teatro de Gógol: tradição e modernidade. In: GÓGOL, Nikolai. Teatro completo. Organização e tradução de Arlete Cavaliere. São Paulo: 34, 2009.

CUNHA, Helena Parente. Os gêneros literários. In: PORTELLA, Eduardo (Org.). Teoria literária. 5. ed. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1999.

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STEIN, Ernildo. Aproximações sobre Hermenêutica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996.

STAIGER, Emil. Conceitos fundamentais da Poética. Trad. Celeste Aída Galeão. 3. ed. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1997.

Publicado

2019-10-19

Como Citar

Almeida, Ísis L. de, & Piazza Gai, E. T. (2019). O ÉPOS SEGUNDO BAKHTIN: UMA OUTRA LEITURA DE ALMAS MORTAS. Revista Diálogos, 7(3), 07–24. Recuperado de https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/revdia/article/view/7207

Edição

Seção

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