Federalismo republicano, anarquista e ameríndio: uma dupla torção

Autores/as

DOI:

10.48074/aceno.v5i10.7221

Resumen

Este é um experimento de aplicação do método de análise estrutural dos mitos ameríndios de Claude Lévi-Strauss e sua “fórmula canônica” na comparação de formas políticas republicanas, anarquistas e ameríndias, tomando como premissa a afirmação do autor de que “nada se assemelha mais ao pensamento mítico que a ideologia política”. Sugere-se que formas políticas ameríndias operam dupla torção sobre formas republicanas.

Biografía del autor/a

Guilherme Lavinas Jardim Falleiros, Centro de Estudos Ameríndios

Doutor em Antropologia Social, Membro do comitê editorial da Palimpsestos:Revista de Arqueología y Antropología Anarquista, colaborador do Centro de Estudos Ameríndios (USP).

Citas

AUTOR, Autor, “Casas, corpos, nomes e outras dádivas – hipóteses sobre reciprocidade e tradiçãoa’uwẽ- xavante” in AMADO, Roseane de Sá (org.), Estudos em línguas e culturas Macro-Jê. São Paulo. Paulistana, 2010a.

______________. “Políticas musicais e corporações corporais: de Mauss aos A’uwẽ-Xavante”, 27a Reunião Brasileira de Antropologia, Belém do Pará, 2010b.

______________. Datsi’a’uwẽdzé: vir a ser e não ser gente no Brasil Central. Tese de doutorado, Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2012a.

______________. “Predando a Dádiva do Estado”, Movimientos indígenas y sus aportes al debate político en América Latina, III Congreso de Antropología Latinoamericana, Santiago, Chile, 2012c.

______________. Vir a ser e não ser gente através da participação etnográfica no Brasil Central. Universitas Humanística, n. 75, Bogotá, Pontificia Universidad Javeriana, 2013a, p. 251-74.

_______________. “Chefes de grupo e grupos de chefes”. Chefia, Política e Hierarquia na América indígena, X Reunião de Antropologia do Mercosul, Córdoba (Argentina), 2013b.

________________. “Entre Proudhon, Lévi-Strauss e além – Anarquismo proto-estruturalista e dualismo perspectivo”. Revista da Biblioteca Terra Livre, Ano 1, N. 2, 2015, p. 45-58.

_________________. “Dialética perspectivista anarcoindígena”. Cadernos de Campo, v. 25, n. 5, São Paulo, 2016, p. 107-130.

________________. “Notas para uma crítica anarco-indígena do indivíduo”. Palimpsestos: Revista de Arqueología y Antropología Anarquista, n. 0, Ano 1, 2017, p.189-208.

________________. “From Proudhon to Lévi-Strauss and beyond - a dialogue between anarchism and indigenous America”, Anarchist Studies, v. 26, n.2, Lawrence & Wishart, 2018a.

_______________. “Race, class, gender and zodiac signs”, Journal des Anthropologues, n.152-153, 2018b, p.9-28.

ALMEIDA, Mauro de. 2009. “A fórmula canônica do mito”. Corrected version of the paper originally published in QUEIROZ, Ruben C. de & NOBRE, Renarde F. (eds.). Lévi-Strauss. Leituras Brasileiras. Belo Horizonte, Editora da Universidade Federal de Minas Gerais, 2008.

AZEVEDO, Celia Maria Marinho de. Onda Negra, Medo Branco - O negro no imaginário das elites - Século XIX. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

BORBA, João. Um relativismo de base cética na dialética de Proudhon. Verve, São Paulo: Nu-Sol., n.5, p. 142-56, 2004.

BOUGLÉ, Célestin. A sociologia de Proudhon. São Paulo, Imaginário, 2014 [1911].

BOTTICI, Chiara. “Mythos and Logos: A Genealogical Approach” Epoché, Volume 13, Issue 1, 2008. p. 1-24.

CARDOSO, Sérgio. “Em direção ao núcleo da ‘obra Maquiavel’: sobre a divisão civil e suas interpretações”. discurso, 45, (2), 2016, p. 207-248.

CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo, Cosac Naify, 2003 [1974].

________________. Arqueologia da violência. Cosac & Naify, São Paulo, 2004 [1980].

COOK, Brian. “Iroquois Confederacy and the Influence Thesis.” Campton Elementary School, Tilton School, 11 Dec. 2000, Disponível em:. Acesso em: jul. 2018.

COSTA, Sérgio. "A mestiçagem e seus contrários: etnicidade e nacionalidade no Brasil contemporâneo." Tempo social, 13.1, 2001, p.143-158.

