https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/issue/feed ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste 2024-09-03T02:28:51+00:00 Marcos Aurélio da Silva marcosaurelio@ufmt.br Open Journal Systems <div> <p><strong>ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste</strong> é um periódico científico lotado no Departamento de Antropologia e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Mato Grosso, que tem como propósito se constituir em um espaço permanente para o debate, a construção do conhecimento e a interlocução entre antropólogos e pesquisadores de áreas afins, do país e do exterior. Apesar de <strong>ACENO</strong> fazer referência ao Centro-Oeste, em seu título, ela não tem como único objetivo dar visibilidade a resultados de pesquisas científicas relativas às populações desta região, mas sim, se tornar um fórum que traduza a pluralidade de perspectivas teóricas e temáticas que caracterizam a antropologia na contemporaneidade. </p> <p><strong>ISSN:</strong> <strong>2358-5587</strong></p> <p><strong>Qualis 2017-2020: A2 </strong></p> <p><strong>Qualis 2013-2016: </strong>B3 Antropologia-Arqueologia/ B3 Direito/ B3 Interdisciplinar/ B4 Sociologia/ B4 Comunicação e Informação/ B5 Educação/ B5 História/ B5 Linguística e Literatura/ B5 Ciências Ambientais/ C Saúde Coletiva/ C Artes</p> <p> </p> </div> <p> </p> https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/17813 Apresentação ao dossiê 2024-06-04T19:18:55+00:00 Luiz Augusto Sousa Nascimento olhardetela2000@gmail.com Flávio Rodrigo Freire Ferreira olhardetela2000@gmail.com <p>A proposta visa reunir pesquisas etnográficas relacionadas ao movimento indígena na América Latina e, especificamente no Brasil. Por movimento indígena, a antropologia consagra um conjunto de ações relacionadas ao protagonismo de lideranças indígenas como sujeitos políticos e históricos. Ao longo dos processos intersocietários na América Latina e, sobretudo, no Brasil, os indígenas foram considerados pelo Estado como sujeitos relativamente incapazes, portanto, desprovidos de qualquer ativismo políticos. No Brasil, somente a partir da década de 1960, lideranças indígenas de diferentes grupos étnicos começam a se organizar para garantir direitos territoriais e pautar reinvindicações genéricas, tais como cuidados à saúde e por uma educação que primasse pela diversidade sociocultural e linguística, iniciando uma etapa em que a antropologia consagra como etnopolítica ou política étnica. A política étnica ganhou força nas décadas seguintes e foi crucial para defender direitos nos processos constituintes que norteou pela primeira vez na história constitucional do Brasil, um capítulo exclusivo dos Índios, rompendo com a ideia do indígena como relativamente incapaz e abrindo novas perspectivas para os movimentos indígenas. Com a promulgação da Constituição brasileira de 1988, a política étnica ganhava novos contornos, sobretudo, quando a Funai deixa de ser o órgão centralizador da política indigenista oficial.</p> <p>Nesse emaranhado, algumas frentes tornaram-se imprescindíveis para o debate do movimento indígena, destaque para as pautas pela garantia territorial, educação que garantisse as especificidades das culturas e uma política de saúde que levasse em consideração às práticas terapêuticas dos especialistas locais (xamãs, pajés, sacacas etc.), todas negadas pelo Estado assentado na política assimilacionista. Nesse contexto, a etnopolítica e a cosmopolítica se interseccionam nas estratégias discursivas das lideranças indígenas. Por etnopolítica ou indigeneidade (CADENA, 2010), compreendemos as ações políticas orientadas e pautadas pelos indígenas que participam dos embates institucionais frente às esferas dos Estados nacionais, que negam a diferença ontológica da indigeneidade ainda que faça através de práticas de inclusão. A etnopolítica se manifesta pela etnicidade cuja comissão de frente comporta lideranças letradas que transitam sistematicamente com o debate da política nacional. Por cosmopolítica estamos apoiados nas concepções de Justin. Shaffner, Huon Wardle (2017) e de Isabelle Stengers (2018), que consideram como uma política em que o cosmos, que designa o desconhecido, constitui mundos múltiplos divergentes, articulados e coloca na pauta da ciência e da política, a natureza e um mundo comum. Stengers (2018) chama a proposta cosmopolítica, de fazer o cosmos – o que não é reconhecidamente político o mundo das ontologias indígenas e das indeterminações – insistir sobre a política, fazer. Com que a construção do mundo e do que chamamos natureza, seja incluída numa luta política. Portanto, territórios ontológicos, educação específica e sistema de saúde com terapias próprias incursionam pela cosmopolítica. Nesse sentido, nossa proposta visa trazer para o debate, pesquisas etnográficas que transitam pelo movimento indígena, considerando etnopolítica e cosmopolítica como fenômenos interseccionais.