ESTRUTURA POPULACIONAL DE Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. E Dinizia excelsa DUCKE EM FLORESTA DE TERRA FIRME NO AMAPÁ

Autores

  • Samuel Nahon da Costa samuel.engflorestal@gmail.com
    Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá/Aluno
  • Fernando Galvão Rabelo frabelo-ap@uol.com.br
    Universidade do Estado do Amapá/professor
  • Robson Borges de Lima rbl_florestal@yahoo.com.br
    Universidade do Estado do Amapá/professor
  • Diego Armando Silva da Silva d-armando-silva@hotmail.com
    Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá/professor
  • Cleyton Wilson Pereira de Lima cleytonwilsonlima@gmail.com
  • Samila Miranda dos Santos samila.ueap@gmail.com

DOI:

10.31413/nativa.v7i4.7638

Resumo

O objetivo desse trabalho foi analisar a estrutura diamétrica e espacial das espécies Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. e Dinizia excelsa Ducke. A distribuição diamétrica foi determinada conforme a metodologia de Sturges. O modelo de Meyer foi ajustado para estimar o número de indivíduos por classe de diâmetro. O padrão de distribuição espacial foi estimado por meio do índice de Morisita. Foram encontrados 1.372 indivíduos de M. huberi, onde os dados de sua estrutura diamétrica foram divididas em 11 classes com intervalo de 6,58 cm. Em relação à espécie D. excelsa, foram encontrados 100 indivíduos e seus dados geraram 7 classes diamétricas com 12 cm de intervalo. A distribuição diamétrica dos indivíduos de M. huberi seguiu a distribuição em “J-invertido”, que é típica das florestas naturais inequiâneas, com um quociente “q” estimado de 1,39. Já os indivíduos da espécie D. excelsa apresentaram-se desbalanceados em todos os centros de classes, não seguindo a tendência de “J-invertido”, e um quociente “q” estimado de 1,22. Quanto à distribuição espacial, observou-se por meio do índice de Morisita que ambas as espécies seguem uma distribuição agrupada em que os indivíduos localizam-se próxima à planta mãe, portanto, as populações tendem a ser agrupadas. As espécies possuem distribuição espacial agregado, subsidiando a exploração das árvores com aptidão ao manejo, observando possíveis ressalvas para a espécie M. huberi.

Palavras-chave: quociente De Liocourt; índice de Morisita; floresta ombrófila.

 

POPULATION STRUCTURE OF Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. AND Dinizia excelsa Ducke IN AN UPLAND FOREST IN AMAPA

 

ABSTRACT:

The aim of this work was to analyze the diametric and spatial structure of the Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. and Dinizia excelsa Ducke species. The diameters distribution was determined according to the Sturges methodology. The Meyer model was adjusted to estimate the number of individuals per diameter class. The spatial distribution pattern was estimated using the Morisita index. We found 1,372 individuals of M. huberi, where the data of their diametric structure were divided into 11 classes with an interval of 6.58 cm. In relation to specie D. excelsa, we found 100 individuals and their data generated 7 diameter classes with 12 cm interval. The diameter distribution of M. huberi individuals followed the J-inverted distribution, which is typical of uneven-aged natural forest, with an estimated "q" quotient of 1.39. On the other hand, the individuals of the D. excelsa species showed unbalanced in all class centers, not following the J-inverted distribution and estimated “q” quotient of 1.22. As for the spatial distribution, it was observed through the Morisita index that both species follow a grouped distribution in which the individuals are located close to the mother plant, therefore, the populations tend to be grouped. The species have an aggregate spatial distribution, subsidizing the exploitation of trees with aptitude for management, observing possible caveats for M. huberi specie.

Keywords: De Liocourt quotient; Morisita index; ombrophylous forest.

Biografia do Autor

Samuel Nahon da Costa, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá/Aluno

Pós-Graduando em Biotecnologia pelo Instituto Federal do Amapá (IFAP). Bacharel em Engenharia Florestal pela Universidade do Estado do Amapá (UEAP) - (2018). . Experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com enfoque em Mensuração e Manejo Florestal, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Inventário Florestal, Biometria Florestal, Estatística Experimental, Dendrometria, Silvicultura Tropical, Florística e Fitossociologia de ecossistemas amazônicos, biotecnologia.

Fernando Galvão Rabelo, Universidade do Estado do Amapá/professor

Engenheiro Florestal. Doutorando em Biodiversidade Tropical/UNIFAP e professor da Universidade do Estado do Amapá. Atuante na área de Silvicultura

Robson Borges de Lima, Universidade do Estado do Amapá/professor

Engenheiro Florestal. Doutor em Ciências Florestais/UFRPE  

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Publicado

2019-07-01

Como Citar

Costa, S. N. da, Rabelo, F. G., Lima, R. B. de, Silva, D. A. S. da, Lima, C. W. P. de, & Santos, S. M. dos. (2019). ESTRUTURA POPULACIONAL DE Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. E Dinizia excelsa DUCKE EM FLORESTA DE TERRA FIRME NO AMAPÁ. Nativa, 7(4), 445–451. https://doi.org/10.31413/nativa.v7i4.7638

Edição

Seção

Engenharia Florestal / Forest Engineering

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