COMPORTAMENTO DO VIGOR FOLIAR EM SERINGUEIRA EM DIFERENTES FENOLOGIAS DE DOSSEL

Autores

  • José Carlos Pezzoni Filho jpezzoni@gmail.com
    Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Departamento de Proteção Vegetal, Botucatu, SP
  • Roberto Filgueiras roberto.f.filgueiras@ufv.br
    Universidade Federal de Viçosa, Campus de Viçosa, Departamento de Engenharia Agrícola, Viçosa, MG
  • Luis Gustavo Frediani Lessa luisgustavo_lessa@yahoo.com.br
    Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP
  • Victor Costa Leda victorleda@gmail.com
    Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP
  • Célia Regina Lopes Zimback czimback@gmail.com
    Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP
  • Edson Luiz Furtado elfurtado@fca.unesp.br
    Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP

DOI:

10.31413/nativa.v6i5.5279

Resumo

O vigor foliar da seringueira demonstra variação durante o ano, refletindo fases fenológicas que influenciam na produção de látex, além de períodos suscetíveis à doenças e pragas. Assim, objetivou-se avaliar o vigor foliar dos clones GT 1 e RRIM 600 em abril e; em agosto, setembro e outubro, no município de Itiquira – MT, com clima classificado como Aw. Foram avaliados os vigores dos clones GT 1 e RRIM 600 em abril e; em agosto, setembro e outubro, meses precedente a desfolha anual e posterior a reenfolha natural, respectivamente. O vigor foliar foi avaliado baseado no Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) de imagens do satélite Landsat 5, onde suas médias foram avaliadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, com Delineamento em Blocos Casualizados e dois tratamentos (clones). Na análise, os dois clones apresentaram NDVI em abril com vigor foliar médio, ocorrendo diferença nas médias de NDVI, com maior no RRIM 600. Entre agosto e outubro o vigor foi alto, sem diferença entre o NDVI médio destes clones. O clone GT 1 com idade superior aos 19 anos demonstrou mudança de fenologia foliar em abril. O clone RRIM 600, posterior aos 17 ou 18 anos, demonstrou início de mudança fenológica das folhas em abril.

Palavras-chave: Hevea brasiliensis, índice de vegetação, desfolha natural, fenologia.

 

BEHAVIOR OF THE FOLIAR VIGOR IN SERINGUEIRA IN DIFFERENT PHENOLOGICAL PERIODS

 

ABSTRACT:

The leaf vigor of the rubber tree shows variation during the year, reflecting phenological phases that influence the production of latex, in addition to periods susceptible to diseases and pests. Thus, the objective was to evaluate the foliar vigor of clones GT 1 and RRIM 600 in April and; in August, September and October, in the municipality of Itiquira – MT, with climate classified as Aw. The vigores of clones GT 1 and RRIM 600 were evaluated in April and; in August, September and October, months preceding the annual defoliation and subsequent to natural refoliation, respectively. The foliar vigor was evaluated based on the Normalized Difference Vegetation Index (NDVI), Landsat 5 satellite images where its averages were evaluated by Tukey test at 5% probability, with a randomized block design and two treatments (clones). In the analysis the two clones presented NDVI in April with average leaf vigor, occurring difference in NDVI means, with greater in RRIM 600. Between August and October the vigor was high, with no difference between the mean NDVI of these clones. Clone GT 1 older than 19 years showed a change of foliar phenology in April. The RRIM 600 clone, after the age of 17 or 18 years, it showed the beginning of phenological change of leaves in April.

Keywords: Hevea brasiliensis, NDVI, natural defoliation, phenology.

Biografia do Autor

José Carlos Pezzoni Filho, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Departamento de Proteção Vegetal, Botucatu, SP

Departamento de Proteção Vegetal, Área de Geoprocessamento Agrícola e Nematologia

Roberto Filgueiras, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Viçosa, Departamento de Engenharia Agrícola, Viçosa, MG

Departamento de Engenharia Agrícola, Área de Manejo de Irrigação via Sensoriamento Remoto

Luis Gustavo Frediani Lessa, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP

Departamento de Solos e Recursos Ambientais, Área de Geologia Agrícola

Victor Costa Leda, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP

Departamento de Solos e Recursos Ambientais, Área de Geoprocessamento Agrícola

Célia Regina Lopes Zimback, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP

Departamento de Solos e Recursos Ambientais, Área de Geoprocessamento Agrícola e Levantamento do Solo

Edson Luiz Furtado, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Campus de Botucatu, Botucatu, SP

Departamento de Proteção Vegetal, Área de Fitossanidade

Referências

ALMEIDA, A. Q.; RIBEIRO, A.; DELGADO, R. C.; RODY, Y. P., OLIVEIRA, A. S., LEITE F. P. Índice de Área Foliar de Eucalyptus Estimado por Índices de Vegetação Utilizando Imagens TM - Landsat 5. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 22, n. 3, p. 368-376, jul./set. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.103414

