Cisgeneridade perversa: o pacto narcísico da negação de si
DOI:
https://doi.org/10.29327/2410051.8.23-15Resumo
Este artigo tem como objetivo identificar e denunciar, à luz da psicanálise, o que denominamos de pacto narcísico da cisgeneridade. Tal como Maria Aparecida Bento elabora o conceito de pacto narcísico com relação às dinâmicas raciais da branquitude, pretendemos elaborá-lo com relação às dinâmicas da cisgeneridade. Tendo a teoria psicanalítica como teoria de base, busca-se argumentar que a cisgeneridade opera conforme mecanismos de defesa que garantem estabilidade e segurança subjetiva à cisgeneridade, promovendo, em contrapartida, a precarização de subjetividades e existências trans. Para tanto, o artigo é seccionado em três partes. Inicialmente, voltamo-nos à definição dos conceitos de pacto narcísico, de perversão e Outridade pela teoria psicanalítica, a fim de compreender como o processo de nomeação do Outro opera a partir de alianças e contratos coloniais. Em seguida, analisamos especificamente o conceito de pacto narcísico da cisgeneridade, analisando a atuação de tais alianças entre pessoas cisgêneras e seus impactos nas vidas de pessoas trans e gênero-dissidentes. Por fim, investigamos os mecanismos perversos da cisgeneridade em analogia aos mecanismos de defesa do ego expostos por Grada Kilomba ao tratar da branquitude. A contribuição teórica do artigo se volta à compreensão da cisgeneridade enquanto uma estrutura perversa dentro do escopo psicanalítico. Como resultado, compreende-se que o pacto narcísico da cisgeneridade se mostra como a manutenção perversa de universalismos e de relações de poder sociais e institucionais.
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