PORCENTAGEM DE CERNE, ALBURNO E CASCA DE CINCO ESPÉCIES MADEIREIRAS DA AMAZÔNIA

Autores

  • Dirceu Lucio Carneiro Miranda mirandaufpr@yahoo.com.br
    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sinop, MT, Brasil.
  • Viviane Miyamura Loch viv_loch@hotmail.com
    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sinop, MT, Brasil.
  • Fernando Silva silvaflorestal@gmail.com
    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sinop, MT, Brasil.
  • Gerson dos Santos Lisboa gerson.lisboa@gmail.com
    Universidade Federal do Sul da Bahia, Teixeira de Freitas, BA, Brasil.
  • Geise de Goes Canalez geisegoes@gmail.com
    Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil.
  • Tiago Monteiro Condé tiagonafloresta@gmail.com
    Universidade Estadual de Roraima, Rorainópolis, RR, Brasil.
  • Patrícia Aparecida Rigatto Castelo patyrigatto@gmail.com
    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sinop, MT, Brasil.

DOI:

10.31413/nativa.v5i7.4788

Resumo

Uma das questões mais antigas e deficitárias de estudos técnicos no setor florestal diz respeito ao coeficiente de rendimento volumétrico (CRV) de espécies florestais tropicais, no processo de desdobro da madeira em tora. Este coeficiente é influenciado pela proporção de cerne, alburno e casca presentes na madeira. O objetivo deste estudo foi determinar a porcentagem destas variáveis para cinco espécies madeireiras e analisar a variação percentual ao longo do fuste. Foram selecionadas aleatoriamente um mínimo de 30 indivíduos por espécie, dos quais foram mensurados o comprimento, diâmetro com casca, diâmetro do cerne e espessura de casca. Não houve diferença significativa para a porcentagem de alburno entre as espécies. As espécies A. leiocarpa, D. odoratae M. itaubaapresentaram as menores porcentagens de alburno. Apenas Peltogynelecointei e H. courbarilapresentaram variação significativa aos diferentes comprimentos da tora. D. odorata, A. leiocarpa e M. itauba apresentaram porcentagem de cerne superior às demais e somente H. courbarilapresentou diferença significativa no percentual de casca. Os resultados apresentados podem subsidiar adaptações nos critérios técnicos e normas relacionadas ao CRV destas espécies no estado do Mato Grosso, permitindo uma relação comercial mais justa entre os stakeholders do mercado madeireiro.

Palavra-chave: manejo florestal, rendimento volumétrico, variáveis dendrométricas.

 

HEARTWOOD PERCENTAGE, SAPWOOD AND BARK FIVE TIMBER SPECIES OF THE AMAZON

 

ABSTRACT:

One of the oldest issues and loss of technical studies in the forestry sector in Brazil relates to the volumetric efficiency coefficient (VEC) of tropical forest species, the wood sawing process in logs. This coefficient is influenced by the proportion of heartwood, sapwood and bark present in the wood. The aim of this study was to determine the percentage of these variables for five timber species and analyze the percentage change along the stem. They were randomly selected n ≥ 30 individuals per species felled and sectioned, which were measured the length, diameter in shell diameter core and shell thickness. There was no significant difference in the percentage of sapwood between species. The species A. leiocarpa, D. odorata and M. Itauba had the lowest percentages of sapwood. Only Peltogyne lecointei and H. courbaril showed significant variation to the different lengths of the log. D. odorata, A. leiocarpa and M. Itauba showed higher percentage of heart to the other and only H. courbaril significant difference in the percentage of bark. The results can subsidize adaptations to technical criteria and standards related to the VEC these species in the state of Mato Grosso, allowing a fairer trade relationship between the stakeholders in the timber market.

Keywords: forest management, coefficient of volumetric efficiency, dendrometric variables.

 

DOI: http://dx.doi.org/10.5935/2318-7670.v05nespa24

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Publicado

2018-01-23

Como Citar

Miranda, D. L. C., Loch, V. M., Silva, F., Lisboa, G. dos S., Canalez, G. de G., Condé, T. M., & Castelo, P. A. R. (2018). PORCENTAGEM DE CERNE, ALBURNO E CASCA DE CINCO ESPÉCIES MADEIREIRAS DA AMAZÔNIA. Nativa, 5(7), 619–627. https://doi.org/10.31413/nativa.v5i7.4788

Edição

Seção

Engenharia Florestal / Forest Engineering

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