DOLHNIKOFF, Míriam. “A regionalização do jogo político - Elites e poder legislativo no Brasil do século XIX”, Novos Estudos, 70, São Paulo, CEBRAP, 2004, p.33-49.

DOMINGUES, Petrônio. "Movimento negro brasileiro: alguns apontamentos históricos." Tempo 12.23, 2007.

ELDEN, Stuart.“The War of Races and the Constitution of the State: Foucault’s «Il faut défendre la société» and the Politics of Calculation”, Boundary 2, n.29, v.1, Duke University Press, 2002.

Felix, João Batista de Jesus. "As Primeras Formas de Lutas Contra o Racismo no Brasil Republicano." Tempo da Ciência 16.32, 2009, p. 67-79.

FERREIRA, Christiane. Os conflitos civis em Maquiavel: o problema dos humores. Tese de doutorado, Faculdade de Filosofia, Universidade de São Paulo, 2016.

FERRETTI, Federico. “‘Eles tem o direito de expulsar-nos’: a Nova Geografia Universal de Élisée Reclus”. Revista Brasileira de Geografia Econômica, 2013.

_________________. “A geografia de Élisée Reclus frente ao extermínio dos ameríndios: questões científicas e políticas”. Élisée - Revista de Geografia da UEG, v. 4, n. 1, 2015. p.36-52.

_________________. “Breve cronologia da vida de Élisée Reclus (1830-1905)”, Terra Brasilis (Nova Série). Revista da Rede Brasileira de História da Geografia e Geografia Histórica, n. 7, 2016.

_________________.“Élisée Reclus in Louisiana (1853-1855): Encounters with Racism and Slavery”. The AAG Newsletter, February 1st, 2018.

FREIRE, Gabriela de Carvalho. Distinções eyiguayegui. Dissertação de mestrado, Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2018.

GOW, Peter. “Lévi-Strauss’ ‘double twist’ and controlled comparison: transformational relations between neighbouring societies”. Anthropology of This Century, London, n. 10, 2014.

GUIMARÃES, Antônio Sérgio. “A república de 1889: utopia de branco, medo de preto (a liberdade é negra; a igualdade, branca e a fraternidade, mestiça)”. Contemporânea, 2, 2011, p. 17-36.

INGLIS, David; ROBERTSON, Roland.“From Republican Virtue to Global Imaginary: changing visions of the historian Polybius”. History of the Human Sciences. v. 19, n. 1, 2006, p. 1-18.

KELLY, José Antônio. “Perspectivismo multinatural como transformação estrutural”, Ilha, v.12, n.1, 2010, p.136-160.

__________________. Sobre a antimestiçagem. Florianópolis, Cultura e Barbárie, 2016.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Reciprocity and Hierarchy. American Anthropologist, vol. 46, no. 2. 1944a.

____________________. “The Social and Psychological Aspects of Chieftainship in a Primitive tribe: The Nambikuara of Northwestern Mato Grosso” In COHEN, Ronald & MIDDLETON, John (eds.), Comparative political systems: studies in the politics of pre-industrial societies. New York, Natural History Press, 1944b, p. 45-62.

______________________. As estruturas elementares do parentesco. São Paulo, EDUSP, 1976 [1949].

_______________________. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1975 [1958].

______________________. O pensamento selvagem. Campinas, Papirus Editora, 2008 [1962].

______________________. O homem nu. São Paulo: Cosac & Naify, 2011 [1971].

______________________. História de Lince. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

LIMA, Tânia Stolze. 2008. “Uma história do dois, do uno e do terceiro”. In CAIXETA DE QUEIRÓS, Ruben e NOBRE, Renarde Freire (orgs). Lévi-Strauss: Leituras brasileiras. Belo Horizonte: Editora UFMG. p. 209-263.

LOWIE, Robert.“Political Organization of American Aborigenes”. In DU BOIS, C. (org.). Lowie’s Selected Papers. University of California Press. 1960 [1948], p. 273-276.

MACEDO, Valéria. “Vetores porã e vai na cosmopolítica guarani”. Revista Tellus, n.21, ano 11, Campo Grande, 2011, p. 25-52.

MACHADO, André Roberto de A. "As interpretações dos contemporâneos sobre as causas da Cabanagem e o papel do Parlamento." Revista de História, 175, 2016, p. 281-317.

