PRODUTOS SRTM E RTC NA CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA E TOPOGRÁFICA: UMA ABORDAGEM COMPARATIVA

Autores

  • Roberto Filgueiras betofilgueiras@gmail.com
    Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola
  • Maria Camila Alves Ramos mcamilaaramos@yahoo.com.br
    Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola
  • Rayssa Balieiro Ribeiro rayssabalieiro@gmail.com
    Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola
  • Tarcila Neves Generoso tarcila_neves@yahoo.com.br
    Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola
  • Andreina Epifanía Dávila aepifania16@gmail.com
    Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Florestal
  • Juliana Dias Lopes Galvão julianadiaslg@gmail.com
    Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola

DOI:

10.31413/nativa.v6i1.4511

Resumo

Os modelos digitais de elevação (MDE) representam produtos comuns para extração de informações de bacias hidrográficas. Neste trabalho, comparou-se produtos provenientes do SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) e do RTC (Radiometrically Terrain-Corrected) no que se refere à obtenção de características morfométricas e topográficas da bacia do rio Paraopeba, MG. Como fonte de referência e comparação para a delimitação da hidrografia e da bacia, utilizou-se dados mapeados adquiridos da ANA (Agência Nacional de Águas). Após a aquisição e processamento das imagens, procederam-se as análises qualitativas e quantitativas dos resultados. Verificou-se que os resultados obtidos das imagens foram semelhantes para todos os parâmetros morfométricos avaliados, tendo apresentado diferenças mais expressivas apenas em relação aos valores obtidos com a base de dados mapeados. Quanto às características topográficas consideradas, também foram obtidos resultados similares entre os dois produtos, constatando-se um ganho nos aspectos área, perímetro, declividade e sombreamento devido ao refinamento dos dados RTC em relação ao SRTM. Concluiu-se que ambos os produtos são aptos a serem aplicados em estudos relacionados à hidrologia, tanto para os parâmetros morfométricos, quanto para os topográficos, visto que os resultados do RTC foram similares aos do SRTM já amplamente aplicado na literatura.

Palavra-chave: geoprocessamento, modelo digital de elevação, bacia hidrográfica.

 

SRTM AND RTC PRODUCTS IN THE TOPOLOGICAL AND MORPHOMETRIC CHARACTERIZATION: A COMPARATIVE APPROACH

 

ABSTRACT:

Digital elevation models (MDE) represent trivial products for extracting information from river basins. The objective of this work was to compare the products from SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) and RTC (Radiometrically Terrain-Corrected) with regard to obtaining morphometric and topographic characteristics of the Paraopeba river basin, MG. A mapped data acquired from ANA (National Water Agency) was used as reference and comparison source for hydrographic and basin delineation. After the acquisition and processing of the images, the qualitative and quantitative analysis of the results were carried out. It was verified that the results obtained from the images were similar for all morphometric parameters evaluated, presenting difference more expressivily only in relation to the values obtained with the mapped database. As for the topographic characteristics considered, similar results were also obtained between the two products, showing a small difference in area, perimeter, declivity and shading aspects, due to the refinement of RTC data in relation to SRTM. It was concluded that both products are apt to be applied in studies related to hydrology, both for morphometric and topographic parameters, since the results of the RTC were similar to the SRTM, that is widely applied in the literature.

Keywords: geoprocessing, digital elevation model, hydrographic basin.

Biografia do Autor

Roberto Filgueiras, Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola

Engenheiro Agrícola e Ambiental formado pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG (2013), mestre em agronomia (irrigação e drenagem) na linha de geoprocessamento, pela Universidade Estadual Paulista UNESP. Doutorando em Engenharia Agrícola, com foco em manejo de irrigação, pela Universidade Federal de Viçosa UFV. Possui experiência na área de recursos hídricos, agrometeorologia, sensoriamento remoto, sistema de informação geográfica e geoestatística.

 

Maria Camila Alves Ramos, Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola

Doutoranda em Engenharia Agrícola e Mestra em Meteorologia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Foi graduada em Engenheira Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal de Minas Ferais (ICA/UFMG) e cursou período sanduíche na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), com bolsa do programa Ciências Sem Fronteiras/Capes. Atualmente faz parte do Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos (GPRH), vinculado ao Departamento de Engenharia Agrícola da UFV.

Rayssa Balieiro Ribeiro, Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola

Possui graduação em Engenharia Agricola e Ambiental pela Universidade Federal de Minas Gerais (2013) e mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (2016). Atualmente Doutoranda em Engenharia Agrícola na área de concentração em Recursos Hídricos e Ambientais pela Universidade Federal de Viçosa e integrante do Grupo de Pesquisas em Recursos Hídricos (GPRH/UFV).

 

Tarcila Neves Generoso, Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola

Graduada em Engenharia Ambiental pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC). Mestre em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), área de concentração em Recursos Hídricos e Ambientais. Doutoranda em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Andreina Epifanía Dávila, Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Florestal

Possui graduação em Ingeniería Forestal pela Universidad de Los Andes, Venezuela (2010). Atualmente é estudante de mestrado em Manejo Florestal na Universidade Federal de Viçosa. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Tecnologia do Produtos Florestais, Dendrometria e Inventário Florestal

Juliana Dias Lopes Galvão, Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Engenharia Agrícola

Em 2009, graduou-se em Agronomia na Universidade de Brasília - UnB. Desde 2010, ocupa o cargo de Especialista em Recursos Hídricos na Agência Nacional de Águas - ANA. Atualmente faz mestrado na Universidade Federal de Viçosa, no Departamento de Engenharia Agrícola

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Publicado

2018-02-28

Como Citar

Filgueiras, R., Ramos, M. C. A., Ribeiro, R. B., Generoso, T. N., Dávila, A. E., & Galvão, J. D. L. (2018). PRODUTOS SRTM E RTC NA CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA E TOPOGRÁFICA: UMA ABORDAGEM COMPARATIVA. Nativa, 6(1), 47–55. https://doi.org/10.31413/nativa.v6i1.4511

Edição

Seção

Ciências Ambientais / Environmental Sciences

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