O discurso pluriverso da ativista indígena Sônia Guajajara e a interseccionalidade cosmopolítica

Autores

DOI:

10.48074/aceno.v11i25.16303

Resumo

Os povos originários do Brasil ao longo dos processos intersocietários foram reduzidos pelo domínio colonial a sujeitos tutelados, quando a estrutura política do Estado impôs o aniquilamento pleno do exercício político aos indígenas, estabelecendo o cerceamento aos direitos fundamentais da condição humana. A partir da Constituição federal brasileira de 1988, o Estado brasileiro pela primeira vez na história estabeleceu aos povos indígenas, o fim da tutela, ascendendo a emancipação dos povos indígenas como sujeitos políticos de direito. Nesse contexto, muitas lideranças indígenas protagonizaram diferentes lutas contra o seu antigo tutor - o Estado. As mulheres indígenas gradativamente passaram a ocupar espaço no cenário político nacional, rompendo o mundo de dominação masculina e as barreiras intrínsecas das chefias locais pautadas no cacicado. Nossa pesquisa visou compreender o papel político da liderança feminina Sônia Guajajara, analisando seus principais discursos na perspectiva de destacar a constância da interseccionalidade retórica entre cosmopolítica e etnopolítica. Metodologicamente, recorreremos aos discursos públicos e privados, bem como os restritos a vida aldeã e as falas do cotidiano proferidos por ela ao longo dos últimos dez anos em diferentes cenários. Nesse contexto, estabelecemos debates teórico-analíticos com autoras mulheres, como Isabelle Stengers, Marisol De la Cadena, Donna Haraway, Débora Danowiski, que lançam luz acerca do debate cosmopolítico, etnopolítico e as reflexões da intervenção antropoceno muito partilhadas no discurso da ativista indígena Sônia Guajajara.

Biografia do Autor

Luiz Augusto Sousa Nascimento, IFMA

Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, pesquisador associados ao Centrro de Trabalho Indigenista - CTI, professor do quadro permanente do Instituto Federal do Marranhão - IFMA, líder do grupo de pesquisa Laboratório de Estudos de Populações Tradicionais e Educação IFMA÷CNPq. 

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Publicado

2024-09-02

Edição

Seção

Dossiê Cosmopolítica e Etnopolítica na Interseccionalidade do Movimento Indígena