Os agentes do deus elástico no Baixo Amazonas: apontamentos sobre materialidade e patrimônio do período da borracha

Autores

DOI:

10.48074/aceno.v6i11.8253

Resumo

As relações entre propriedades elásticas de espécies lactescentes e pessoas junto às comunidades locais na Amazônia confluíram em amalgamado de saberes tradicionais. No Baixo Amazonas, seringueiros e seus remanescentes se apresentam como detentores de tais saberes associados a produção gomífera. Ao reconhecer estas agências e narrativas locais sobre o período da borracha, etnografias sensíveis ao emaranhado de relações coisas e humanos se apresentam como desafio para antropologia e políticas patrimoniais em sua interface material/imaterial principalmente dado contexto político atual.

Biografia do Autor

Tiago Silva Alves Muniz, UFPA

Doutorando em Antropologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

Referências

APPADURAI, Arjun. 2013. The Future as a Cultural Fact. London: Verso.

BATES, Henry Walter. 1863. The Naturalist on the River Amazons. London: John Murray, Albemarle Street. Vol. 1.

BLACKLEY, D. C. 1997. Polymer Latices Volume 2: Types of Latices. 2. ed. London: Chapman & Hall. IN: PASTORE JR, F., 2017. Tratamento do látex de borracha natural com tanino vegetal. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília.

CASTAÑEDA, Q. 2008. The “Ethnographic Turn” in Archaeology. In: Ethnographic Archaeologies. Londres: Altamira Press / Rowman & Littlefiled Publishers.

COELHO, Geraldo Mártires. Na Belém dabelle époque da borracha (1890-1910): dirigindo os olhares. 2011.

COHEN, Elisio Eden. 1985. Vila de Boim (1690-1986) sua história, seu povo. Obras literárias da Prelazia de Santarém. Artesanto Gráfico Tiagão.

DAOU, Ana Maria. 2004. A belle époque amazônica. Zahar. 3ª ed.

DEAN, W. 1987. Brazil and the struggle for rubber; a study in environmental history. Cambridge: Cambridge University Press.

DRUMMOND, José Augusto. 1990. Resenha: Brazil and the struggle for rubber. Cad. Dif. Tecnol., Brasília, 7(l/3):179-183,jan/dez.

GANE, N., & HARAWAY, D. 2010. Se nós nunca fomos humanos, o que fazer?. Gane & Haraway–Interview with Donna Haraway. Ponto Urbe. Revista do núcleo de antropologia urbana da USP, (6).

HARAWAY, Donna Jeanne. 2009. Des singes, des cyborgs et des femmes: la réinvention de la nature. Jacqueline Chambon.

_______________________. 2015. Anthropocene, capitalocene, plantationocene, chthulucene: Making kin. Environmental humanities, 6(1), 159-165.

HILLS, Dennis Ashley. 1971. Heat transfer and vulcanisation of rubber. Elsevier Publishing Company.

HARRISON, Rodney. 2013. Heritage: Critical Approaches. Abingdon and New York: Routledge.

_________________. 2015. Beyond “natural” and “cultural” heritage: toward an ontological politics of heritage in the age of Anthropocene. Heritage & Society, v. 8, n. 1, p. 24-42.

__________________. 2018. On Heritage Ontologies: Rethinking the Material Worlds of Heritage. Anthropological Quarterly, v. 91, n. 4, p. 1365-1383.

HOMMA, A. K.O.; COSTA, N. A. da; GARCIA, A. R.; SANTOS, J. C. dos. 2010. Linha do tempo do Baixo Amazonas Paraense:(Re) territorialização de um espaço de várzeas. Embrapa Amazônia Oriental-Documentos (INFOTECA-E).

JACKSON, Joe. 2011. O ladrão no fim do mundo: como um inglês roubou 70 mil sementes de seringueira e acabou com o monopólio do Brasil sobre a borracha. Editora Objetiva.

KOHN, E., 2013. How forests think: Toward an anthropology beyond the human. Univ of California Press.

LA CONDAMINE, Charles-Marie de. 1751. ‘‘Sur Une Re´sine e´lastique, nouvellement de´couverte a` Cayenne par M. Fresneau: et sur l’usage de divers sucs laiteux d’arbres de la Guiane ou France e´quinoctiale.’’ Me´moires de l’Acade´mie Royale des Sciences IN: REISZ, Emma. 2007. Curiosity and rubber in the French Atlantic. Atlantic Studies, v. 4, n. 1, p. 5-26.

LATOUR, Bruno. 1994. Jamais fomos modernos. Editora 34.

______________. 2000. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. Unesp.

McGUIRE, R.H. 2008. Archaeology as Political Action. Berkeley: University of California Press.

MEGGERS, Betty Jane. 1954. Environmental Limitation on the Development of Culture. American Anthropologist. 56: 801-824. 1954.

___________________. 1977. A Ilusão de um paraíso. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco. 1979. O caboclo e o brabo: notas sobre duas modalidades de força de trabalho na expansão da fronteira amazônica do século XIX

OLSEN, B. 2010. In defense of things: archaeology and the ontology of objects. Rowman Altamira.

PASTORE JR, F. 2017. Tratamento do látex de borracha natural com tanino vegetal. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília.

PERES JR., João Bosco Rodrigues. Estudo das características do látex e da borracha de Hevea brasiliensis cultivadas e nativas da Amazônia. Tese de Doutorado em Química. Instituto de Química da Universidade de Brasília

REISZ, Emma. 2007. Curiosity and rubber in the French Atlantic. Atlantic Studies, v. 4, n. 1, p. 5-26.

SHANKS, M. & TILLEY, C. 1988. Social Theory and Archaeology. Albuquerque: University of New Mexico Press.

SCHULTES, 1984. Richard Evans. The tree that changed the world in one century [Hevea, history, rubber plantations and industry]. Arnoldia.

SHEE, Z.Q., ANG, X.Q.,WIJEDASA, L. &TAYLOR, N. 2014. Tall Tales. Singapore Botanic Gardens Heritage Trees Trail Guide. Singapore: National Parks Board. 96pp. ISBN 978-981-09-0224-7.

SMITH, Laurajane. 2006. Uses of Heritage. Abingdon: Routledge.

TAYLOR, N. P. 2016. Living collections at the Singapore Botanic Gardens – historic and modern relevance. Museologia & Interdisciplinaridade, v. 9, n. 5, p. 120-134.

VALE, Ana. 2015. A Arqueologia e as Coisas. A disciplina e as correntes pós-humanistas. Almadam

WEINSTEIN, Barbara. 1993. A borracha na Amazônia: expansão e decadência (1850-1920). São Paulo: Hucitec/Edusp.

Downloads

Publicado

2020-04-20

Edição

Seção

Dossiê Temático: Políticas patrimoniais contemporâneas e os novos desafios da antropologia