O corpo desviante: experiência de nascimento de crianças com microcefalia por Zika Vírus

Autores

  • Gênesis Vivianne Soares Ferreira Cruz geviferreira@gmail.com
    Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso http://orcid.org/0000-0002-3248-1182
  • Reni Aparecida Barsaglini barsaglinireni@gmail.com
    Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso http://orcid.org/0000-0003-2892-3926

DOI:

10.48074/aceno.v8i16.9558

Resumo

É oportuno compreender como as pessoas interpretam e agem diante do nascimento de uma criança com microcefalia por Zika vírus dada sua ampla divulgação no meio social, onde circulam informações que a todo tempo são atualizadas pelas novas descobertas que cercam, ainda, os enigmas do surgimento e da distribuição desse agravo. Nesses cenários se mobilizam experiências individuais e coletivas, exprimindo vivências complexas, principalmente, quando envolve a deficiência física, não há possibilidades de cura e exigem esforços para o gerenciamento contínuo.

Referências

ADAM, P.; HERZLICH, C. Sociologia da doença e medicina. Bauru: EDUSC, 2001.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.

BARSAGLINI, R. A.; BIATO, E. C. L. Compaixão, piedade e deficiência física: o valor da diferença nas relações heterogêneas. História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Rio de Janeiro, v.22, n.3, p.781-796, jul/set., 2015.

BARSAGLINI, R. A.; SOARES, B. B. N. de S. Impactos de adoecimento de longa duração: experiência de adultos jovens com Leucemia Mieloide Aguda. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 399-408, feb., 2018.

BONDÍA, J.L. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n.19, p. 20-28, jan/fev/mar/abr., 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução CNS n° 466 de 12 de dezembro de 2012. Brasília, 2012a.

_____. Ministério da Saúde. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. (Cadernos de Atenção Básica, n. 33). Brasília: Ministério da Saúde, 2012b.

CANESQUI, A. M. (Org) Adoecimentos e sofrimentos de longa duração. 2ª ed. São Paulo: Hucitec, 2015a.

CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. 7 Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.

CONRAD, P.; BARKER, K. K. A construção social da doença: insights-chave e implicações para políticas de saúde. BARBARINI, T. A. (trad). Ideias, Campinas/SP, n. 03, nova série, 2º semestre, p. 186-220, 2011.

COSTA, E. S. et al. Vivências de mães de filhos com microcefalia. Revista Rene. v. 19, n. 3453, p. 1-8, 2018.

CRUZ, G.V. S. F. “Microcefalia não é o fim”: experiência de famílias no contexto

da condição crônica. Tese de Doutorado, Enfermagem, UFMT, 2019.

CSORDAS, T. “A Corporeidade como um paradigma para a Antropologia”. In: Corpo/Significado/Cura. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. pp. 101-146.

DINIZ, D. Modelo social da deficiência: a crítica feminista. Série Anis, n.28, p.1-8., 2003.

DOMENACH, J. M. La violência. In: JOXE, A. La violência y sus causas. Paris: UNESCO, 1981, p- 33-45.

FERRARI, S.; ZAHER, V. L.; GONÇALVES, M. J. O nascimento de um bebê prematuro ou deficiente: questões de bioética na comunicação do diagnóstico. Psicologia USP, São Paulo, v. 21, n. 4, p- 781-808, 2010.

FLECK, A.; PICCININI, C. A. O bebê imaginário e o bebê real no contexto da prematuridade: do nascimento ao 3º mês após a alta. Aletheia, 40, p.14-30, jan./abr. 2013.

FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.

GIDDENS, A. A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2003; 458 p.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4ª.ed. São Paulo, LTC, 1988, Tradução: Lambert, M., 2004.

GOMES, A. G.; PICCININI, C. A. Malformação no bebê e maternidade: aspectos teóricos e clínicos. Psic. Clin., Rio de Janeiro, v. 22, n.1, p.15-38, 2010.

JARAMILLO, N.; GUEVARA, J. El cuerpo evidenciado, el cuerpo dominado. Mecanicismo y medicina basada en la evidencia en relación al cuerpo, la anormalidad y la enfermedad. Teoria e Cultura, 11 (3): 41-54, 2017.

KITZINGER, S. A experiência do parto. Lisboa: Instituto Piaget, 1987.

JUCÁ, V. J. S. Compensação e estabilização: os substitutos a cura na saúde mental. Vivência, n. 32, p. 275-291, 2007.

JUTEL, A. Sociology of diagnosis: a preliminary review. In: McGann P.J., Hutson D.J. (Ed.). Socioloy of Diagnosis. Bingley: Emerald; 2009. p. 03-32.

_____. Putting a name to it: diagnosis in contemporary society. Foreword by Peter Conrad, Johns Hopkins University Press, 2011.

LANGDON, E. J.; WIIK, F. B. Antropologia, saúde e doença: uma introdução ao conceito de cultura aplicado às ciências da saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 18 (3): 173-181, 2010

LE BRETON, D. A sociologia do corpo. FUHRMANN, S. M. S. (trad.). 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

_____. Antropologia dos sentidos. MORÁS, F. (trad.). Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

LEE, S. et al. Experience of social stigma by people with schizophrenia in Hong Kong. British Journal of Psychiatry, vol. 186, p. 153-157, 2005.

LIRA, G. V.; NATIONS, M. K.; CATRIB, A. M. F. Cronicidade e cuidados em saúde: o que a antropologia da saúde tem a nos ensinar? Texto Contexto Enferm., v. 13, n. 1, p. 147-155, jan-mar, 2004.

LÖWY, I. Imperfect pregnancies: a history of birth defects and prenatal diagnosis. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2017, 277p.

LUZ, M. D. Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. 2 ed. São Paulo: Hucitec, 2004.

MINAYO, M.C.S. O desafio da pesquisa social. In: Minayo MCS, Deslandes SF, Gomes R. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 30. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

_____. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

_____. Amostragem e Saturação em Pesquisa Qualitativa: consensos e controvérsias. Revista Pesquisa Qualitativa. v. 5, n. 7, p. 01-12, 2017.

RABELO, M.C.; ALVES, P.C.B.; SOUZA, I.M.A. (Org.). Experiência de doença e narrativa. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1999.

SANTOS, S. R. et al. A vivência dos pais de uma criança com malformações congênitas. REME Rev. Min. Enfermagem, v. 15, n. 4, p. 491-497, out./dez., 2011.

SCHUTZ, A. Sobre a fenomenologia e relações sociais. Petrópolis – RJ: Vozes, 2012.

VELHO, G. Projeto e metamorfose: antropologia das sociedades complexas. 3 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

Downloads

Publicado

2021-11-26

Edição

Seção

Artigos Livres