Da criança que um dia fui para as crianças que ainda somos: um manifesto pela liberdade de ser
DOI:
10.31560/2595-3206.2020.9.10273Resumo
Este ensaio busca, por meio de um exercício de memória e conectado aos procedimentos metodológicos do brainstorming e do inventário, um retorno à infância do autor, provocada pelo encontro com uma carta que escreveu para a criança que um dia foi, como parte do processo de pesquisa e criação da Peça-Jogo-Festa #Criança. O trabalho, que tem como tema as relações entre identidade, gênero e brincadeira, foi a motivação para a escrita desta auto-etnografia para pensar modos de ser criança como pessoa assumidamente LGBTQIA+ e os desdobramentos, feridas e cicatrizes oriundos da experiência. Amparado por Foucault (2009), Butler (2015a; 2015b), Kennedy (2012), Moriceau e Mendonça (2016), o ensaio se desenvolve pela peformatividade das “escritas de si” e pelo método “da virada afetiva”, regressando ao passado para se pensar a partir da experiência da infância, e dos modos com as normas e construtos sócio-culturais-políticos de gênero ferem a liberdade de ser criança.Referências
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