A performance anal e a nudez de Linn da Quebrada no documentário Bixa Travesty

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.29327/2410051.8.23-46


Palabras clave:

Ânus, Gênero e sexualidade, Linn da Quebrada, Nudez

Resumen

O documentário Bixa Travesty (Claudia Priscila e Kiko Goifman, 2018) retrata a vida da cantora, compositora, apresentadora e atriz Linn da Quebrada. De forma entremeada, o filme apresenta as histórias de Lina (a pessoa física) e de Linn da Quebrada (a artista) que são atravessadas por questões religiosas, de classe, de raça e de gênero e sexualidade. É para esse último aspecto que este trabalho se volta com o objetivo de discutir dois tópicos presentes no filme: a exposição do ânus e a nudez de Linn da Quebrada. Nosso debate parte da hipótese de que expor o ânus e pôr-se a nu são estratégias que afrontam os dispositivos de regulação dos sistemas sociais, como também integram o campo da arte política, que encontra nos meios audiovisuais um espaço profícuo para a difusão dos seus pontos de vista. Para embasar teoricamente o texto, recorremos à discussão sobre performance de gênero (Butler), à era farmacopornográfica (Preciado) e à nudez (Agamben), lançando mão da análise fílmica como estratégia metodológica.

Biografía del autor/a

  • Jamilson José Alves-Silva, Universidade Paulista – Unip

    Doutor em Comunicação pela Universidade Paulista (UNIP). É professor dos cursos de Jornalismo, Secretariado e Turismo na mesma instituição. 

  • Gustavo Souza, Universidade Paulista – Unip

    Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Paulista (UNIP). Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

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Publicado

2025-11-12

Cómo citar

A performance anal e a nudez de Linn da Quebrada no documentário Bixa Travesty. (2025). Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 8(23). https://doi.org/10.29327/2410051.8.23-46