Regimes de verdade, regimes de governamentalidade: uma análise foucaultiana sobre o estatuto da família

Autores

  • Esmael Alves de Oliveira esmael_oliveira@live.com
    Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
  • Simone Becker simonebk@yahoo.com.br
    Universidade Federal da Grande Dourados

DOI:

10.48074/aceno.v5i9.6569

Resumo

O presente artigo visa refletir sobre alguns pressupostos presentes no Projeto de Lei (PL) 6583/2013, de autoria do deputado Anderson Ferreira do PR/PE, e que ficou conhecido como Estatuto da Família. Tomando como inspiração as reflexões de Michel Foucault acerca da biopolítica, desejamos apontar, a partir de uma análise do discurso, de que modo se constroem narrativas que pretendem uma verdade sobre sujeitos e suas práticas. Afinal, como o poder disciplinar atualizado no século XXI segue operando tanto na constituição de sujeitos quanto na elaboração de subjetividades senão a partir de uma biopolítica sobre o corpo, sobre a vida e que se assegura justamente por uma discursividade que se pretende transparente e desinteressada? Portanto, ao propormos uma política do corpo e da vida a partir do discurso institucionalizante do PL, buscamos encarar os limites, contradições e arbitrariedades de um regime de verdade que pautado em noções de direito e cidadania tende a desqualificar, invisibilizar e deslegitimar sujeitos, corpos, suas práticas e relações.

Biografia do Autor

Esmael Alves de Oliveira, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD

DOUTOR EM ANTROPOLOGIA SOCIAL - PPGAS/UFSC

DOCENTE DO CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

Referências

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Publicado

2018-12-22

Edição

Seção

Dossiê Temático: Parentalidades, conjugalidades e gênero