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16367 Rop-ni Mẽtyktire: de chefe de guerra a pacificador 2023-10-12T21:41:17+00:00 MICHELLE CARLESSO MARIANO michellecarlessomariano@gmail.com <p>O presente trabalho é estudo etnológico centrado na história de vida do líder indígena Rop-ni Mẽtyktire, cacique Raoni. Possui por objetivos analisar a trajetória desta liderança que responde às demandas internas da comunidade e a necessidade de dialogar com o Estado. Os dados aqui descritos e analisados foram obtidos a partir de pesquisas etnográficas realizadas na Aldeia Piaraçú, Terra Indígena Capoto/Jarina, que resultaram em trabalhos de mestrado (2014) e doutorado (2019), cotejando-os com pesquisas antropológicas e documentos históricos. Apresenta-se, em linhas gerais, a indissociabilidade entre o “modo de ser”, compreendido etnologicamente como uma cosmovisão contínua entre sujeitos e uma neutralização da diferença por um idioma simbólico de predação, e o “modo de agir” que impele as lideranças à ação.</p> <p>&nbsp;</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16754 Cosmopolíticas e atitudes linguísticas Kayapó: o hino nacional brasileiro na língua Mẽbêngôkré (família Jê) 2024-01-30T19:56:11+00:00 MICHELLY SILVA MACHADO mih.machado02@gmail.com <p>Este artigo reflete sobre as ações linguísticas para valorização da língua e da cosmovisão Mẽbêngôkre-Kayapó. Para isso, analisa-se o “Hino Nacional Brasileiro na Língua Mẽbêngôkré”, escrito por Mokuká Kayapó e publicada pelo Projeto de Documentação de Culturas Indígenas do Museu do Índio em 2011. O estudo possui abordagem socioantropológica, realizada através de levantamento bibliográfico, análise textual do hino e conversas informais com os colaboradores bilingues (Português - Mẽbêngôkre), com campo digital realizado de 2020 a 2022. O argumento central está voltado nas reações Kayapó contra os anos de contato com os <em>kubẽ</em> (não indígenas) em defesa da sua segurança física e valorização sociocultural. Como resultados, desvela-se o papel da língua/linguagem como episteme de fala e ato cosmopolítico Kayapó.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16373 A cosmopolítica nos movimentos estudantis indígenas: o Centro de Culturas Indígenas da UFSCar como manifestação da indiagem/indigeneidade 2023-10-12T21:36:47+00:00 Marcos José de Aquino Pereira marcosdiaquino@gmail.com Jocimara Braz de Araújo Pataxó jocipataxo@gmail.com <p>Este artigo foi escrito tendo como base resultados da pesquisa de doutorado intitulada “Processos Educativos do Centro de Culturas Indígenas: indiagem, acolhimento, desafio e conquista na Universidade Federal de São Carlos” desenvolvida com os(as) estudantes indígena desse coletivo. Nosso objetivo é colocar em destaque alguns desvelamentos construídos ao longo da pesquisa que se referem aos aspectos cosmopolíticos do movimento indígena estudantil: os desafios da presença/ausência indígena na universidade e o seu papel formativo para o envolvimento deles(as) nas lutas nacionais dos povos indígenas e o desenvolvimento da categoria indiagem, que relacionamos ao conceito de indigeneidade.&nbsp;</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/15892 Historicidad del repertorio de indígenas mujeres de Brasil: el Foro Nacional (2019) 2023-10-12T22:01:13+00:00 Elizabeth Ruano-Ibarra elizabethruano@gmail.com <p>El análisis propuesto indaga sobre las características del contexto, de las modalidades del repertorio y de las demandas del Foro Nacional de indígenas mujeres, realizado en agosto de 2019, en Brasilia (Brasil), del cual participaron aproximadamente tres mil personas pertenecientes a 100 pueblos. El método utilizado es la revisión bibliográfica y el análisis documental de las movilizaciones de las indígenas a partir de 1990. Conceptualmente adhiero a los conceptos de feminismo comunitario y de cuerpo-territorio, el primero denota el activismo, el posicionamiento crítico y la teorización en defensa de los derechos colectivos; el segundo politiza y complejiza las violencias contra las indígenas vinculando el cuerpo biológico al territorio. Concluyo que el repertorio del Foro no propone estrategias de superación de la subordinación de género y prioriza la defensa de los derechos colectivos de los pueblos indígenas.