“Deslocamentos pela margem”: o funcionamento da memória e os efeitos de sentidos produzidos no/pelo museu paranaense sobre as mulheres
Palavras-chave:
discurso; memória; museu; mulheres; espaço-urbano.Resumo
O museu, pelo senso comum, é significado como um lugar que abriga o passado por memórias que regulam o presente. Entretanto, na perspectiva da Análise de Discurso entendemos o museu como lugar do funcionamento da memória discursiva, esta que não é a lembrança social, nem psicológica, mas que produz efeitos de sentidos e ressoa no presente e, por isso, significa a cidade e os sujeitos inscritos nesse espaço. A partir disso, neste este artigo, elegemos o Museu Paranaense para compreender como este lugar de memória constitui sentidos sobre o sujeito-mulher no espaço urbano. Tomamos como observatório a exposição “Nosso estado: Vento e/em Movimento” que abarca a mesa redonda intitulada “Deslocamentos pela margem”. Essa amostra faz parte das comemorações do dia internacional da mulher. Trata-se de uma exposição das mulheres membros da Associação das Mulheres Produtoras de Cataia da Barra de Ararapira (Guaraqueçaba). A questão a ser respondia é: como o sujeito mulher é constituído e significado, pelo funcionamento da memória, pelo/no Museu no espaço urbano?
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