Quilombos, saúde mental e sofrimento social: a desigualdade em saúde como expressão da qualidade ambiental do território

Autores

  • Anaxsuell Fernando DaSilva anaxsuell@gmail.com
  • Maria Janaína Silva dos Santos janainasantospb@gmail.com
    Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Priscila Soraia da Conceição priscila.soraia@icloud.com
    Universidade Tecnológica Federal do Paraná
  • Rosimeiry Florêncio de Queiroz Rodrigues rosimeiryfq@hotmail.com
    Universidade Estadual do Rio Grande do Norte

DOI:

10.48074/aceno.v11i27.17892

Resumo

Este artigo se propõe discutir a relação entre saúde mental e ambiente em comunidades tradicionais a partir da confluência do debate entre diferentes projetos de investigação em curso. O ponto de partida se dá na utilização metodologias participativas, não-extrativistas e de pesquisa-ação, em três comunidades quilombolas do nordeste brasileiro; duas no Rio Grande do Norte (Jatobá e Nova Esperança) e uma na Paraíba (Talhado). Do ponto de vista metodológico, estas investigações etnográficas partilham do testemunho e da experiência de marginalidade, subalternidade e subjugação, de onde emergem estes sujeitos políticos e suas perspectivas a respeito do impacto das questões ambientais na saúde mental da comunidade. Essa proposta de análise e compreensão desafia as narrativas hegemônicas ao mesmo tempo que promove o interesse em estabelecer as relações entre história, memória, saber e poder numa perspectiva contra-colonial que permita pensar aspectos comunitários em saúde mental como expressão da soberania sanitária. Para este trabalho, priorizaremos a relação destas comunidades com a questão da energia éolica, dos resíduos e do acesso à agua. Entendemos que este debate propicia evidenciar os processos reveladores da determinação social da saúde em comunidades quilombolas, assim como os processos geradores de desigualdades socioespaciais e raciais em saúde e sua articulação com movimentos sociais envolvidos em processos de mobilização e resistência.  Reconhecê-los a partir das vozes dos moradores contribui para o enfrentamento das desigualdades e injustiças por intermédio de uma promoção emancipatória da saúde mental.

Biografia do Autor

Maria Janaína Silva dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Assistente Social e Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Priscila Soraia da Conceição, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Engenheira Ambiental. Doutora em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais (2022); mestra em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa (2012); e graduada em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa (2010). Atualmente é Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Francisco Beltrão (UTFPR - FB), onde atua como docente do curso de graduação em Engenharia Ambiental.

Rosimeiry Florêncio de Queiroz Rodrigues, Universidade Estadual do Rio Grande do Norte

Professora do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Mestra pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais e Humanas PPGCISH/UERN. Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Downloads

Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

Dossiê Temático Neoliberalismo e sofrimento psíquico