BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DA CASTANHEIRA-DO-BRASIL DA REGIÃO MÉDIO-NORTE DO MATO GROSSO

Autores

  • Daniela Roberta Borella drborella@gmail.com
    Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop
  • Andréa Carvalho da Silva andcar1007@gmail.com
    Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop
  • Adilson Pacheco de Souza pachecoufmt@gmail.com
    Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop
  • Luana Bouvié bouvieluana@gmail.com
    Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop
  • Lucas Alencar da Silva Nogueira lucasnogueira90@hotmail.com
    Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop
  • César Augusto de Lima Pereira cezza_augusto92@hotmail.com
    Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop
  • Marco Aurélio Lisbôa Viscardi da Silva malvs_mc@hotmail.com
    Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop

DOI:

https://doi.org/10.31413/nativa.v5i7.5595


Resumo

Neste estudo caracterizou-se biometricamente os frutos e as sementes de Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl., oriundas dos municípios de Itaúba e Cláudia, MT. As coletas dos frutos de dez matrizes em área de mata nativa ocorreram em 26/11 e 22/12/14 e 10/03/15. Foram coletados todos os frutos no chão sob projeção da copa da matriz. Foram determinadas as seguintes variáveis: diâmetros equatorial e longitudinal do fruto e da semente, espessura do exocarpo e mesocarpo, massa do fruto e das sementes por fruto, número de frutos por planta e número de sementes por fruto. Os frutos apresentaram massa fresca entre 136 e 163 g, diâmetros médios de 34 cm (com exocarpo), espessura total superior a 11 cm (exocarpo + mesocarpo) e 17 sementes por fruto. A massa das sementes de B. excelsa sem tegumento variou de 2,95 a 4,20g. No beneficiamento dos frutos e das sementes da castanheira-do-Brasil na região Médio-Norte, MT, são gerados 68,35% de resíduos. Na safra 14/15, o pico de dispersão dos frutos de B. excelsa ocorreu no mês de dezembro. Coletas tardias de frutos (março) geram baixa qualidade do fruto e da semente.

Palavras-chave: Bertholletia excelsa, castanha, produto florestal não-madeireiro, extrativismo.

 

BIOMETRY OF FRUIT AND SEEDS OF BRAZIL CHESTNUT ORIGINITING OF THE MEDIUM-NORTH REGION OF MATO GROSSO STATE

 

ABSTRACT:

In this study the fruits and seeds of Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl., from the municipalities of Itaúba and Cláudia, MT, were characterized biometrically. The fruits collected from ten matrices in a native forest area. The colletions occurred on 11/26 and 12/22/14 and 10/03/15. All fruits were collected on the ground and under projection of the canopy of the matrix. The following variables were determined: equatorial and longitudinal diameters of fruit and seed, exocarp and mesocarp thickness, fruit and seed mass per fruit, number of fruits per plant and number of seeds per fruit. The fruits presented a fresh mass between 136 and 163 g, average diameters of 34 cm (with exocarp), total thickness superior to 11 cm (exocarp + mesocarp) and 17 seeds per fruit. The seed mass of B. excelsa without tegument ranged from 2.95 to 4.20 g. In the processing of fruits and seeds of Brazilian chestnut in the region of Medium-North, MT, 68.35% of waste is generated. In the 14/15 season, the fruit dispersion peak of B. excelsa occurred in the month of December. Late fruit collections (March) generate poor quality of fruit and seed.

Keywords: Bertholletia excelsa, chestnut, non-timber forest product, extractivism.

 

DOI: http://dx.doi.org/10.5935/2318-7670.v05nespa04

Referências

BARBEIRO, L. S. S. Sistema de amostragem para quantificar a produção de sementes de Bertholletia excelsa H.B.K (Castanha-do-Brasil) na região de Oriximiná – PA. 2012. 130f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.

BATISTA, G. S.; COSTA, R. S.; GIMENES, R.; PIVETTA, K. F. L.; MÔRO, F. V. Aspectos morfológicos dos diásporos e das plântulas de Syagrus oleracea (Mart.) Becc - Arecaceae. Comunicata Scientiae, v. 2, n. 3, p. 170-176, 2011.