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16375 Sonia Guajajara na política brasileira: mulher indígena construindo um futuro ancestral 2023-10-12T21:33:36+00:00 Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro maylla.chaveiro@gmail.com Sara Santos Dias Costa sasantosd@outlook.com <p>O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a trajetória pessoal e política de Sonia Guajajara, atual ministra dos povos indígenas, pertencente ao povo Guajajara/Tenetehára. Para tal, foi realizada uma pesquisa exploratória e qualitativa através da netnografia nos instagrans @guajajarasonia e @minpovosindígenas. O artigo se fundamenta epistemologicamente em epistemologias contracoloniais e interseccionais. Concluímos que Sonia Guajajara representa a potência ancestral de mulheres indígenas na política brasileira e no ciberativismo, atuando para o fortalecimento da democracia em perspectiva cosmopolítica e interseccional.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16303 O discurso pluriverso da ativista indígena Sônia Guajajara e a interseccionalidade cosmopolítica 2023-10-12T22:10:39+00:00 Danielle Lima Costa daniellecosta@ifma.edu.br Luiz Augusto Sousa Nascimento augustowohoty@gmail.com <p>Os povos originários do Brasil ao longo dos processos intersocietários foram reduzidos pelo domínio colonial a sujeitos tutelados, quando a estrutura política do Estado impôs o aniquilamento pleno do exercício político aos indígenas, estabelecendo o cerceamento aos direitos fundamentais da condição humana. A partir da Constituição federal brasileira de 1988, o Estado brasileiro pela primeira vez na história estabeleceu aos povos indígenas, o fim da tutela, ascendendo a emancipação dos povos indígenas como sujeitos políticos de direito. Nesse contexto, muitas lideranças indígenas protagonizaram diferentes lutas contra o seu antigo tutor - o Estado. As mulheres indígenas gradativamente passaram a ocupar espaço no cenário político nacional, rompendo o mundo de dominação masculina e as barreiras intrínsecas das chefias locais pautadas no cacicado. Nossa pesquisa visou compreender o papel político da liderança feminina Sônia Guajajara, analisando seus principais discursos na perspectiva de destacar a constância da interseccionalidade retórica entre cosmopolítica e etnopolítica. Metodologicamente, recorreremos aos discursos públicos e privados, bem como os restritos a vida aldeã e as falas do cotidiano proferidos por ela ao longo dos últimos dez anos em diferentes cenários. Nesse contexto, estabelecemos debates teórico-analíticos com autoras mulheres, como Isabelle Stengers, Marisol De la Cadena, Donna Haraway, Débora Danowiski, que lançam luz acerca do debate cosmopolítico, etnopolítico e as reflexões da intervenção antropoceno muito partilhadas no discurso da ativista indígena Sônia Guajajara.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16336 Lideranças indígenas no Rio Grande do Norte: organização e estratégias de lutas na relação com o Estado 2023-10-12T21:48:33+00:00 Yuri Vasconcelos da Silva yuriujc@yahoo.com.br <p>Esse estudo investiga as diferentes formas de organização social de populações indígenas no RN e as estratégias utilizadas na mediação com o Estado. O objetivo foi conhecer a trajetória de vida de duas lideranças e analisar de que maneira a sua atuação alterou a relação com o Estado. A produção de dados foi realizada tanto a partir de entrevistas quanto também a partir de pesquisa etnográfica. Observou-se que na interlocução com o Estado as lideranças mobilizam elementos que se relacionam com formas de vida própria e com concepções de mundo, havendo o encontro entre a etnopolítica e a cosmopolítica.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/15861 O povo Gavião e os primeiros contatos com as Tecnologias da Informação e Comunicação 2023-10-12T21:58:40+00:00 Thiago Oliveira thiagoallanr@gmail.com André Demarchi andredemarchi@mail.uft.edu.br <p>Discute-se nesse artigo o Povo Gavião da Terra Indígena Mãe Maria, habitantes do sudeste paraense, o processo de contato e apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação por parte dos mesmos. Analisa-se esse movimento de contato e apropriação das TICs a partir da aldeia Akrôtikatêjê do Povo Gavião Akrãtikatêjê e as consequências culturais e sociais desse processo.