Um arco-íris nas velas do Argo
experiências de gênero na fronteira
DOI:
10.31560/2595-3206.2022.18.14662Resumo
O encontro dos estudos feministas com o pós-estruturalismo, com a proposta desconstrutivista e com os pensadores da “virada linguística”, fez emergir a categoria gênero, em sua concepção relacional, reconfigurando os debates e possibilitando a constituição daquilo que hoje chamamos estudos de gênero. A desestabilização do sujeito, a renúncia às metanarrativas universalizantes e o abandono da concepção de linguagem enquanto veículo neutro de significados externos tiveram efeitos inegáveis tanto para os estudos de gênero quanto para a literatura. Enquanto a noção de sujeito passa a ser compreendida em seu caráter ilusório, ficcional – daí a ideia de que o gênero não tem substância, mas se materializa na repetição performativa –, construído como assujeitamento a regimes normativos e linguagens que nos precedem, o romance moderno se reestrutura na medida em que se questiona a vida enquanto existência dotada de sentido prévio, confiando ao autor a tarefa de alinhavar os recortes de memória. Neste processo narrativo, o autor lhes atribui significado e, com isso, lança a obra enquanto enigma a ser reelaborado pelo leitor a partir do que Roland Barthes nomeia punctum: o ponto que transpassa a obra e atinge o leitor, mobilizando-o e provocando nele “a pressão do indizível que quer se dizer”. É partindo do punctum barthesiano que inicio este ensaio, lançando-me às frestas da linguagem, às impropriedades da gramática dos sujeitos generificados, ao campo do não-binário.
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