Arquealogia anal: da anatomia ao cárcere histórico do cú

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.29327/2410051.7.22-94


Resumen

Este ensaio é fruto da construção de uma tese de doutorado em Estudos da Mídia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que buscou identificar o encarceramento anal nos discursos midiáticos de Padres da Igreja Católica acusados de práticas homossexuais, como dispositivo de controle da sexualidade. Para tanto, construiu-se uma arqueologia do ânus que pudesse dá vasão introdutória a este debate, construindo assim, um ensaio que abordou a noção de corporeidade e erótica na ótica de Antonin Artaud (1974), Michel Foucault (2008) e Georges Bataille (2021), transitando pelas inferências de gênero e sexualidade na concepção da Judith Butler (2019) e buscando aporte teórico sobre analidade, transgressão e contrassexualidade em Paul B. Preciado (2022) e Javier Saez e Sejo Carrascosa (2016). Acredita-se que essa discussão possa auxiliar na compreensão das barreiras que impedem os homens de saírem do seu cárcere anal, de conseguirem assumir suas margens, suas beiras pouco assépticas e seus orifícios interditos. Coloca-se em voga tais reflexões diante dos limites transgressores entre o cu e a produção marginal do discurso que recai entre o sagrado e o profano. 

Biografía del autor/a

  • Leonardo Magela Lopes Matoso, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

    Doutorando e Drag da Psicanalise, Psicolinguística, Enfermagem e Jornalismo. Enxerga-se como um homem branco, mais do que deveria ser, transeunte da queergeneridade e homossexualidade. Amante dos jogos de videogames e das abstrações intergalácticas. Ama mais do que deveria, mas ciente da entrega histérica e permissiva as pessoas e ao mundo.

  • Josenildo Soares Bezerra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

    Doutor em Estudos da Linguagem. Diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes e Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Membro fundador da Red Latinoamericana de investigadores en Publicidade/Colômbia. Enxerga-se como um homem branco, gay, de corpo marcado pela vida e espirito jovial. Amante das transgressões, do pecaminoso, dos ditos e não ditos, da corporeidade e de Paul-Michel Foucault (nome também do gato de estimação).

Publicado

2024-12-05

Cómo citar

Arquealogia anal: da anatomia ao cárcere histórico do cú. (2024). Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 7(22). https://doi.org/10.29327/2410051.7.22-94