</p> <p>Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação. Povo Gavião. Akrôtikatêjê</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16323 Cosmopolítica e etnopolítica em duas situações etnográficas acerca dos estudos de identificação e demarcação terras indígenas: o caso Migueleno no Guaporé e os Baré do rio Negro 2023-10-12T21:51:41+00:00 Luiz Augusto Sousa Nascimento augustowohoty@gmail.com <p>A pesquisa percorreu pelas trilhas dos debates epistemológicos acerca das noções de <em>cosmpolítica </em>e <em>etnopolítica</em>, atentando para questões pragmáticas eclodidas em duas situações etnográficas relacionadas aos estudos de identificação e demarcação de terras indígenas, orientados sob as prerrogativas burocráticas do Estado brasileiro. Os estudos ocorreram no contexto amazônico brasileiro em cenários etnográficos distintos com peculiaridades fundiárias específicas, porém coadunados por situações históricas similares, tais como as consequências do contato colonial, que culminou na desterritorialização parcial dos coletivos indígenas envoltos na questão em tela: As populações multiétnicas do rio Negro/Baré e os Migueleno da bacia do Guaporé em Rondônia. Metodologicamente, a pesquisa pautou na etnografia como ferramenta principal de buscas de informações, bem como foram acessados documentos em arquivos públicos de instituições estatais e privadas. Teoricamente, assentamos nas bases epistemológicas do debate acerca das noções de cosmopolítica e etnopolítica em torno da virada ontológica. Essas categorias e postulados nos imprimiram às reflexões tangentes aos processos resultantes dos estudos de identificação e demarcação de terras indígenas no contexto da Amazônia brasileira.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16372 O Pajé Itambé e a formação do território indígena de Coroa Vermelha 2023-10-12T21:38:13+00:00 Ubirai Silva Matos Pataxó ubiraci.matos2014@gmail.com Ivaneide Almeida da Silva neidinha.almeida@gmail.com <p>O presente artigo aborda a trajetória do Pajé Itambé no processo de demarcação de terra indígena da Aldeia de Coroa Vermelha em Santa Cruz Cabrália-BA. A sua chegada nessa região foi marcada por dificuldades, conflitos e lutas pelo reconhecimento da terra, exercendo a liderança enquanto cacique e reconhecido no interior da comunidade e fora dela enquanto pajé, como é conhecido até os dias de hoje. Fontes orais, jornais, revistas, fotos de acervo pessoal e documentos da demarcação dessa terra indígena foram utilizados como fontes de documentação para este artigo.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16308 A insuficiência do marxismo clássico para as demandas da América Latina: Sumak Kawsay, decolonialismo e alternativas sistêmicas 2024-01-27T19:39:36+00:00 Gabriel Diniz Gruber gabriel.dgruber@gmail.com Emanuely Miranda emanuelymiranda.em@gmail.com Karolyn Ferraz karolyn.ferraz@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo visa contextualizar o período de formulação teórica do marxismo e seu eurocentrismo intrínseco, tanto em sua natureza quanto em seus desdobramentos históricos, passando pela teoria da dependência e tentativas de reajustes de rota perante a realidade colonial a partir do teórico peruano José Carlos Mariátegui. Além disso, pontua críticas à sua leitura histórica e às suas relações de produção pela colonialidade do Poder. A partir disto, se disserta a respeito da necessidade das alternativas sistêmicas, que buscam maior coerência com a realidade dos povos endêmicos de Abya Yala e em diáspora na Améfrica Ladina. Por fim, este artigo se concentra na proposta cosmopolítica do “Bem Viver” (</span><em><span style="font-weight: 400;">Sumak Kawsay</span></em><span style="font-weight: 400;">).