EFEITO DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS DE Ochroma pyramidale
DOI:
10.31413/nativa.v8i2.8266Resumo
No presente trabalho, foi avaliado o efeito da salinidade sobre a germinação de sementes e desenvolvimento pós-seminal de Ochroma pyramidale através de três agentes osmóticos (NaCl, CaCl2 e KCl), em dois experimentos. No primeiro, foi avaliado o estresse salino na germinação em esquema fatorial de 3 x 6, utilizando NaCl, CaCl2 e KCl, e seis potenciais osmóticos (0,0; -0,1; -0,2; -0,4; -0,6 e -0,8 MPa). No segundo experimento, estudou-se o crescimento inicial de plântulas, utilizando os mesmos agentes osmóticos, em quatro potenciais osmóticos (0,0; -0,1; -0,2 e -0,3 MPa), no delineamento inteiramente ao acaso esquema fatorial 3 x 4. O efeito da salinidade interferiu na germinação de sementes O. pyramidale, havendo redução à medida que os potenciais se tornaram mais negativos à produção de massa seca de plântula, percentual de germinação e velocidade do processo germinativo. No potencial osmótico de -0,8 MPa, ocorreu inibição total, evidenciando que o CaCl2 apresentou um efeito inibitório mais acentuado que o NaCl, seguido pelo KCl. No desenvolvimento de plantas, o NaCl provocou maior sensibilidade, comparando-se ao CaCl2 nos maiores potenciais osmóticos.
Palavras-chave: Pau-de-balsa; germinabilidade; potencial osmótico; estresse salino.
EFFECT OF SALINITY IN THE GERMINATION AND DEVELOPMENT OF Ochroma pyramidale SEEDLINGS
ABSTRACT: In the present study, the effect of salinity on seed germination and post-seminal development of Ochroma pyramidale was evaluated through three osmotic agents (NaCl, CaCl2 and KCl) in two experiments. In the first experiment, salt stress in germination was evaluated in a factorial scheme 3 x 6, using NaCl, CaCl2 and KCl; and six osmotic potentials (0.0, -0.1, -0.2, -0.4, -0.6 and -0.8 MPa). In the second experiment, the initial development of plants, using the same osmotic agents, was studied in four osmotic potentials (0.0; -0.1; -0.2 and -0.3 MPa), in a completely randomized design 3 x 4 factorial scheme. The effect of salinity interfered on the germination of O. pyramidale seeds, with reduction as the potentials became more negative for the production of dry seedling mass, percentage of germination and germination speed. In the osmotic potential of -0.8 MPa, total inhibition occurred, evidencing that CaCl2 had a stronger inhibitory effect than NaCl, followed by KCl. In the development of plants, NaCl caused greater sensitivity when compared to CaCl2 in the highest osmotic potentials.
Keywords: Pau-de-Balsa wood; germinability; osmotic potential; saline stress.
Referências
AHMED, M.; QAMAR, I. A. Rehabilitation and productive use of salt affected lands through afforestation. Science Vision, Islamabad, v.9, n.1, p.178-191, 2004.
ANDRÉO-SOUZA, Y.; PEREIRA, A. L.; SILVA, F. F. S.; RIBEIRO-REIS, R. C.; EVANGELISTA, M. R. V.; VASTRO, R. D.; DANTAS, B. F. Efeito da salinidade na germinação de sementes e no crescimento inicial de mudas de pinhão-manso. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 32, n. 2, p. 83-92, 2010. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S0101-31222010000200010
ARAÚJO, E. B. G.; SÁ, F. V. S.; OLIVEIRA, F. A.; SOUTO, L. S.; PAIVA, E. P.; SILVA, M. K. N.; MESQUITA, E. F.; BRITO, M. E. B. Crescimento inicial e tolerância de cultivares de meloeiro à salinidade da água. Revista Ambiente & Água, Taubaté, v.11, n.2, p.462-471, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.4136/ambi-agua.1726
ASHRAF, M.; HARRIS, P. J. C. Potential biochemical indicators of salinity tolerance in plants. Plant Science, London, v. 166, n. 1, p. 3-16, 2004. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.plantsci.2003.10.024
AVRELA, E. D.; EMER, A. A.; PAIM, L. P.; FIOR, C. S.; SCHEFER, G. Efeito da salinidade no desenvolvimento inicial de mudas de Mimosa scabrella Benth. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, v. 74, p. e2019004, 2019. DOI: http://doi.org/10.21826/2446-82312019v74e2019004
BALSA RORAIMA. Conheça o pau de balsa (Ochroma pyramidale). Disponível em: <http://balsa-rr-projpoupverde.blogspot.com.br/2011/04/conhecendo-o-pau-de-balsa.html>. Acesso em: 28 mar. 2016.
