Biografias e educação histórica: biografias como narrativas formadoras na revista O Tico-Tico durante a Primeira República
DOI:
https://doi.org/10.22228/rtf.v14i2.1157Resumo
A utilização das biografias é recorrente na educação de crianças e jovens e obedece a diferentes objetivos pedagógicos, sociais e políticos. Na revista O Tico-Tico (1905-1962), a vida de personalidades célebres da história tinha caráter exemplar e visavam apresentar modelos de conduta para os jovens consumidores. O presente artigo pretende refletir sobre os usos da biografia de caráter exemplar, tendo a revista O Tico-Tico como fonte e objeto de análise, e a Primeira República como recorte temporal privilegiado.Referências
ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico. Rio de Janeiro: Eduerj, 2010.
BOTELHO, André. Aprendizado do Brasil: a Nação em busca de seus portadores sociais. São Paulo: Editora da Unicamp, 2002.
________________. Educação e Modernidade no Brasil. Cultura Vozes, V.93, Nº 1, 1999, pp.122-145, 1999.
CARVALHO, José Murilo de. A Formação das Almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
DUTRA, Eliana de Freitas. Rebeldes Literários da República: história e identidade nacional no Almanaque Brasileiro Garnier (1903-1914). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
GOMES, Angela de Castro. A República, a História e o IHGB. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2009.
GONÇALVES, Marcia de Almeida. Em terreno movediço: biografia e história na obra de Octávio Tarquínio de Souza. Rio de Janeiro: Eduerj, 2009.
GONÇALVES, Roberta Ferreira. As aventuras d’O Tico-Tico: formação infantil no Brasil republicano (1905-1962). Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.
___________________________. O Malho, a imprensa empresarial e a criação da revista O Tico-Tico. Brasiliana: Journal for Brazilian Studies. Vol.8, Nº 1, pp. 259-277. Disponível em: https://tidsskrift.dk/bras/article/view/120284/169133. Acesso em: 06/10/2020.
GONDRA, José Gonçalves & SCHUELLER, Alessandra. Educação, poder e sociedade no império brasileiro. São Paulo: Cortez, 2008.
GONTIJO, Rebeca & MAGALHÃES, Marcelo de Souza. O presente como problema historiográfico na Primeira República em dois manuais escolares. Revista História Hoje, V. 2, Nº 4, pp. 81-101, 2013. DOI: 10.20949/rhhj.v2i4.91 Disponível em: https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/91. Acesso em: 05/10/2020.
GUIMARÃES, Manoel Salgado. Escrita da história e ensino de história: tensões e paradoxos. In: GONTIJO, Rebeca; MAGALHÃES, Marcelo de Souza & ROCHA, Helenice. A escrita da história escolar: memória e historiografia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.
HANSEN, Patrícia Santos & GOMES, Angela de Castro. Intelectuais Mediadores: práticas culturais e ação política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismos e experiência do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
JOHNSON, Phil Brian. Rui Barbosa e a reforma: “as lições de coisas”. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1977.
KNAUSS, Paulo. Uma história para o nosso tempo: historiografia como fato moral. História Unisinos, 12(2), pp. 140-147, 2008. DOI: 10.4013/5424. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/5424. Acessado em: 05/10/2020.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuições à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. Puc-Rio, 2006.
LAVILLE, Christian. Em educação histórica, a memória não vale a razão. Educação em revista. Belo Horizonte, V. 41, p. 13-41, Jun. 2005.
LEE, Peter. “Nós fabricamos carros e eles tinham que andar a pé”: compreensão das pessoas do passado. In: BARCA, Isabel. Educação Histórica e Museus. Minho, Pt: Centro de Investigação em educação; Instituto de Educação e Psicologia: Universidade do Minho. Pp. 19-36, 2003.
LEVI, Giovanni. Usos da biografia. In: AMADO, Janaina & FERREIRA, Marieta de Moraes. Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: FGV, 2000. Pp. 167-182.
LEVILLAIN, Philippe. Os protagonistas: da biografia. In: RÉMOND, Réne (org.). Por uma história política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. Pp. 141-184.
LORIGA, Sabina. A biografia como problema. In: REVEL, Jacques. Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: FGV, 1998. P. 225-249.
LUCA, Tania Regina de. A revista do Brasil: um diagnóstico para a Nação. São Paulo: Editora Unesp, 1999.
NAGLE, Jorge. Educação e sociedade na Primeira República. São Paulo: EDPU, Edusp, 1974.
OLIVEIRA, Maria da Gloria de. Biografia e historia magistra vitae: exemplaridade das vidas ilustres no Brasil Oitocentista. Anos 90, Volume 22, Nº 42, pp. 273-294, dez. 2015. DOI: 10.22456/1983-201X.48408. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/48408. Acessado em: 05/10/2020.
PIGNOT, Manon. Suzette contre Fillette: la grande guerre de deux illustrés français. In: CRÉPIN, Thierry & HACHE-BISSETTE, Françoise. Les presses enfantines chrétiennes au XX siècle. Paris: Artois Presse Université, 2008. RICOEUR, Paul. “Identidade pessoal e identidade narrativa”. In: O si mesmo como um outro. São Paulo Martins Fontes, 2014.
RÜSEN, Jörn. “Didática da história: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão”. In: BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende & SCHMIDT, Maria Auxiliadora (orgs.). Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: UFPR, 2011.
RÜSEN, Jörn. Narração histórica: fundações, tipos, razão. In: MALERBA, Jurandir. História e narrativa. A ciência e a arte da escrita histórica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1999.