BORGES, F. A.; TONINI, H.; BALDONI, A. B.; BOTELHO, S. C. C. Tamanho da amostra para estimar produção de sementes de Castanheiras nativas em Mato Grosso. Nativa, Sinop, v. 4, n. 3, p.1 66-169, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.14583/2318-7670.v04n03a09

BRAGA, E. T. M. Diversidade morfológica e produção de Bertholletia excelsa H.B.K. (Lecythidaceae) no sudeste do estado do Acre – Brasil. 2007. 60f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais) - Universidade Federal do Acre, Rio Branco, 2007.

CAMARGO, F. F. Etnoconhecimento e variabilidade morfológica de Castanha-do-Brasil (Berthollethia excelsa Bonpl.: Lecythidaceae) em área da Amazônia Mato-grossense. 2010. 127f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2010.

CAMARGO, F. F.; COSTA, R. B.; Marcos Deon Vilela de RESENDE, M. D. V.; ROA, R. A. R.; RODRIGUES, N. B.; SANTOS, L. V.; de FREITAS, A. C. A. Variabilidade genética para caracteres morfométricos de matrizes de Castanha-do-Brasil da Amazônia Mato-grossense. Acta Amazônica, Manaus, v. 40, n. 4, p. 705-710, 2010. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0044-59672010000400010

CRUZ, E. D.; MARTINS, F. O.; CARVALHO, J. E. U. Biometria de frutos e sementes e germinação de Jatobá-Curuba (Hymenaea intermedia Ducke, Leguminosae - Caesalpinioideae). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 24, n. 2, p.161-165, 2001.

FAUSTINO, C. L.; WADT, L. O. Resistência mecânica do pericarpo de frutos de Bertholletia excelsa BONPL. (Lecythidaceae). Ciência da Madeira, Pelotas, v. 5, n. 1, p. 25-33, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.12953/2177-6830.v05n01a03

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mapa Exploratório de Solos do Mato Grosso, 2009. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/pedologia/mapas/unidades_da_federacao/mt_pedologia.pdf>. Acesso em: 09 set 2017.

KAINER, K. A; WADT, L. H. O; STAUDHAMMER, C. L. Explaining variation in Brazil nut fruit production. Forest Ecology and Management, v. 250, n. 3, p. 244–255, 2007. DOI: https://doi.org/10.1016/j.foreco.2007.05.024

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2.ed. São Paulo: Instituto Plantarum, 2008. 384p.

MENDES, A., MORAES, G. L., SENA, L. S. Aproveitamento de casca e ouriço de castanha-do-brasil como adubo orgânico. In: ANAIS DA 47ª REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA, 2007, Natal - RN. Anais... Natal: Associação Brasileira de Química – ABQ, 2007.

MORI, S. A. The Brazil Nut Industry-Past, Present and Future. 1992. Disponível em: https://www.nybg.org/bsci/braznut/BrazilNut.html. Acesso em: 12 set 2017.

MORI, S. A.; PRANCE, G. T. Taxonomy, ecology, and economy botany of Brazil nut (Bertholletia excelsa Humb. e Bonpl.: Lecythidaceae). Advances in Economic Botany, v. 8, p. 130-150, 1990.

MOURÃO, K. S. M.; DIAS-PINTO, D.; SOUZA, L. A.; MOSCHETA, I. S. Morfoanatomia de plântula e do tirodendro de Trichilia catigua A. Juss., T. elegans A. Juss. e T. pallida Sw.(Meliaceae). Acta Scientiarum Biological Sciences, v. 24, n. 2, p. 601-610, 2002.

MORITZ, A. Estudos biológicos da floração e da frutificação da Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.). Belém: EMBRAPA-CPATU, 1984. 82p.

MÜLLER, C. H.; RODRIGUES, I. A.; MÜLLER, A. A.; MÜLLER, N. R. M. Castanha-do-Brasil: resultados de pesquisa. Belém: EMBRAPA – CPATU, 1980. 25p.

MÜLLER, C. H; FIQUEIREDO, F. J. C; KATO, A. K; CARVALHO, J. E. U.; STEIN, R. L. B.; SILVA, A. B. Castanha do Brasil. Brasília: EMBRAPA - SPI, 1995. 65p.