</span></p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/17012 Itinerários terapêuticos e o bem viver do povo Guató de Mato Grosso 2024-01-25T21:21:52+00:00 Alessandra Alves Arruda aceno@ufmt.br Marcos Aurélio da Silva marcoaureliosc@hotmail.com <p>Este artigoapresenta um trabalho etnográfico sobre o itinerário terapêutico, a concepção de saúde e de doença e a ideia de bem viver sob a ótica dos Guató da comunidade da Terra Indígena Baía dos Guató, localizada no município de Barão de Melgaço, estado de Mato Grosso, região do Pantanal. Todos os dados aqui apresentados foram registrados por meio de pesquisas de campo, realizadas através da seguinte maneira: observações diretas, entrevistas informais, rodas de conversas na comunidade, participação em reuniões do conselho local de saúde e educação, oficinas de artesanatos de aguapé, oficinas da língua Guató, reunião com servidores da FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e encontros durante datas comemorativas na Aldeia Aterradinho. Para a realização do estudo, a autora contou com o apoio de três interlocutoras principais, todas elas mulheres de grande sabedoria na comunidade: Eunice Amorim (agente indígena de saúde), Sandra da Silva (xamã) e Teodorica Amorim (parteira), sendo que a última faleceu antes da conclusão do presente trabalho. Elas foram decisivas para o desenvolvimento deste estudo devido aos conhecimentos tradicionais que possuem sobre muitos assuntos, os quais têm sido repassados de geração a geração, como práticas de curas e a concepção de saúde e doença para o povo Guató. Por muito tempo, esses conhecimentos ficaram mantidos seguros, guardados no arcabouço da memória e resistiram a todo o processo de violação de direitos sofrido pelo povo Guató, inclusive por conta da invasão e perda de grande parte do território tradicional no Pantanal.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16695 “A casa pode ser dele, mas o lar é meu”: crossdressing, relações familiares, conflitos e cuidado 2023-11-23T21:13:52+00:00 Anna Paula Vencato apvencato@gmail.com <p>Este trabalho discute dados coletados em pesquisa etnográfica com mulheres que se identificam como “esposas” ou “S/O’s” de homens que “praticam crossdressing”. É, ainda, um desdobramento de pesquisa anterior, sobre como homens que se identificam como crossdressers negociavam esta prática em suas vidas cotidianas. Busco refletir sobre como o crossdressing de seus companheiros impacta suas vidas privadas, suas sociabilidades, suas relações afetivo-sexuais/conjugal, bem como as relações familiares mais amplas. Importa compreender como tensões relativas às convenções sobre gênero e sexualidade e o manejo de segredo impactam essas relações conjugais/familiares e a questão do cuidado, assim como por vezes se desdobram em opressões/violências e interferem na dinâmica dos afetos e do companheirismo, implicando por vezes em renegociações ou rupturas.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16928 "Fazer a social”: amizade, "tesão" e sociabilidade na comunidade gay do Recife 2024-02-27T20:58:43+00:00 Luís Felipe Rios lfelipe.rios@gmail.com <p class="p1">O texto apresenta resultados de pesquisa etnográfica, realizada por meio de observações participantes e entrevistas, na comunidade <em>gay</em> da Região Metropolitana do Recife. Analisa os modos de sociabilidade a partir das categorias êmicas "fazer a social”,<span class="Apple-converted-space">&nbsp; </span>“pegação" e “suruba”. Na comunidade, amizade e "tesão" são emoções concorrentes à sociabilidade e a conversação de palavras e de gestos são a suas maiores expressões. A condição para que sociabilidade se estabeleça é a da quebra da busca pela conjugalidade, conteúdo da sociação como situada pela heteronorma.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/17677 Determinação social da morte: sobre a vulnerabilização e inviabilização de vidas, necropolítica e indiferença 2024-05-20T20:37:13+00:00 Elis Borde borde.elis@gmail.com Karynna Maria da Silva Ferreira karynnaferreira@hotmail.com Lidia Maria de Oliveira Morais lidiamariamorais@gmail.com <p>Este ensaio explora a “determinação social da morte” e aborda como a noção da “determinação social” dos processos saúde-doença, advinda da Medicinal Social e da Saúde Coletiva Latino-americana, ao ser incorporada na discussão acerca da morte, nos permite politizá-la e situá-la social, territorial e historicamente. Dessa maneira, é possível entender a determinação social da morte dentro das estruturas de poder e como um reflexo das iniquidades sociais vivenciadas ao longo da vida e dos processos de vulnerabilização que se reproduzem nas intersecções entre raça/cor, gênero e classe e inviabilizam a vida de tantas pessoas.