Cultura pop e a potência de situações comunicacionais

Uma leitura crítica da série The Handmaid’s Tale

Autores

Resumo

Neste artigo, lançamos o olhar para o contexto político em que a primeira temporada de The Handmaid’s Tale foi exibida, elencando os eventos e elementos políticos que ganharam repercussão na mídia e que tiveram relação com movimentos feministas que se utilizaram dos símbolos da série para demarcar suas pautas e posições contrárias às decisões e posturas governamentais nos Estados Unidos e no Brasil. Abordamos ainda o fortalecimento do discurso antifeminista e da “ideologia de gênero” nesse cenário, bem como a repercussão da série nesses países, vinculada a uma sensação, pelo público, de que a distopia de Margaret Atwood não fala apenas sobre os anseios da década de 80 – quando o livro é lançado –, mas também sobre um futuro que estaria na iminência de acontecer com o favoritismo eleitoral, confirmado nas urnas, de Donald Trump e Jair Bolsonaro. Após elencar os elementos contextuais relevantes à leitura da série, levantamos as discussões teóricas feministas que, somadas à atmosfera política do período de exibição da série, nos auxiliam no aprofundamento dos passados possíveis que são tangencialmente suscitados pela distopia feminina de Atwood.

Biografia do Autor

Aryanne Araújo, UFOP/Mestre

Jornalista, escritora e pesquisadora, busca aprofundar o entendimento do entrelaçamento entre as teorias da comunicação, a linguagem audiovisual e as construções das noções de gênero na cultura pop, em diálogo com a perspectiva teórica feminista. Integra o grupo de pesquisa Ponto: afetos, gêneros, narrativas, com pesquisadores da UFOP e UNB. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP, 2022), integrou a linha de pesquisa Práticas comunicacionais e tempo social e realizou estágio docência na disciplina Comunicação e Estudos Culturais para alunos da graduação da mesma instituição. Na dissertação, The Handmaid's Tale e a emergência de uma situação comunicacional, pesquisou as dimensões temporais e materiais que potencializaram o transbordamento da série televisiva em manifestações feministas inspiradas nos símbolos da peça audiovisual. É bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2014). Como jornalista, atua com comunicação corporativa, mídias digitais, branding e endomarketing.

Downloads

Publicado

2024-01-11

Como Citar

Araújo, A. (2024). Cultura pop e a potência de situações comunicacionais: Uma leitura crítica da série The Handmaid’s Tale. Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 6(21), 44–76. Recuperado de https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh/article/view/15525

Edição

Seção

DOSSIÊ TEMÁTICO: Gêneros, Sexualidades e Cultura Pop