A performance anal e a nudez de Linn da Quebrada no documentário Bixa Travesty
DOI:
https://doi.org/10.29327/2410051.8.23-46Palabras clave:
Ânus, Gênero e sexualidade, Linn da Quebrada, NudezResumen
O documentário Bixa Travesty (Claudia Priscila e Kiko Goifman, 2018) retrata a vida da cantora, compositora, apresentadora e atriz Linn da Quebrada. De forma entremeada, o filme apresenta as histórias de Lina (a pessoa física) e de Linn da Quebrada (a artista) que são atravessadas por questões religiosas, de classe, de raça e de gênero e sexualidade. É para esse último aspecto que este trabalho se volta com o objetivo de discutir dois tópicos presentes no filme: a exposição do ânus e a nudez de Linn da Quebrada. Nosso debate parte da hipótese de que expor o ânus e pôr-se a nu são estratégias que afrontam os dispositivos de regulação dos sistemas sociais, como também integram o campo da arte política, que encontra nos meios audiovisuais um espaço profícuo para a difusão dos seus pontos de vista. Para embasar teoricamente o texto, recorremos à discussão sobre performance de gênero (Butler), à era farmacopornográfica (Preciado) e à nudez (Agamben), lançando mão da análise fílmica como estratégia metodológica.
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