BETONI, R.; SCALON, S. de P. Q.; MUSSURY, R. M. Salinidade e temperatura na germinação e vigor de sementes de mutambo (Guazuma ulmifolia Lam.) (Sterculiaceae). Revista Árvore, Lavras, v. 35, n. 3, p.605-616, 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-67622011000400004
BRAGA, L. F.; SOUSA, M. P.; CESARO, A. S.; LIMA G. P. P.; GONÇALVES, A. N. Germinação de sementes de pinho-cuiabano sob deficiência hídrica com diferentes agentes osmóticos. Scientia Forestalis, Piracicaba, v.36, n.78, p.157-163, 2008.
BRASIL_MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA. Regras para Análise de Sementes. Brasília: SAND/DNDV/CLAV, 2009. 365 p.
DALBERTO, D. S.; BRAGA, L. F. Estresse osmótico e putrescina na germinação de sementes de Ochroma pyramidale (Cav. Ex Lam) Urb (Malvaceae). Científica, Jaboticabal, v. 41, p. 99-110, 2013.
DUTRA, T. R.; MASSAD, M. D.; MOREIRA, P. R.; RIBEIRO, E. S. M. Efeito da salinidade na germinação e crescimento inicial de plântulas de três espécies arbóreas florestais. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v. 37, n. 91, p. 323-330, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.4336/2017.pfb.37.91.1447
ESTEVES, B. S.; SUZUKI, M. S. Efeito da salinidade sobre as plantas. Oecologia Brasiliensis, Rio de Janeiro, v. 12, n. 4, p. 662-679, 2008.
FARIAS, S. G. G.; FREIRE, A. L. O.; SANTOS, D. R.; BAKKE I. A; SILVA, R. B. Efeitos dos estresses hídrico e salino na germinação de sementes de gliricidia [Gliricidia sepium (Jacq.) Steud.]. Revista Caatinga, Mossoró, v.22, n.4, p.152-157, 2009.
FERREIRA, D. F. Sisvar: a Guide for its Bootstrap procedures in multiple comparisons. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 38, n. 2, p. 109-112, 2014. DOI: http://doi.org/10.1590/S1413-70542014000200001
FONSECA, S. C. L.; PEREZ, S. C. J. G. A. Germinação de sementes de olho-de-dragão (Adenanthera pavonina L.): ação de poliaminas na atenuação do estresse salino. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 23, n. 2, p. 14-20, 2001.
FOWLER, A. J. P.; BIANCHETTI, A. Dormência em sementes florestais. Colombo: Embrapa Florestas, 2000. 27 p. (Embrapa Florestas. Documentos, 40).
FURTADO, R. F.; MANO, A. R. O.; ALVES, C. R.; FREITAS, S. M.; MEDEIROS FILHO, S. Efeito da salinidade na germinação de sementes de algodão. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 38, n. 2, p. 224-227, 2007.
KINRAIDE, D. Interactions among Ca2+, Na+ and K+ in salinity toxicity: quantitative resolution of multiple toxic and ameliorative effects. Journal of Experimental Botany, Oxford, v. 50, n. 338, p. 1495-1505, 1999. DOI: https://dx.doi.org/10.1093/jxb/50.338.1495
LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos: Rima, 2004. 531 p.
