Visibilidade lésbica: existência como resistência

Autores

  • Kamylla Cavalcante Taques dos Reis kamyllacavalcante94@gmail.com
    Mestranda em Antropologia Social Programa de Pós-graduação em Antropologia Social Universidade Federal de Mato Grosso
  • Moisés Alessandro de Souza Lopes sepolm@gmail.com
    PPGAS/ Universidade Federal de Mato Grosso http://www.ufmt.br

DOI:

10.48074/aceno.v7i14.9060

Resumo

Este artigo tem por objetivo desenvolver uma análise sobre a construção da saúde, políticas públicas e experiências, com foco nas mulheres lésbicas, explorando a vulnerabilidade em saúde por compreender a invisibilidade de suas demandas junto aos serviços de saúde. Para tanto, utilizamos teorias de gênero e sexualidade como subsídio teórico às proposições realizadas, bem como a compreensão das categorias de articulação visando pôr em prática a perspectiva da interseccionalidade, considerando os eixos de gênero, raça e classe social. Retomar a discussão sobre visibilidade e existência lésbica, está além da área acadêmica, envolvendo os movimentos sociais LGBTI+ e o feminismo em si, aspirando contemplar a gama de diversidade que as mulheres apresentam, levando em consideração seu contexto histórico-social e sua agência enquanto sujeito de direitos, refletindo sobre a temática e questionando o efeito das produções acadêmicas nas mudanças sociais.

Biografia do Autor

Moisés Alessandro de Souza Lopes, PPGAS/ Universidade Federal de Mato Grosso

Professor do Departamento de Antropologia do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso.

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Publicado

2020-12-22