ANDREIS, C.; LONGHI, S. J.; BRUN, E. J.; WOJCIECHOWSKI, J. C.; MACHADO, A. A.; VACCARO, S.; CASSAL, C. Z. Estudo fenológico em três fases sucessionais de uma floresta estacional decidual no município de Santa Tereza, RS, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 29, n. 1, p. 55-63, jan./ fev. 2005. DOI:http://dx.doi.org/10.1590/S0100-7622005000100007

BEURS, K. M.; HENEBRY, G. M. Spatio-temporal statistical methods for modelling land surface phenology. In: HUDSON, I.; KEATLEY, M. (Eds.) Phenological research, Dordrecht, 2010. p. 177-208. DOI: https://dx. doi.org/10.1007/978-90-481-3335-2_9

BORCHERT, R.; RIVERA, G.; HAGNAUER, W. Modification of vegetative phenology in a tropical semi-deciduous forest by abnormal drought and rain. Biotropica, v. 34, n. 1, p. 27–39, mar. 2002. DOI: https://dx.doi.org/10.1111/j.1744-7429.2002.tb00239.x

CAMARGO, L. Atlas de Mato Grosso: abordagem socioeconômico-ecológica. Cuiabá - MT: Entrelinhas, SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL (SEPLAN), 2011. 96 p.

CAMARGO, A. P. Aptidão climática para a heveicultura no Brasil. Ecossistema, Espírito Santo do Pinhal, v. 1, n. 1, p. 6-14, 1976.

CHAVEZ JUNIOR, P. S. An improved dark-object subtraction technique for atmospheric scattering correction of multispectral data. Remote Sensing of Environment, v. 24, n. 3, p. 459-479, abr. 1988. DOI: https://dx.doi.org/10.1016/0034-4257(88)90019-3

CHANDRASHEKAR, T. R.; NAZEER, M. A.; MARATTUKALAM, J. G.; PRAKASH, G. P.; ANNAMALAINATHAN, K.; THOMAS, J. An analysis of growth and drought tolerance in rubber during the immature phase in a dry subhumid climate. Experimental Agriculture, Cambridge, v. 34, n. 3, p. 287–300, jul. 1998. DOI: https://dx.doi.org/10.1017/S001 4479798343045

CHANDRASHEKAR, T. R.; VARGHESE, Y. A.; ALICE, J.; SAILAJADEVI, T.; SARASWATHYAMMA, C. K.; VIJAYAKUMAR, K. R. Growth pattern of rubber trees (Hevea brasiliensis) in a tropical humid climate in India. Journal of Rubber Research, v. 5, n. 3, p. 191–198, 2002.

ELLIOTT, S.; BAKER, P. J.; BORCHERT, R. Leaf flushing during the dry season: the paradox of Asian monsoon forests. Global Ecology and Biogeography, v. 15, n. 3, p. 248–257, mai. 2006. DOI: https://dx.doi.org/10.1111/j. 1466-822x.2006.00213.x

FONTANA, D. C. Utilização do Índice de Vegetação Global para o monitoramento da Vegetação e estimativa de elementos agrometeorológicos no Estado do Rio Grande do Sul. 1995. 133f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Agronomia. Porto Alegre, 1995.

FURTADO, E. L. Comportamento de cultivares de seringueira (Hevea spp.) frente ao Mal das folhas na região do Vale do Ribeira – SP. 1996. 79 p. Tese (Doutorado em Fitopatologia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo Piracicaba, 1996.

FURTADO, E. L.; MENTEN, J. O. M.; PASSOS, J. R. Intensidade do Mal das Folhas em plantas jovens e adultas de seis clones de seringueira na região do Vale do Ribeira. Tropical Plant Pathology, Brasília, v. 33, n. 2, p. 130-137, 2008. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S1982-56762008000200007

GASPAROTTO, L.; SANTOS, A. F.; PEREIRA, J. C. R.; FERREIRA, F. A. Doenças da seringueira no Brasil. Ed. Brasilia: EMBRAPA-SPI, 1997. 168 p.