MAQUIAVEL, N, O príncipe (1513). LCC Publicações Eletrônicas, Documento eletrônico. Disponível em:< http://www. dominiopublico. gov. br/download/texto/cv000052. pdf>. Acesso em: jul. 2018

MAQUIAVEL, N, Comentários Sobre a Primeira Década de Tito Lívio - “Discorsi”, Editora UnB, Brasília, 1994.

MARTÍN, Carlos Andrés. “Aristóteles para economistas”. El Arco y la Lira. Tensiones y Debates, 4º, 2016, p. 57-64.

MAYBURY-LEWIS, David. A Sociedade Xavante. Rio de Janeiro, Francisco Alves Editora, 1984 [1967].

MERCADANTE, Paulo, A consciência conservadora no Brasil. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980.

MORGAN, Lewis H. Ancient Society. Londres, MacMillan & Co, 1877.

MULGAN, R., “Machiavelli, Aristotle and Pocock - a Question of Evidence”. New Zealand Journal of History, 15 (1), 1981, p. 61-67.

____________.“Aristotelian Social Democrat?”. Ethics, 111 (1), 2000, 79-101.

MUNANGA, Kabengelê. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Rio de Janeiro, Vozes, 1999.

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. “Notas sobre uma certa confederação guianense”. Colóquio Guiana Ameríndia, História e Etnologia. Belém do Pará. NHIIUSP/EREACNRS/MPEG.Outubro/Novembro, 2006.

_______________________. “Bons chefes, maus chefes, chefões: excertos de filosofia política ameríndia”, Revista de Antropologia, v.54, n.2, 2011, p. 857-883.

_______________________. Festa e Guerra. Tese de livre docência, Departamento de Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2015.

PERRONE-MOISÉS, Beatriz e SZTUTMAN, Renato. “Dualismo em perpétuo desequilíbrio feito política: desafios ameríndios”, Novos modelos comparativos: antropologia simétrica e sociologia pós-social, 33a. Reunião da ANPOCS, Caxambu, 2009.

______________________________________________.“Notícias de uma certa confederação tamoio”. Mana, v. 16, n. 2, Rio de Janeiro, 2010, p. 401-443.

PINTO, José Vandério Cirqueira. Geograficidade libertária em Élisée Reclus: Contribuição heterodoxa à história da Geografia. Tese de doutorado, Geografia, Universidade Estadual Paulista, 2015.

POCOCK, John G. A. The Machiavellian Moment: Florentine Political Thought and the Atlantic Republican Tradition. Princeton:,Princenton University Press, 1975.

_________________. Political Thought and History: Essays on Theory and Method. Cambridge University Press, 2008.

PROUDHON, Pierre-Joseph. La guerre et la paix; recherches sur le principe et la constitution du droit des gens. Paris, E. Dentu, 1861.

________________________. Do princípio federativo. São Paulo: Editora Imaginário, 2001 [1863].

________________________.Proudhon. Coleção Grandes Cientistas Sociais. RESENDE e PASSETTI (orgs.), São Paulo, Editora Ática, 1986.

RECLUS, Élisée, O Brasil e a Colonização, São Paulo, Editora Imaginário, 2011 [1862].

SKODA, Adriano. A recepção de Hélice Reclus no Brasil: uma narrativa científica, Dissertação de mestrado, Geografia Humana, Universidade de São Paulo, 2016.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. “Usos e abusos da mestiçagem e da raça no Brasil: uma história das teorias raciais em finais do século XIX”. Afro-Ásia. Salvador, n.18, 1996, p.p. 77-101.

SZTUTMAN, Renato. O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens. Tese de doutorado, Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2005.

_________________.“Introdução: Pensar com Pierre Clastres ou da atualidade do contra-Estado”. Revista de Antropologia. São Paulo, v.54, n.2, 2011., p. 557-576.

_________________. “Metamorfoses do Contra-Estado - Pierre Clastres e as Políticas Ameríndias”. Ponto Urbe, n. 13, São Paulo, 2013.

VIANNA, Fernando. A bola, os “brancos” e as toras: futebol para índios xavantes. Dissertação de mestrado, Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2001.

VIANA, Pedro Alex Rodrigues. Os Hiper-guerreiros: guerra, comércio e predação entre os Ashaninka. Dissertação de mestrado, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, 2013.

__________________________. "O mundo em transformação: cosmopolítica e desenvolvimento entre os Asháninka do rio Ene, Selva Central do Peru”, Revista Ñanduty 5.6, 2017, p. 80-102

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2015 [2009]. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural, São Paulo: Cosac Naify.

Publicado

2019-07-07

Número

Sección

Dossiê Temático: Políticas Ameríndias