Sexualidade, biopolítica e necropolítica:

Distinções conceituais e afinidades éticas

Autores

DOI:

10.31560/2595-3206.2022.16.12663

Resumo

O artigo explora aspectos sobre biopolítica, necropolítica e sexualidade com base em Michel Foucault e Achille Mbembe. A pergunta central é: como a sexualidade opera nos diagramas da biopolítica, em Foucault, e da necropolítica, em Mbembe? O objetivo é explorar as convergências e divergências do estatuto da sexualidade nas obras de Mbembe e de Foucault, estabelecendo um diálogo com conceitos tangenciais à necropolítica para sublinhar sua produtividade político-epistemológica às pesquisas engajadas nas políticas de identidade sexual e de gênero. Conceitualmente, propõe distinções sobre o modo como a sexualidade opera nos diagramas biopolítico e necropolítico, indicando modos diversos de abordagem sobre corpo, vida, morte e política em ambos. Conclui-se com a sugestão de que as formulações sobre necropolítica de Mbembe, articuladas à biopolítica foucaultiana e à decolonialidade, possibilitam a nomeação conceitual, e seu correspondente escrutínio analítico, da promoção da morte de pessoas não cisheterossexuais.

Biografia do Autor

Luiz Felipe Zago, Universidade de São Paulo

Graduado em Comunicação Social pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2006), Mestre (2009) e Doutor (2013) em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da UFRGS na Linha de Pesquisa em Educação, Sexualidade e Relações de Gênero. Atualmente é pesquisador assistente do Projeto One Health - Strengthening Healthcare Management, sob coordenação da Universidade de Copenhagen (KU) e Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP). É pós-doutorando (voluntário) junto à Escola de Enfermagem da UFRGS explorando os temas de promoção da saúde, saúde digital e comunicação em saúde. Já atuou como jornalista e assessor de comunicação. Foi coordenador e consultor de projetos de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis, HIV/Aids entre homens que fazem sexo com homens das cidades de Porto Alegre e região metropolitana, tendo sido militante no movimento LGBTQIA+ durante 6 anos. Atuou como consultor técnico na Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde da Brasil. Foi Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação, na Linha de Pesquisa Pedagogias e Políticas da Diferença, e Professor do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Luterana do Brasil (Campus Canoas) entre 2014 e 2020. Seu atual projeto de pesquisa investiga as comunidades regulatórias forjadas pela biossociabilidade online de usuárias/os de aplicativos de saúde e fitness. Suas áreas de interesse são promoção da saúde, saúde digital, relações de gênero, corpo, sexualidade, Direitos Humanos, redes sociais da internet.

Mateus Aparecido De Faria, Instituto René Rachou - Fundação Oswaldo Cruz (Minas Gerais)

Doutorando e Mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto René Rachou/Fundação Oswaldo Cruz (IRR/Fiocruz). Bacharel em Gestão de Serviços de Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Aperfeiçoado em Educação Permanente em Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pedagogo pela Faculdade Unyleya. Técnico-administrativo em Educação na Escola de Veterinária da UFMG. Foi membro do Elos Coletivo - Núcleo Mineiro (http://eloscoletivo.wix.com/elos). Membro do People's Health Movement - PHM Brazil (http://www.phmovement.org/). Membro do Coletivo Ciência, Tecnologia e Sociedade em Movimento MG (https://ctsmovmg.net.br/). Membro do Grupo de Estudos em Promoção da Saúde (GEPS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - linha de pesquisa Educação e processos formativos na saúde. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em História das Práticas da Saúde e da Doença (GEPHPSD) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Diretor Administrativo da Associação de Pós-graduandos do IRR/Fiocruz.

Rodrigo Broilo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestrando em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro/RJ, desde 2020. Pós-Graduando em nível de Especialização em Direitos Humanos e Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), desde 2021. Graduado em Psicologia pela Universidade FUMEC (2019), de Belo Horizonte/MG. Pesquisando as temáticas de Diversidade Sexual e de Gênero e Políticas Públicas de Saúde desde 2014. Foi membro da Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do CRP-MG de 2015 a 2018. Palestrante na área de Diversidade Sexual e de Gênero de 2017 a 2019, em Minas Gerais e Bahia. Graduação anterior em Química, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009).

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Publicado

2022-10-04

Como Citar

Zago, L. F., De Faria, M. A., & Broilo, R. (2022). Sexualidade, biopolítica e necropolítica:: Distinções conceituais e afinidades éticas. Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 5(16), 309–329. https://doi.org/10.31560/2595-3206.2022.16.12663

Edição

Seção

Artigos de Tema Livre