GUARDIOLA-CLARAMONTE, M.; TROCH, P. A.; ZIEGLER, A. D.; GIAMBELLUCA, T. W.; VOGLER, J. B.; NULLET, M. A. Local hydrologic effects of introducing non-native vegetation in a tropical catchment. Ecohydrology, v. 1, n. 1, p. 13–22, 2008. DOI: https://dx.doi.org/10.1002/eco.3

HALLÉ, F.; OLDEMAN, R. A.; TOMLINSON, P. B. Tropical trees and forest. Ed. Berlin: Springer-Verlag, 1978. 429 p. DOI: https://dx.doi.org/10.1007/978-3-642-8 1190-6

KIM, Y.; HUERTE, A. R.; MIURA, T.; JIANG, Z. Spectral compatibility of vegetation indices across sensors: band decomposition analysis with Hyperion data. Journal of Applied Remote Sensing, v. 4, n. 1, 43520, 2010. DOI: https://dx.doi.org/10.1117/1.3400635

MOISE, E.; RAYMOND, J.; KUHN, J. R. Properties of the Diffuse Neutral Helium in the Inner Heliosphere. The Astrophysical Journal, v. 722, n. 2, p. 1411–1415, 2010. DOI: https://dx.doi.org/10.1088/0004-637X/722/2/ 1411

OLIVEIRA, A. H.; SILVA, M. A.; SILVA, M. L. N.; AVANZI, J. C.; CURI, N.; LIMA, G. C.; PEREIRA, P. H. Caracterização ambiental e predição dos teores de matéria orgânica do solo na Sub-Bacia do Salto, Extrema, MG. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 1, p. 143-154, 2012. DOI: http://dx.doi.org/10.5433/1679-035 9.2012v33n1p143

ORTOLANI, A. A. Agroclimatologia e o cultivo da seringueira. In: SIMPÓSIO SOBRE A CULTURA DA SERINGUEIRA NO ESTADO DE SÃO PAULO, 1986, Piracicaba. Anais. Campinas: Fundação Cargill, 1986. p. 11-32.

PRIYADARSHAN, P. M. Breeding Hevea brasiliensis for environmental constraints. Advances in Agronomy, v. 79, p. 351–400, 2003. DOI: https://dx.doi.org/10.1016/S0 065-2113(02)79007-X

PINHEIRO, E.; PINHEIRO, F. S. V. A. Heveicultura em área de escape. In: ALVARENGA, A. P.; CARMO, C. A. F. S. (Eds). Seringueira, Viçosa, MG: Epamig, 2014. p. 463-488.

RAJ, S.; DAS, G.; POTHEN, J.; DEY S. K. Relationship between latex yield of Hevea brasiliensis and antecedent environmental parameters. International Journal of Biometeorology, v. 49, n. 3, p. 189–196, 2005. DOI: https://dx.doi.org/10.1007/s00484-004-0222-6

RAO, P. S.; SARASWATHYAMMA, C. K.; SETHURAJ, M. R. Studies on the relationship between yield and meteorological parameters of para rubber tree (Hevea brasiliensis). Agricultural and Forest Meteorology, v. 90, n. 3, p. 235–245, 1998. DOI: https://dx.doi.org/10.101 6/S0168-1923(98)00051-3.

RIVERA, G.; ELLIOTT, S.; CALDAS, L. S.; NICOLOSSI, G.; CORADIN, V. T. R.; BORCHERT, R. Increasing day-length induces spring flushing of tropical dry forest trees in the absence of rain. Trees, v. 16, n. 7, p. 445–456, 2002. DOI: https://dx.doi.org/10.1007/s00468-00201 85-3

ROUSE JUNIOR, J. W.; HAAS, R. H.; SCHEEL, J. A.; DEERING, D. W.; HARLAN, J. C. Monitoring the vernal advancement of retrogradation (greenwave effect) of natural vegetation. Greenbelt: NASA/GSFC. 1974. 371p.

ROSSMANN, H. Produção global de borracha natural aumenta 11% em um ano. 21/07/2017. Disponível em: http://borrachanatural.agr.br/cms/index.php?option=com_content&task=view&id=24731&Itemid=10 Acesso em 28-06-2018

SAMBUGARO, R. Caracterização anatômica foliar de clones de seringueira (Hevea spp.) visando resistência ao Microcyclus ulei. 2003. 61 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2003.

SAMBUGARO, R. Estágios foliares, fenologia da seringueira (Hevea spp.) e interação com Microcyclus ulei (mal das folhas). 2007. 94 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2007.

SANTOS, R. S.; SILVA, J. M. Dinâmica populacional do parasitoide de ovos Erythmelus tingitiphagus (Hymenoptera: Mymaridae) em clone de seringueira, em Itiquira, MT. Revista Árvore, Viçosa, v. 37, n. 2, p. 237-244, 2013.

SOUZA, I. A. Avaliação de clones de seringueira (Hevea spp.) em Piracicaba-SP. 2007. 71 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2007.

Downloads

Publicado

2018-09-04

Como Citar

Pezzoni Filho, J. C., Filgueiras, R., Lessa, L. G. F., Leda, V. C., Zimback, C. R. L., & Furtado, E. L. (2018). COMPORTAMENTO DO VIGOR FOLIAR EM SERINGUEIRA EM DIFERENTES FENOLOGIAS DE DOSSEL. Nativa, 6(5), 497–505. https://doi.org/10.31413/nativa.v6i5.5279

Edição

Seção

Engenharia Florestal / Forest Engineering

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)