O corpo negro no trabalho de campo: notas de campo de uma pesquisadora negra em Havana (Cuba)

Autores

  • Antonia Pereira Araujo sociaisufc@gmail.com
    Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

10.48074/aceno.v7i13.9241

Resumo

Nesse artigo enfatizo as principais questões que se discutiram no 1º Seminário Negro (2017) organizado pelo Coletivo Marlene Cunha (composto por quinze alunes negres do curso de Pós graduação em antropologia social do Museu Nacional) que teve como uma das principais pautas o tema: racismo, produção do conhecimento e academia. Mas, particularmente, irei expor as tensões sobre a minha experiência de trabalho de campo em Havana, colocando em questão temas que diz respeito não só ao curriculum do curso de antropologia e como esse “curriculum” oblitera um caminho possível para construção de um espaço acadêmico “mais inclusivo”, como também temas relacionados à metodologia de pesquisa antropológica e a política de trabalho de campo. Trago esse artigo como uma ponte dos debates e reflexões produzidos no 1º Seminário Negro do Coletivo Marlene Cunha, reconhecendo a importância de discutirmos permanentemente esses e outros temas pertinentes a entrada de alunes negres e indígenas nas universidades públicas, em particular, no curso de antropologia.

Biografia do Autor

Antonia Pereira Araujo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

DEPARTAMENTO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL.

PESQUISADORA NO LABORATÓRIO DE ANTROPOLOGIA E HISTÓRIA (LAH/ MUSEU NACIONAL)

Referências

Alexander, M. Jacqui. Pedagogies of Crossing: Meditations on Feminism, Sexual Politics, Memory, and the Sacred. Durham & London: Duke University Press, 2005.

Anzaldúa, Gloria. Light in the Dark/Luz en lo Oscuro: Rewriting Identity, Spirituality, Reality. Ed. Analouise Keating. Duke University Press, 2015.

Audrey Smedley e Janis Faye Hutchinson. Racism in the Academy: the new millennium. American Anthropological Association, 2010.

Harris, Jessica C. Multiracial Women Students and Racial Stereotypes on the College Campus. Journal of College Student Development. Volume 58, Number 4, May 2017.

Dominguez, Virgínia. “Evidence and Power, Sweet and Sour”. In Empirical Futures: Critical Engagements with the Work of Sidney W. Mintz. Eds. Stephan Palmie, Aisha Khan, and George Baca. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2009.

Harrison, Faye V. Decolonizing Anthropology: Moving Further Toward an Anthropology for Liberation. Washington, DC: American Anthropological Association, 1991.

Moser, Stephanie. "On Disciplinary Culture: Archeology as Fieldwork and Its Gendered Associations." Journal of Archeological Method and Theory 14 (3)(2007): 235-263.

Navarro, Tami, Bianca Williams, and Attiya Ahmad. "Sitting at the Kitchen Table: Fieldnotes from Women of Color in the Anthropology." Cultural Anthropology 28 (3)(2013): 443-463.

Queeley, Andrea. “The Uppity Negro: A Peculiar Challenge for Anti-racist Mobilization in Cuba”, paper given at Association for the Study of the Worldwide African Diaspora (ASWAD). Conference, November 2, 2013.

Roland, L. Kaifa. "T/racing Belonging Through Cuban Tourism." Cultural Anthropology 28 (3)(2013): 396-419.

Smith, Barbara. A Press of Our Own Kitchen Table: Women of Color Press. University of Nebraska Press. Fonte: A Journal of Women Studies, Vol. 10, No. 3, Women and Words (1989), 2014.

Wekker, Glória. The Politics of Passion: Women's Sexual Culture in the Afro-Surinamese Diaspora. Columbia University Press, 2006.

Downloads

Publicado

2020-09-21

Edição

Seção

Dossiê Temático: Experiências de campo e localizações etnográficas