Resistências trans no voleibol feminino paranaense

Autores

DOI:

10.31560/2595-3206.2020.12.10345

Resumo

Este trabalho objetivou problematizar as resistências de mulheres transexuais no voleibol feminino do estado do Paraná, tendo como questões norteadores: 1- de que forma essas atletas constroem redes de resistência para permanecerem no voleibol?; 2- quais barreiras irrompem como entraves ao longo de sua(s) trajetória(s) pessoal(is) e esportiva(s)? Metodologicamente, desenvolveu-se um estudo qualitativo, contando com dois depoimentos de duas atletas mulheres trans de voleibol, que atuam na região metropolitana de Curitiba/PR. Trataram-se os dados com base na técnica de análise de conteúdo. Os resultados apontaram para os processos de resiliência e manutenção no terreno esportivo, constantemente cerceado por elementos cisheteronormativos que, ao se imporem, silenciam as corporalidades trans. No entanto, as atletas contam com apoio de seus grupos sociais e persistem em sua trajetória, em meio a percalços que surgem tanto durante os jogos, como fora das quadras e em outras esferas, como na legislativa, por exemplo.

Biografia do Autor

Rafael Marques Garcia, Doutorando em Educação Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando em Educação Física na UFRJ e participante do Grupo de Estudos em Corpo, Esporte e Sociedade, o GECOS e do Laboratório de Estudos Corpo, Esporte e Sociedade, o LAbCOESO, devidamente cadastrado pelo DGP do CNPq.

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Publicado

2021-04-05

Como Citar

Garcia, R. M. (2021). Resistências trans no voleibol feminino paranaense. Revista Brasileira De Estudos Da Homocultura, 3(12), 22–40. https://doi.org/10.31560/2595-3206.2020.12.10345

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