Saúde e transexualidade entre dispositivos e tecnologias do gênero

Autores

  • Pablo Cardozo Rocon pablocardoz@gmail.com
    Universidade Federal de Mato Groso/ Professor
  • Alexsandro Rodrigues xela_alex@bol.com.br
    Universidade Federal do Espírito Santo/Professor do Departamento de Teorias e Práticas Educacionais e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional.
  • Francis Sodré francisodre@uol.com.br
    Universidade Federal do Espírito Santo/Professora do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
  • Maria Elizabeth Barros De Barros betebarros@uol.com.br
    Universidade Federal do Espírito Santo/Professora do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação.
  • Izabel Rizzi Mação lebazi.r@hotmail.com
    Universidade Federal do Espírito Santo/Estudante de Pós-Graduação

DOI:

10.48074/aceno.v7i13.8731

Resumo

A partir do diálogo com Michel Foucault, Judith Butler e Paul Preciado, analisamos que o processo de diagnóstico como requisito para o acesso ao processo transexualizador opera segundo os princípios de um racismo do Estado, realizando um corte entre pessoas que terão acesso aos procedimentos do processo transexualizador e aquelas que estarão desamparadas por aquele programa, operando como dispositivo que produz parte da população usuária como vida indigna de ser vivida, não passível de luto.  

Biografia do Autor

Pablo Cardozo Rocon, Universidade Federal de Mato Groso/ Professor

Mestre em Saúde Coletiva e Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Alexsandro Rodrigues, Universidade Federal do Espírito Santo/Professor do Departamento de Teorias e Práticas Educacionais e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional.

Doutor em Educação (UFES). Pós-Doutor em Psicologia (UFF). Coordena os Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidades (Geps) e  Núcleo de Pesquisa em Sexualidade NEPS da UFES.

Francis Sodré, Universidade Federal do Espírito Santo/Professora do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.

Doutora em Saúde Coletiva (UERJ).

Maria Elizabeth Barros De Barros, Universidade Federal do Espírito Santo/Professora do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação.

Doutora em Educação (UFRJ). Pós-Doutura em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz).

Izabel Rizzi Mação, Universidade Federal do Espírito Santo/Estudante de Pós-Graduação

Mestre e Doutoranda em História (UFES)

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Publicado

2020-09-21

Edição

Seção

Artigos Livres