PERES, C. A.; BAIDER, C. Seed dispersal, spatial dritribution and population structure of Brazil nut tree (Bertholletia excelsa) in southeastern Amazonia. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 13, n. 4, p. 595-616, 1997. DOI: https://doi.org/10.1017/S0266467400010749

ROCKWELL, C. A.; GUARIGUATA, M. R.; MENTON, M.; QUISPE, E. A.; QUAEDVLIEG, J.; WARREN-THOMAS, E.; SILVA, H. F.; ROJAS, E. E. J.; ARRUNÁTEGUI, J. A. H. K.; VEGA, L. A. M.; VERA, O. R.; HANCCO, R. Q.; TITO, J. F. V.; PANDURO, B. T. V.; Salas, J. J. Y. Nut Production in Bertholletia excelsa across a Logged Forest Mosaic: Implications for Multiple Forest Use. PLOS ONE, v. 10, n. 8, p. 1-22, 2015. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0135464

SALOMÃO, R. P. Densidade, estrutura e distribuição espacial de Castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa H. & B.) em dois platôs de floresta ombrófila densa na Amazônia setentrional brasileira. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, v. 4, n. 1, p. 11-25, 2009.

SANTOS, J. U. M.; BASTOS, M. N. C.; GURGEL, E. S. C.; CARVALHO, A. N. M. Bertholletia excelsa Humboldt & Bonpland (Lecythidaceae): aspectos morfológicos do fruto, da semente e da plântula. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, v. 1, n. 2, p. 103-112, 2006.

SCOLES, R.; GRIBEL, R.; KLEIN, N. G. Crescimento e sobrevivência de castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl.) em diferentes condições ambientais na região do rio Trombetas, Oriximiná, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, v. 6, n. 3, p. 273-293, 2011.

SEPLAN-MT - Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso. Mapa A001. Mapa de Solos do Estado de Mato Grosso. Zoneamento socioeconômico ecológico, PRODEAGRO. 2001. Disponível em:< http://201.49.164.155/~seplandownloads/index.php/component/jdownloads/finish/1390-mapas-tematicos-1500- df/2562-a001-mapa-de-solos-do-estado-de-mato-grosso?Itemid=0>. Acesso em: 09 set 2017.

SOUZA, A. P.; MOTA, L. L.; ZAMADEI, T.; MARTIM, C. C.; ALMEIDA, F. T.; PAULINO, J. Classificação climática e balanço hídrico climatológico no estado de Mato Grosso. Nativa, Sinop, v. 1, p. 34-43, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.14583/2318-7670.v01n01a07

SUJII, P. S.; MARTINS, K.; WADT, L. H. O.; AZEVEDO, V. C. R.; SOLFERINI, V. N. Genetic structure of Bertholletia excelsa populations from the Amazon at different spatial scales. Conservation Genetics, v. 16, n. 4, p. 955-964, 2015. DOI http://dx.doi.org/10.1007/s10592-015-0714-4

TONINI, H. Fenologia da Castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl., Lecythidaceae) no sul do estado de Roraima. Cerne, Lavras, v. 17, n. 1, p. 123-131, 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-77602011000100015

TONINI, H.; PEDROZO, C. A. Variações anuais na produção de frutos e sementes de Castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa Bonpl., Lecythidaceae) em florestas nativas de Roraima. Árvore, Viçosa, v. 38, n. 1, p. 133-144, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-67622014000100013

VIEIRA, S.; TRUMBORE, S.; CAMARGO, P. B.; SELHORST, D.; CHAMBERS, J. Q.; HIGUCHI, N.; MARTINELLI, L. A. Slow growth rates of Amazonian trees: Consequences for carbon cycling. Proceedings of the National Academy of Sciences of United States of America, v. 102, n. 51, 18502–18507, 2005.

VIEIRA, A. H.; BENTES-GAMA, M. M.; ROCHA, R. B.; LOCATELLI, M.; OLIVEIRA, A. C. Fenologia reprodutiva de castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Humb. Bompl.), em Porto Velho, RO. Porto Velho: EMBRAPA - Rondônia, 2009.13p.

ZUIDEMA, P. A. Ecology and management of the Brazil nut tree (Bertholletia excels). Riberalta – Bolívia: PROMAB Series 6, 2003. 111 p.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2018-01-23

Edição

Seção

Ciências Ambientais / Environmental Sciences

Como Citar

BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DA CASTANHEIRA-DO-BRASIL DA REGIÃO MÉDIO-NORTE DO MATO GROSSO. (2018). Nativa, 5(7), 483-490. https://doi.org/10.31413/nativa.v5i7.5595

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>