LEÃO, N. V. M.; FREITAS, A. D. D.; CARRERA, R. H. A. Pau-de-balsa: Ochroma pyramidale (Cav. Ex Lamb.) Urban. Manaus: INPA, 2008. 2 p. (Informativo técnico Rede de Sementes da Amazônia, 19).
LIMA, B. G.; TORRES, S. B. Estresses hídrico e salino na germinação de sementes de Zizyphus joazeiro Mart. (Rhamnaceae). Revista Caatinga, Mossoró, v. 22, n. 4, p. 93-99, 2009.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Editora Plantarum, Nova Odessa, 2014. 381 p.
MOTERLE, L. M.; LOPES, P. C.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A. Germinação de sementes e crescimento de plântulas de cultivares de milho-pipoca submetidas ao estresse hídrico e salino. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 28, n. 3, p. 169-176, 2006. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S0101-31222006000300024
MOURA, M. R.; LIMA, R. P.; FARIAS, S. G. G., ALVES A. R.; SILVA, R. B. Efeito do estresse hídrico e do cloreto de sódio na germinação de Mimosa caesalpiniifolia Benth. Revista Verde, Mossoró, v. 6, n. 2, p. 230-235, 2011.
NERY, A. R.; RODRIGUES, L. N.; SILVA, M. B. R.; FERNANDES, P. D.; CHAVES, L. H. G.; DANTAS NETO, J.; GHEYI, H. R. Crescimento do pinhão-manso irrigado com águas salinas em ambiente protegido. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 13, n. 5, p. 551-558, 2009. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662009000500007
OLIVEIRA, A. B.; GOMES-FILHO, E.; ENÉAS-FILHO, J. O problema da salinidade na agricultura e as adaptações das plantas ao estresse salino. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v .6, n. 11, p. 1-16, 2010a.
OLIVEIRA, I. R. S.; OLIVEIRA, N.; MEDEIROS, M. A.; TORRES, S. B.; TEIXEIRA, F. J. V. Crescimento inicial do pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em função da salinidade da água de irrigação. Revista Caatinga, Mossoró, v.23, n.4, p.40-45, 2010b.
PEDROTTI, A.; CHAGAS, R. M.; RAMOS, V. C.; PRATA, A. P. N.; LUCAS, A. A. T.; SANTOS, P. B. Causas e consequências do processo de salinização dos solos. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, Santa Maria, v.19, n.2, p.1308-1324, 2015.
PEREIRA, F. E. C. B.; MEDEIROS FILHO, S.; TORRES, S. B.; MARTINS C. C.; BRITO, S. F. Saline stress and temperatures on germination and vigor of Piptadenia moniliformis Benth. seeds. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 20, n. 7, p. 649-653, 2016. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/1807-1929/agriambi. v20n7p649-653
STEFANELLO, R.; GARCIA, D. C.; MENEZES, N. L.; MUNIZ, M. F. B.; WRASSE, C. F. Efeito da luz, temperatura e estresse hídrico no potencial fisiológico de sementes de funcho. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 28, n. 2, p. 135-141, 2006. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S0101-31222006000200018
TAIZ L.; ZEIGER E. Fisiologia Vegetal. Editora: Artmed, 3. ed. Porto Alegre, 2004. 719 p.
TORRES, S. B. Germinação e desenvolvimento de plântulas de melancia em função da salinidade. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 29, n. 3, p. 77-82, 2007. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S0101-31222007000300010
VIEIRA, A. H.; LOCATELLI, M. Pau de balsa (Ochroma pyramidale) fam. Bombacaceae. Disponível em: <http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=96>. Acesso em: 28 mar. 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de a aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.
A artigos publicados nessa revista, podem ser reproduzidos parcialmente ou utilizados como referência por outros autores, desde que seja cita a fonte, ou seja, a Revista Nativa.
Copyright for articles published in this journal are the authors, with first publication rights granted to the journal. The journal shows open access, and articles are free to use, with proper attribution, in educational and non-commercial.
The articles published in this journal may be reproduced in part or used as a reference by other authors, provided that the source is quoted.