Corporalidades, bem viver e saberes urbanos: entre paradas LGBTs e “cracolândias”, a quem pertence a cidade?
DOI:
10.48074/aceno.v7i15.11658Resumo
O trabalho apresenta dois estudos sobre performances e territorialidades na cidade, em busca de etnografar o que dizem sobre as políticas de ocupação do espaço urbano ou sobre o direito à cidade, a partir das interfaces da Antropologia com a saúde, a comunicação, as artes e as políticas (públicas, dos movimentos sociais, da vida). Tomamos aqui o sentido de política como não exclusivo às políticas do Estado, incluindo aí também as políticas dos coletivos urbanos engajados nessas performances, que produzem vida e saúde em contextos diversos e adversos, com a presença ou ausência do Estado. A discussão se baseia em dois campos etnográficos: os “territórios marginais” dos usuários de crack em situação de rua em Cuiabá, cuja presença na paisagem urbana contrapõe uma cidadania higienista, e as “territorialidades itinerantes” de sujeitos LGBTs da Baixada Cuiabana, da invisibilidade na paisagem urbana às políticas de visibilidade que tem seu ápice nas paradas da diversidade. Apesar de distintos, tais campos indicam produções de vida e políticas em que esses grupos expõem seus olhares e constroem seus saberes na cidade, muitas vezes numa crítica aberta às políticas cotidianas oficiais e empresariais de ocupação do espaço.
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