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16088 O Olhar de quem esteve lá: imagem e etnografia 2024-07-23T21:12:20+00:00 Andréa Bittencourt Pires Chaves andreachaves@ufpa.br <p>O presente texto propõe uma discussão sobre o uso da imagem no trabalho de campo etnográfico. Para tanto, foi necessário, primeiramente, conceituar a antropologia como ciência discorrendo sobre o histórico de sua formação científica e o trabalho de campo etnográfico enfatizando o uso da fotografia como recurso inerente a coleta de dados. Por conseguinte, o enfoque foi direcionado para o debate da fotografia em uma pesquisa etnográfica no interior da Amazônia no início dos anos de 1990 desenvolvida em um Projeto de Pesquisa denominado Controle Ambiental da Garimpagem no Rio Tapajós. O relato desta experiência de pesquisa etnográfica apresenta uma relevância para a reflexão da imagem como elemento importante na relação entre o pesquisador, o pesquisado e o leitor da pesquisa. Neste caso, a imagem atua como mecanismo de aproximação entre os componentes desta tríade (pesquisador, pesquisa e leitor) na experiência vivenciada no campo de pesquisa. O leitor que não esteve lá visualiza o recorte feito por quem lá esteve. Assim como, a imagem permite uma relação de confiança e troca entre o pesquisador e o pesquisado.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/15982 Aproximações etnoarqueológicas: experiências com o povo indígena Kayabi do Vale do Arinos, Amazônia mato-grossense. 2023-10-12T22:02:42+00:00 Saulo Augusto de Moraes saulo.augusto.moraes@unemat.br Francisco Forte Stuchi kaikaiabi@gmail.com Rosalia de Aguiar Araújo osalia.aguiar.araujo@unemat.br <p>Este artigo divulga resultados de pesquisa etnográfica e aproximações atnoarqueológicas de fragmentos do patrimônio arqueológico da região do Vale do Arinos, Amazônia mato-grossense, a partir do Museu do Vale do Arinos. Analisou-se principalmente a cerâmica autoidentificada pela etnia Kayabi e a memória social deste grupo indígena. Para o tratamento epistemológico, foi considerado elementos divulgados por outras pesquisas, assim como com algumas literaturas sobre esse povo originário do Noroeste do Mato Grosso. As análises iniciais sugerem que os artefatos cerâmicos acessados são parte da cultura material Kayabi. A cerâmica Kayabi, do grupo habitante do Vale do Arinos, deixou de ser produzida a bastante tempo, provocando uma preocupação, que também motivou este manuscrito. Na aldeia <em>Tatuí</em>, principal aldeia do grupo Kayabi do Vale do Arinos, há pouquíssimos anciãos que guardam na memória os processos de produção da cerâmica tradicional <em>kawaiwete</em> e <em>tatuê</em>, porém argumentam que o barro adequado é o que existe na região do <em>Batelão</em>, seu berço ancestral, também localizado no Vale do Arinos, inacessível no presente devido a presença de guaxebas (pistoleiros). Assim, este texto pretende oferecer resposta sobre artefatos arqueológicos cerâmicos encontrados no Vale do Arinos.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/15059 Agressões em indígenas residentes no estado de Roraima, Norte da Amazônia brasileira (2008-2022) 2023-02-27T16:05:47+00:00 Mario Ribeiro Alves malvesgeo@gmail.com <p>A violência é tema presente em todas as sociedades, sendo um dos problemas da humanidade, que sempre buscou compreendê-la para reduzi-la devido a suas causas e consequências. O presente manuscrito buscou analisar a violência em indígenas residentes nos municípios do estado de Roraima, Norte da Amazônia brasileira, dentro do período de 2008 a 2022. Foram coletados registros de internações por agressões, sendo filtrados por cor/raça indígena e organizadas por municípios de residência e por ano de atendimento, além de serem classificadas por causa, faixa etária e sexo. Taxas de internações por agressões foram calculadas por município e por ano, pela divisão do número de registros de internações pela população, multiplicado por 100.000. Taxas médias foram calculadas por períodos de estudo. Aglomerados espaço-temporais foram gerados a partir de varredura estatística. Houve aumento de valores do primeiro período para o segundo período, redução do segundo para o terceiro e manutenção de valores das taxas no quarto período. Foram observadas maiores taxas de internações em municípios próximos às sedes dos DSEI, tendendo a registrar maior quantidade de episódios de agressões em áreas próximas a locais onde há disponibilidade destes serviços. Levanta-se a reflexão para a temática da violência como questão multifatorial, incentivando-se novos estudos que contemplem a coleta de dados primários, possibilitando análises mais refinadas.