Narrar a si gay, infâncias e educações: violações quantificadas-naturalizadas
DOI:
10.31560/2595-3206.2020.9.10268Resumo
Neste manuscrito temos por objetivo diagnosticar tecnologias de poder e resistências gays em narrativas de si de dois jovens referente a seu percurso educacional na educação básica na constituição de sua infância. Para tal, parte-se da perspectiva das heteroautobiografias, em que se narram dois jovens gays licenciandos sobre suas infâncias e a constituição memorística de si em seu processo do reconhecer-se em sua trajetória formativa. Tais narrativas são registradas bricoladas sob um olhar hermenêutico de inspirações em Michel Foucault e Friedrich Nietzsche. As analíticas são organizadas em três eixos: a) A construção dos cacos narrativos, em que se dão indicativas dos percursos teórico-metodológicos; b) Violências quantificáveis, traçando a identificação da violência para com corpos gays na infância como violações menores e menos significativas; e c) (A)Normalidade e (não)percepção, como linhas de constituição da criança gay enquanto o substratum de escolha identitária e possibilidade de ser violado via tecnologia de poder da coerção – que invisibiliza o si ao si e ao Outro.Referências
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