Jwa: notas sobre a oscilação do sangue no corpo e no território dos Iku da Colômbia

Autores

  • Ana Milena Horta anamilenahorta@yahoo.es
    Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

10.48074/aceno.v7i14.9731

Resumo

A partir do trabalho etnográfico realizado com o povo Iku, da Colômbia, exploro a dinâmica do sangue, jwa, argumentando que é necessário abordar, além dos processos da construção do corpo, as manifestações desta potência vital no território, que é o corpo da Mãe universal. O sangue circula conectando opostos, ao mesmo tempo em que é composto por forças opostas. Dessa forma, ele deve ser entendido a partir de movimentos oscilatórios e não de atributos estáticos. O sangue menstrual tem uma potência que deve ser mediada pelo mamo, a mulher, e potências do território.

Biografia do Autor

Ana Milena Horta, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em antropologia pela Universidad de Los Andes, Colômbia (2003). Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS (2015), doutoranda no programa de Antropologia Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. Membro do NIT, Núcleo de antropologia das Sociedades indígenas e tradicionais.

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Publicado

2020-12-22

Edição

Seção

Dossiê Temático: O que carrega o sangue?