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16316 Fronteiras, rituais e caminhos: fragmentos da nacionalidade brasileira em Rituais e Festas Bororo 2023-10-12T22:20:32+00:00 Francisco Gabriel de Almeida Rego francisco1gabriel@gmail.com <p>: Pretendemos analisar o filme <em>Rituais e Festas Bororo</em> (1917), do Major Tomaz Reis, realizado no âmbito da comissão Rondon. Buscamos identificar nesse documentário aspectos centrais da nacionalidade brasileira, tendo como base a representação indígena. Por meio da metodologia da Análise Fílmica, buscamos observar os aspectos concernentes a <em>mise en scène </em>documental, de modo a compreender a relação dessa categoria com a representação indígena presente nesse filme. Como conclusão, apontamos que a representação indígena se relaciona com a construção da nacionalidade presente no ideário da Comissão Rondon, e que se baseia em um imaginário que buscou circunscrever a unidade nacional em premissas importantes do positivismo, tais quais: a racionalidade, o cientificismo e a centralidade do Estado-nação como mediador das assimetrias presentes no território brasileiro.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16374 Entre ritos e rituais fúnebres dos Boe bororo de Mato Grosso e sua importância para a cultura da aprendizagem escolar sob a ótica da lei 11.645/2008 numa perspectiva decolonial 2023-10-12T21:35:24+00:00 Suely Maria Pires sumapihis@gmail.com Eder Carlos Cardoso Diniz eder.c.c.diniz@hotmail.com <p>O presente artigo aborda brevemente a história da Lei 11.645/2008, sua importância e como a mesma dialoga com a cultura do Povo Boe Bororo, em especial os ritos e rituais do funeral indígena. Pretende-se ao mostrar o ritual, destacar a importância de se conhecer mais os povos indígenas, sua cultura e valorizar e respeitar sua história e sabedoria. Essa guinada cultural é importante para se preservar e reconhecer a importância e evitar os epistemícidios dos povos indígenas, permitindo uma educação intercultural em direção a uma transformação de racionalidade e valorização das culturas outras.</p> <p> </p> <p> </p> <p> </p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16305 “Existe uma diferença entre ser abandonada… e ser esquecida”: percursos acerca das condições de vivência de travestis/trabalhadoras do sexo durante a pandemia da Covid-19. 2024-02-26T18:37:35+00:00 Luís Antonio Bitante Fernandes luis.fernandes@ufmt.br Carlos Eduardo Henning carloseduardohennig@gmail.com <p>Neste artigo, dialogamos sobre a existência de uma necropolíticatrans e os impactos sociais da pandemia de Covid-19 em travestis/trabalhadoras do sexo na cidade de Barra do Garças - MT. Um breve relato histórico da construção de campo de pesquisa demonstram as condições das atividades de trabalho dessas trabalhadoras e, em seguida, discorremos sobre as identidades de gênero e transexualidades em seus contextos de transgressões. A partir disso, consideromos as vulnerabilidades potencializadas com a emergência da pandemia, na medida em que se mostram enlaçadas por estruturas de poder e iniquidades sociais que avançam nos processos de aniquilação de corpos que “não importam”.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/17806 Expediente 2024-06-04T01:23:17+00:00 Editoria executiva olhardetela2000@gmail.com 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/18282 Sumário / Table of Contents / Tabla de Contenido 2024-09-02T16:01:01+00:00 Editoria executiva aceno@ufmt.br 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/18286 Editorial 2024-09-03T02:28:51+00:00 Editoria executiva aceno.revistadeantropologia@gmail.com 2024-09-03T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/17444 Antropologia e povos indígenas: diálogos sobre trajetória e políticas étnicas no Rio Grande do Norte. Entrevista com Julie Cavignac e Luiz Katu 2024-04-11T00:32:01+00:00 Luiz Augusto Sousa Nascimento luiz.nascimento@ifma.edu.br Flávio Rodrigo Freire Ferreira flaviorodrigoff@yahoo.com.br <p>Essa não é uma entrevista convencional. Optamos por juntar duas pessoas que, cada uma em seu respectivo espaço de atuação, tem desempenhado relevantes papeis. Com efeito, essas trajetórias se entrelaçam e, assim, pudemos realizar um bate-papo tendo como fio condutor da conversa o diálogo epistêmico entre dois mundos: o universo acadêmico da produção do conhecimento antropológico; e a organização e as lutas do movimento indígena. Ambos sujeitos, são considerados agentes de uma história construída a partir de ações e reflexões que se entrelaçam e dialogam. Nesse exercício de juntar pessoas para conversar sobre momentos marcantes, encontramos testemunhos muito detalhados e reveladores da luta indígena no estado do Rio Grande do Norte que vai da invisibilidade até a consolidação de pautas e ações em defesa dos direitos coletivos dos povos originários. Estamos nos referindo a professora Julie Antoinette Cavignac e ao cacique potiguara da aldeia Catu, Luiz Katu.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16929 Pintando a psicologia de jenipapo e urucum: narrativas de indígenas psicólogos(as) no Brasil 2024-01-03T11:06:36+00:00 Leandro Durazzo leandrodurazzo@gmail.com <p>Resenha da obra: Articulação Brasileira dos(as) Indígenas Psicólogos(as) (ABIPSI). (Org.). Pintando a psicologia de jenipapo e urucum: narrativas de indígenas psicólogos(as) no Brasil. São Leopoldo: Casa Leiria, 2022. (Série Saberes Tradicionais, v. 5). 190 p.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16153 Saúde e políticas da vida 2023-08-17T18:28:32+00:00 Pablo Rittieli Fraga de Souza pablorittieli@gmail.com 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/15288 Dinâmicas do povo Wai Wai em uma casa de saúde indígena 2023-04-11T19:04:19+00:00 Nádile Juliane Costa de Castro nadiledecastro@hotmail.com Ezequiel Sakew Wai Wai ezequielwaiwai08@gmail.com <p>A Casa de Saúde Indígena de Oriximiná é organizada para o processo de trabalho da equipe multiprofissional em saúde, que dinamiza suas ações em paralelo a cultura dos povos da região, com destaque ao povo Wai Wai, etnia mais populosa e frequente nos registros do serviço. O objetivo dos registros à época foi identificar as infraestruturas e dinâmicas socioculturais a fim de promover uma experiencia visual que fornecesse subsídios para entender os contextos dos serviços de saúde. Foi realizado em abril de 2018, e reúne um grupo de imagens coletadas durante a semana alusiva aos povos indígenas de Oriximiná, por meio de trabalho de campo e analisada em conjunto com enfermeiro Wai Wai. É notável, assim como em outras casas de apoio as adaptações e aglomerados familiares quando da necessidade de cuidado à saúde para além da aldeia, característica importante para compreensão do profissionais atuantes no serviço de saúde.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/16514 “Ele é negro, ele é santo, é bonito”: imagens de devoção a São Benedito, em Cuiabá, MT. 2023-10-24T02:23:28+00:00 Flávia Carolina da Costa flaviacarolinac@gmail.com Aparecida Josefa Cruz Butzke aparecidacruz2000@gmail.com <p>O presente ensaio fotográfico faz parte da pesquisa “Patrimônio cultural das populações negras da região central de Cuiabá: memória e turismo”, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) e desenvolvido pelo Caleidoscópio – Núcleo de Estudos de Cultura Popular (CNPq). O foco da pesquisa apoiada pela FAPEMAT é analisar questões relativas ao patrimônio cultural da área central de Cuiabá, sobretudo do entorno da Igreja de São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário, com seus símbolos, patrimônio e potencial turístico. O objetivo deste ensaio, por sua vez, é destacar a importância da devoção a São Benedito, com registros da Lavagem das Escadarias da Igreja e da Festa em homenagem ao santo feitos em julho de 2023.</p> <p>A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito é um bem tombado e protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), como um Espaço de Memória, desde 1992. Embora a data de construção da Igreja se refira ao ano de 1730, registros históricos associam pequenos festejos populares e secretos em homenagem a São Benedito acontecendo pela cidade, principalmente nos arredores do Beco do Sebo, atualmente denominado Praça da Mandioca, desde 1722. A forte devoção a São Benedito associada à população negra escravizada que vivia no antigo Arraial da Forquilha – como primeiramente foi denominada a cidade de Cuiabá – traz à tona aspectos definidores sobre como uma memória negra atualizada no presente pode se entrelaçar com a valorização cultural, a partir da celebração da arte e das manifestações religiosas sincretizadas.</p> 2024-09-02T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste